18/06/2021 às 10h00

Adolescentro é referência no atendimento de saúde mental infanto-juvenil

Unidade possui equipe multiprofissional e adolescentes são atendidos em várias especialidades

EDIÇÃO: JOHNNY BRAGA

 

JURANA LOPES, DA AGÊNCIA SAÚDE

 

Voltado para o público infanto-juvenil, o Adolescentro possui atendimento especializado para adolescentes de 12 a 18 incompletos (17 anos, 11 meses e 29 dias) com queixas moderadas de saúde mental, como transtorno de aprendizagem, déficit intelectual, transtorno do espectro autista, vivência de violência sexual ou física, depressão, ansiedade e transtornos alimentares.

 

O ambulatório de saúde mental infanto-juvenil funciona há 22 anos, atende o público de todo o Distrito Federal e possui equipe multiprofissional composta por pediatra, hebiatra - que é o pediatra especialista em adolescência -, psiquiatra, homeopata, ginecologista, neuropediatra, enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, assistente social, odontólogo e técnico de higiene dental.

 

“O atendimento é realizado de forma integral e abrange adolescente e família. A inclusão dos pais nos atendimentos e atividades terapêuticas é essencial para capacitá-los a lidar da melhor maneira com as dificuldades apresentadas pelos filhos, além do espaço de escuta para esses responsáveis. Cuidamos do adolescente sem deixar de cuidar da família”, explica Pollyana Mertens, Diretora da Atenção Secundária da Região Central.

 

A proposta do tratamento do Adolescentro é trabalhar em grupos terapêuticos, onde adolescentes convivem e realizam o tratamento com outros adolescentes. A resposta é muito positiva. O serviço conta com mais de 20 grupos terapêuticos para adolescentes e responsáveis. Mas durante a pandemia foi necessário parar os grupos devido ao risco de contágio do coronavírus.

 

Apesar dos grupos presencias estarem suspensos, alguns foram readequados para a modalidade on-line e o Adolescentro passou a oferecer mais atendimentos individuais. “Os adolescentes foram muito afetados com o isolamento social. Deixaram de frequentar a escola na modalidade presencial, de conviver de perto com os colegas, amigos e até familiares”.

 

De acordo com Pollyanna, a demanda do Adolescentro cresceu muito durante a pandemia, principalmente após a diminuição da primeira e segunda onda, quando as pessoas voltaram a sair de casa. “O serviço não parou em momento algum. Em alguns momentos tivemos atendimento prioritariamente on-line, atualmente percebemos um aumento da procura por atendimentos presenciais”.

 

A pandemia trouxe uma nova realidade e a equipe trabalhou em conjunto para não deixar os adolescentes desassistidos, utilizando novos recursos e repensando as atividades desenvolvidas para garantir que o tratamento dos pacientes não fosse afetado.

 

Atendimentos

 

Para ter acesso ao Adolescentro os adolescentes devem ser encaminhados pela Atenção Básica. Com encaminhamento e documentos pessoais, adolescente e responsável podem comparecer a unidade e realizar a entrevista inicial, realizada por profissional da equipe. O serviço não possui fila de espera.

“Após a entrevista inicial, traçamos o plano terapêutico e encaminhamos para os profissionais adequados. Hoje, o Adolescentro faz cerca de 6 mil atendimentos por mês e também recebe pacientes de outros serviços, como Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

 

Desde o ano passado Sabrina Mendonça, de 14 anos, faz acompanhamento na unidade. Ela já passou pelas avaliações funcionais e agora teve o diagnóstico de deficiência intelectual leve.

 

“Estou fazendo acompanhamento e isso tem me ajudado muito. Estou me sentindo mais proativa, faço as coisas sem minha mãe ficar mandando. Também está me ajudando com a ansiedade”, revela a adolescente. Sua mãe, Francisca da Silva conta que percebeu melhoras no comportamento da filha. Segundo ela, durante os atendimentos, ela recebe orientações sobre como lidar melhor com a filha no dia a dia.

 

Ariane Pinheiro é moradora do P Sul e foi até o Adolescentro buscar atendimento para a filha, Vitória Pinheiro, de 16 anos. Ela disse que a filha tem dado muito trabalho e tem tido muita dificuldade para aprender e seguir regras. Saiu satisfeita da unidade, com consulta marcada para a filha com ginecologista e pediatra.