Criança internada em hospital público do DF mantém estudo em dia
Criança internada em hospital público do DF mantém estudo em dia
Classes Hospitalares da SES oferecem acompanhamento educacional
Crianças hospitalizadas, por longos ou curtos períodos, nas unidades pediátricas dos hospitais da Secretaria de Saúde, recebem acompanhamento pedagógico. As atividades são realizadas na classe hospitalar por meio de um convênio da SES com a Secretaria de Educação e possibilita que os pacientes internados garantam seus estudos até a alta.
A professora Érika Mariana Gomides, responsável pela classe hospitalar do Hospital do Gama, alega que a criança doente tem o direito à continuidade dos estudos enquanto se reabilita. ”Trabalhamos em parceria com as escolas. Quando o paciente é admitido na classe hospitalar, entramos em contato com seu professor e nesse momento são repassadas todas as informações sobre o nível de aprendizado do aluno para propormos atividades ou conteúdos que deverão ser trabalhados durante o período de internação”, explica.
Ainda de acordo com Érika, “quando não é possível estabelecer o contato com a escola, até porque recebemos pacientes que residem fora de Brasília, procuramos avaliar a criança para trabalhar os conteúdos que ela precisa naquele momento”, acrescenta. Ela esclarece, ainda, que nas duas situações são realizadas atividades da forma mais diversificada possível, “para que o paciente se sinta acolhido uma vez que a criança está longe do seu convívio social e o processo de internação pode ser traumático”.
A pedagogia hospitalar mantém o vínculo da criança com sua realidade fora do hospital e assegura o atendimento às necessidades intelectuais e as do desenvolvimento infantil, segundo argumenta a professora Érika.
Alba Francisca de Sá, mãe de Isadora Luíza de 11 anos, disse que neste ano a filha já passou por quatro internações. “Com o ensino dentro do hospital, ela tem a possibilidade de continuar estudando sem interromper as atividades que estava realizando na escola. Fico mais tranquila, pois ela não corre o risco de perder as aulas e ainda pode melhorar o seu desempenho, uma vez que tem uma atenção especial da professora”, avaliou.
O pediatra Marcus César Petindá Fonseca relata que para crianças e adolescentes o ambiente hospitalar é estressante porque está relacionado à dor, frustrações e sofrimentos. “Há uma ruptura com o vínculo social. O serviço oferece além dos conteúdos escolares, momentos de lazer e descontração. O paciente melhora a autoestima e acaba encontrando forças para reagir e até mesmo conviver com a doença”.
Internado há 15 dias para tratamento de doença renal, Gabriel Alves Maciel, de seis anos de idade, encontra na pintura e nas brincadeiras motivação para superar os momentos difíceis. É o que conta a mãe, Jesuliana Alves de Sousa. “O Gabriel esquece que está doente, fica mais ativo, vejo que as atividades também ajudam no tratamento, o tempo passa e ele nem se lembra da dor”, disse.
Érika Gomides acrescenta que o trabalho também auxilia no estreitamento das relações familiares. “Muitas das atividades que são realizadas na classe hospitalar estimulam a participação dos pais. Isso proporciona um vínculo mais afetivo, uma vez que eles estão sempre perto da criança nas tarefas que são propostas".
Além do acompanhamento pedagógico são realizadas atividades como pinturas, trabalhos com colagem e dobraduras, desenhos livres, desenhos temáticos, jogos, literatura, músicas, mostra de filmes, entre outras.
O serviço de classe hospitalar também é oferecido nos Hospitais de Ceilândia, Taguatinga, no HMIB, Hran, Sobradinho, Hospital de Base e Paranoá.
Eliane Simeão