O que é gestão de custos?
A gestão de custos pode ser entendida como um ciclo atividades específicas e integradas, de um negócio, desenvolvidas constantemente para subsidiar a tomada de decisão. Serve para direcionar o planejamento estratégico produzindo respostas às questões organizacionais.
O exercício da gestão de custos no Sistema Único de Saúde (SUS) tornou-se imperativo em virtude da necessidade de garantir maior eficiência na aplicação dos recursos e sustentabilidade do sistema, conforme o manual “Introdução à Gestão de Custos em Saúde”.
A elevação dos gastos em saúde é uma preocupação dos gestores, face aos recursos finitos. Segundo Dallora e Forster, o aumento dos gastos justifica-se pelo envelhecimento populacional, a complexidade tecnológica, a mudança no perfil epidemiológico com o surgimento de novas doenças, a extensão da cobertura, o papel reduzido do mercado e o aumento do grau de consciência da população quanto aos seus direitos.
A gestão de custo é um desafio para as unidades de saúde, dado a complexidade dos serviços que envolve este ambiente, sobretudo, em unidades públicas, uma vez que não visa o lucro, tendo como foco principal a prestação de serviços aos usuários, conforme, Lei nº 8.080, de 19/09/90, que preconiza os objetivos do SUS.
O Manual Técnico de Custos – Conceitos e Metodologia (2006, p. 7), menciona que as instituições de saúde no Brasil, sobretudo as públicas, são as mais distantes do processo de modernização gerencial, sendo que a maioria utiliza métodos contábeis tradicionais, desconhecendo os custos reais do processo produtivo.
O conhecimento da dinâmica e da estrutura de custos em uma instituição permite a visualização dos fluxos internos dos insumos e a identificação de pontos críticos. A apuração de custos contribui, portanto, para a organização dos processos, melhor gerenciamento e aplicação dos recursos.
Dito isto, a gestão dos custos constitui-se imprescindível dentro das instituições de saúde, por servir de instrumento eficaz de gerência e acompanhamento dos serviços, e a implantação de medidas corretivas que visem a um melhor desempenho das unidades, com base na possível redefinição das prioridades essenciais, aumento da produtividade e racionalização do uso de recursos dentre outras medidas administrativas.
O que é custos?
São todos os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços. Estão diretamente relacionados aos fatores de produção, no sentido de que só se têm custos durante a fabricação do bem ou a prestação do serviço
Os autores Beulke e Berto (2005) demonstram, em uma análise ampla e genérica, que CUSTO é sempre resultante da divisão dos somatórios dos componentes monetários pelo somatório dos componentes físicos.
A SES-DF participa do Programa Nacional de Gestão de Custos – PNGC, do Ministério da Saúde e faz uso da metodologia de Custeio por Absorção, “aquele que faz debitar ao custo dos produtos, todos os custos da área de fabricação, sejam eles definidos como diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais” (Leone, 2000). Tais custos incidem sobre o valor de paciente-dia, bem como os custos administrativos e intermediários (custos indiretos), quanto maior for a produção menor será o custo.
A metodologia adotada compreende cinco grupos de gastos: pessoal, serviços de terceiros, material de consumo, despesas gerais e depreciação (ainda não implantado). O grupo pessoal são os gastos com os recursos humanos – servidores efetivos, contratos temporários e residentes; serviços de terceiros representam os contratos de vigilância, limpeza, alimentação, recepção, manutenção de equipamentos, entre outros; o grupo material de consumo compreende os medicamentos, materiais médico hospitalares, laboratoriais e de consumo; o grupo despesas gerais representam os gastos com água e esgoto, energia elétrica e telefonia.
A ferramenta utilizada na apuração de custos é o Sistema de Apuração e Gestão de Custos dos SUS – ApuraSUS, desenvolvido pelo Ministério da Saúde. O sistema é alimentado nas unidades de saúde e apresenta relatórios gerenciais diversos.
“SAÚDE NÃO TEM PREÇO, MAS TEM CUSTOS”
Referências bibliográficas:
Maria Eul·lia L. V. Dallora, Aldaisa C. Forster. A Importância da Gestão de Custos em Hospitais de Ensino – Considerações Teóricas, https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/259/260
Abbas, Katia. GESTÃO DE CUSTOS EM ORGANIZAÇÕES HOSPITALARES, https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/79577/185110.pdf?sequence=1
Introdução à Gestão de Custos em Saúde / Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/introducao_gestao_custos_saude.pdf