Febre Maculosa
A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. A febre maculosa é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato. No Brasil duas espécies de riquétsias estão associadas a quadros clínicos da Febre Maculosa.
Rickettsia rickettsii, que leva ao quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB) considerada a doença grave, registrada no norte do estado do Paraná e nos Estados da Região Sudeste.
Rickettsia parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará), produzindo quadros clínicos menos graves. No Brasil, os principais vetores são os carrapatos do gênero Amblyomma, tais como A. sculptum (= A. cajennense) conhecido como carrapato estrela, A. aureolatum e A. ovale. Entretanto, potencialmente, qualquer espécie de carrapato pode albergar a bactéria causadora da Febre Maculosa, como por exemplo, o carrapato do cachorro.
No Brasil, os principais vetores são os carrapatos do gênero Amblyomma, tais como A. sculptum (= A. cajennense) conhecido como carrapato estrela, A. aureolatum e A. ovale. Entretanto, potencialmente, qualquer espécie de carrapato pode albergar a bactéria causadora da Febre Maculosa, como por exemplo, o carrapato do cachorro.
Para que a infecção ocorra, há a necessidade de o carrapato estar infectado pela riquétsia ou bactérias e ficar aderido ao corpo humano. Não se transmite diretamente de uma pessoa para outra. Pode também ocorrer contaminação através de lesões na pele, pelo esmagamento do carrapato.
A evolução da doença é determinada pela espécie de Rickettsia envolvida, do tratamento realizado adequadamente e em tempo oportuno e os fatores inerentes ao indivíduo. Os sintomas apresentados variam de acordo com a bactéria envolvida.
O período de incubação da FMB é de 7 dias, em média, podendo variar de 2 a 14 dias, ou seja, esse é o período entre o dia que o carrapato infectado por rickettsias pica o hospedeiro humano, que vai permanecer assintomático nesse período, até o dia em que se inicia a manifestação dos sinais e sintomas, muitas vezes de forma abrupta.
Evolução dos sintomas mais comuns da FMB.
Fonte: Adaptado Brasil, 2024a. Ilustrações: CANVA, 2024 - Nota Técnica N.º 2/2024 - SES/SVS/DIVEP/GVDT.
Sintomas:
- Febre
- Dor de cabeça intensa
- Dor muscular constante
- Náuseas e vômitos
- Diarreia e dor abdominal
- Escara de inoculação (indicando o local da picada do carrapato)
- Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés
- Gangrena nos dedos e orelhas
- Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem respiratória.
Diagnóstico Da Febre Maculosa
Para o diagnóstico laboratorial, é utilizada e disponibilizada pelo SUS a sorologia, sendo necessárias duas amostras de sangue do paciente coletadas com um intervalo de 21 dias para verificar o aumento da titulação de anticorpos ou, caso seja possível a partir de uma amostra de sangue coletada no início dos sintomas, em média até 7 dias, pode-se realizar teste de biologia molecular (PCR).
Orientações quanto a realização dos exames, coleta e acondicionamento de amostras estão disponíveis no link: https://lacendf.saude.df.gov.br/febre-maculosa/
Profilaxia
Nos casos em que uma pessoa referir picada por carrapato sem apresentar sintomas, não é recomendado o tratamento antibiótico profilático.
Assim sendo, a orientação deve ser apenas para observar o eventual aparecimento de sintomas, como febre, dor no corpo e cefaleia intensa, dentro de um período de até 14 dias após o contato com o carrapato. Caso os sintomas apareçam, orientar que a pessoa deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima e informar sobre a exposição ao carrapato.
Prevenção:
A algumas medidas preventivas podem ser tomadas pelos frequentadores de parques e trilheiros para não correr riscos de contrair a doença:
Uso de camisas com mangas longas, calçados fechados e de calça comprida com a parte inferior dentro das meias, todos de cor clara para facilitar a visualização dos carrapatos. Após a utilização, todas as peças de roupas e calçados devem ser colocadas em água fervente para eliminar possíveis carrapatos;
Deve ser evitado o acesso a áreas de infestação de carrapatos (não sentar, não deitar, não entrar nas vegetações das margens de cursos d´água).
Para reduzir o risco de infestação e dispersão dos carrapatos, inclusive o transporte para as residências, é desaconselhada realização de passeios com animais domésticos no local sabidamente infestado;
Uma vez fixado ao hospedeiro, um carrapato infectado leva em torno de quatro a seis horas para transmitir riquétsia. Sendo assim, quanto mais rápido ocorrer a retirada dos carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair doença. Portanto, o hábito de vistoriar o corpo a cada hora é indicado;
A retirada dos carrapatos deve ser realizada com o auxílio de uma pinça, realizando pequenas torções para a direita e esquerda a fim de promover toda a retida no animal;
É contraindicada a retirada utilizando-se calor (fósforos, por exemplo), bem como métodos que possam perfurá-los, comprimi-los ou esmagá-los evitando-se a eliminação de secreções e excreções que possam conter patógenos;
A população e serviços de saúde deverão enviar carrapatos que estavam aderidos ao corpo a um dos Núcleos Regionais de Vigilância Ambiental em Saúde ou à sede da Diretoria de Vigilância ambiental em Saúde para identificação dos espécimes. Recomendamos o acondicionado da amostra em recipientes contendo álcool isopropílico, sempre que possível.
Em caso de dificuldades na retirada ou frente a ocorrência de sintomas, especialmente febre, procurar o serviço de saúde mais próximo informando a exposição ao carrapato.
Importante: A partir da suspeita clínica de Febre Maculosa, o tratamento com antibióticos deve ser iniciado imediatamente, mesmo antes do resultado laboratorial.
Notificação/Investigação
A febre maculosa é uma doença de notificação compulsória. Todo caso suspeito deve ser notificado imediatamente, dentro de 24 horas, e investigado pelos serviços de saúde, juntamente com os Núcleos de Vigilância Epidemiológica, por meio da Ficha de Investigação da Febre Maculosa/Rickettsioses do Sinan.
As informações sobre exposições a carrapatos são essenciais para auxiliar na investigação de Locais Prováveis de Infecção (LPI) e na vigilância de ambientes de importância epidemiológica.. Nesses locais são desenvolvidas ações de coleta de vetores (carrapatos e pulgas) e de amostras biológicas de reservatórios (animais domésticos e animais silvestres), realizadas pela Vigilância Ambiental em Saúde. |
Tratamento:
O tratamento oportuno da Febre Maculosa é essencial para evitar formas mais graves da doença e até mesmo a morte da pessoa. Assim que surgirem os primeiros sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para avaliação médica. O tratamento é feito com antibiótico específico. Em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A terapêutica é empregada por um período de 7 dias, devendo ser mantida por 3 dias, após o término da febre. A falta ou demora no tratamento da Febre Maculosa pode agravar o caso podendo levar ao óbito.
Documentos Técnicos
Circular n.º 1/2023 - SES/SVS/DIVEP/GVDT
Nota Informativa n.º 2/2023 - SES/SVS/DIVEP/GVDT
Nota Técnica N.º 2/2024 - SES/SVS/DIVEP/GVDT
Folheto Informativo Febre Maculosa
Alerta Epidemiológico - Febre Maculosa no Distrito Federal
Acesse aqui mais informações sobre a febre maculosa do Ministério da Saúde.
Febre maculosa: aspectos epidemiológicos, clínicos e ambientais.
Guia de vigilância em saúde: volume 3
Painel do Ministério da Saúde – Febre Maculosa