30/10/2024 às 18h46

Secretaria de Saúde discute fluxos de assistência a jovens em acolhimento

Debates envolveram diversas instituições do GDF e representantes civis. Temas focaram em bem-estar psíquico de socioeducandos

Larissa Lustoza, da Agência Saúde-DF

Como cuidar da saúde mental de crianças e adolescentes que tiveram o vínculo com a família rompido? Como manter o bem-estar de um jovem que cumpre medida socioeducativa? Essas foram questões abordadas, nesta quarta-feira (30), pelas secretarias de Saúde (SES-DF) e de Justiça (Sejus), pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF), Defensoria Pública (DPDF) e pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). A reunião entre os órgãos buscou planejar os fluxos de assistência a esse público.

"Precisamos pensar em saúde mental desde a primeira infância", afirma a gerente dos Serviços de Psicologia, Renata Kaiser. | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

Presente no encontro, a gerente dos Serviços de Psicologia da SES-DF, Renata Kaiser, explicou que a discussão pretende ir além, propondo um acompanhamento aos jovens também após a saída do sistema socioeducativo. Segundo a profissional, é importante integrar diferentes instituições para assegurar um olhar cuidadoso às vulnerabilidades inerentes a essas situações. “Precisamos ajudá-los desde cedo. É necessário pensar a saúde mental desde a primeira infância, durante a adolescência, até a adolescência tardia”, avaliou. 

A representante da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas do TJDFT, Camila Barros, concordou: “Hoje, sabemos que a infância é a parte mais importante para um adulto. Uma criança com problemas na saúde mental será um adulto que precisará mais do governo", apontou. 

Saúde mental

O chefe do Núcleo de Execução de Medidas Socioeducativas da DPDF, Paulo Eduardo Chagas Freitas, observou como o bem-estar psíquico têm ganhado espaço nos processos jurídicos. “Percebi, ao longo dos anos, uma mudança no perfil desses jovens e como a questão da saúde mental começou a aparecer vagarosamente. Hoje, vejo que esse ponto ocupa uma grande dimensão", relatou.

Encontro reuniu representantes de diferentes instituições para consolidar fluxos que acompanhem jovens até mesmo após saído do sistema socioeducativo. | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

Para o promotor de justiça da Promotoria de Execuções de Medidas Socioeducativas da Infância e da Juventude, Márcio Costa de Almeida, o tema tem sido um dos principais pontos no cumprimento das medidas socioeducativas. “O adolescente sem atendimento, vai ter reincidência”, pontuou. 

Pontos abordados

Durante todo o dia, o encontro passou por temáticas como a saúde mental na socioeducação, dialogada por representantes da sociedade civil; a atuação da rede de saúde na interface saúde mental e socioeducação; o trabalho da rede de justiça e cidadania na interface saúde mental e socioeducação; entre outros.