05/01/2012 às 03h00

Ampliada faixa etária da vacina contra hepatite B



A partir de 2012, a vacina contra a hepatite B terá a faixa etária ampliada de 24 anos para 29 anos, conforme determinação recente do Ministério da Saúde.

A intenção, de acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Sônia Geraldes, é garantir a proteção a adultos jovens.  Quem estiver nesta faixa etária e ainda não tiver sido vacinado, deverá procurar o centro de saúde mais próximo da residência, ou do local onde trabalha, para receber a vacina.
 

Sonia Geraldes destaca que o ministério vem ampliando gradativamente a cobertura vacinal contra a hepatite B nos últimos anos. “Em 2010, passou de 19 anos para 24 e agora chegamos aos 29 anos”, informa. “O ideal seria imunizar todas as pessoas que não foram vacinadas na infância”, ressalta a médica. Mas proteger essa faixa etária é importante, afirma ela, pois ela é composta por pessoas sexualmente ativas e a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST).

Segundo a diretora da Divep, as pessoas que integram essa faixa etária tem certa resistência em procurar os centros de saúde para a vacinação. “Muitos jovens acreditam que já estão protegidos, que receberam todas as vacinas quando eram crianças, mas isso nem sempre é verdadeiro”, ressalta.

Os recém-nascidos da rede pública, de acordo com ela, recebem a primeira dose ainda na maternidade. A imunização só é eficaz quando são administradas três doses, com intervalos de um mês após a primeira e seis meses após a segunda. 

A hepatite B é uma doença transmitida pelo vírus VHB, que infecta o fígado e acaba causando um processo inflamatório crônico. A hepatite B crônica exige cuidados porque pode evoluir para cirrose hepática e câncer de fígado.

O vírus da hepatite B pode sobreviver ativo no ambiente externo por até sete dias e é 100 vezes mais infectante que o HIV, o vírus da Aids. O período de incubação dura, em média, de um a quatro meses. 

Em 2009 foram registrados 288 casos de hepatite B em todo o Distrito Federal. No ano 2010 houve uma queda no número de diagnósticos: 180. Já em 2011 esse índice voltou a subir e foram identificadas 349 pessoas com a doença. “Esse crescimento na notificação de casos não significa que houve aumento de pessoas infectadas”, salienta Sonia Geraldes, acrescentando que por se tratar de uma doença que pode se tornar crônica, muitos diagnósticos demoram a ocorrer.

Transmissão

O vírus da hepatite B está presente no sangue, na saliva, no sêmen e nas secreções vaginais da pessoa infectada. A transmissão pode ocorrer por meio de pequenos ferimentos na pele e nas mucosas; pelo uso de drogas injetáveis, por transfusões de sangue (risco que praticamente desapareceu desde que o sangue dos doadores passou a ser rotineiramente analisado) e por meio de relações sexuais.

A hepatite aguda pode passar despercebida porque a doença ou é assintomática, ou os sintomas - náuseas, vômitos, mal-estar, febre, fadiga, perda de apetite, dores abdominais, urina escura, fezes claras, icterícia (cor amarelada na pele e conjuntivas) - não chamam a atenção Outra particularidade é que a maioria dos pacientes elimina o vírus e evolui para a cura definitiva. Em menos de 5% dos casos, porém, o VHB persiste no organismo e a doença torna-se crônica.

Prevenção

A maneira mais eficaz de prevenir a infecção pelo VHB é tomar as três doses da vacina. Além dos jovens até 29 anos, devem ser vacinados os recém-nascidos, crianças que não foram imunizadas ao nascer, os profissionais da área de saúde, profissionais do sexo, homens e mulheres que mantêm relações sexuais com pessoas do mesmo sexo, aquelas que convivem com pacientes com a enfermidade. Também devem ser vacinados usuários de drogas injetáveis, manicures, podólogos, doadores de órgãos, a população indígena, policiais, caminhoneiros, portadores de HIV e de imunodeficiências, vítimas de abuso sexual, entre outros grupos.

De acordo com o Ministério da Saúde, a partir dos 20 anos quatro vacinas devem ser tomadas. A tríplice viral protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, e é aplicada em dose única. Já a vacina dupla adulto protege contra a difteria e o tétano, sendo necessária uma dose a cada dez anos. A vacina contra a febre amarela também deve ser aplicada uma vez a cada dez anos.


Celi Gomes SES-DF