DF participa de estudo sobre eficácia da vacina de gripe no país
DF participa de estudo sobre eficácia da vacina de gripe no país
Na capital, foram selecionados 94 pacientes, entre crianças e idosos (60 anos ou mais), internados com síndrome respiratória grave nos meses de maio e junho deste ano
Larissa Lustoza, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura
Para analisar a relação entre o número de internações e a cobertura vacinal em combate à gripe (influenza), a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), junto ao Ministério da Saúde (MS), realiza pesquisa em doze estados, entre eles o Distrito Federal.
Na capital, a investigação foi coordenada pela Gerência de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Hídrica e Alimentar (Gevitha) da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF). Nessa primeira etapa, foram selecionados 94 pacientes recém-internados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) - um agravamento da síndrome gripal que, além dos sintomas típicos, pode incluir dispneia ou desconforto respiratório, piora nas condições clínicas de doença de base e hipotensão em relação à pressão arterial habitual.

“Todo esse processo possibilita obter subsídios para decidir se há necessidade ou não de ampliar a campanha de vacinação para a influenza, além de permitir avaliar a efetividade da vacina na nossa realidade, ou seja, no cenário do DF”, explica a gerente da Gevitha, Renata Brandão.
O projeto, chamado Revelac I, consiste em uma rede oficial de países que expressam o interesse em gerar evidências para programas de vacinação e mensurar a eficácia da imunização contra o vírus influenza. Para esta fase, foram incluídas crianças de seis meses a cinco anos de idade e idosos de 60 anos ou mais, internados e diagnosticados com a SRAG, entre maio e junho de 2023. Cada paciente (ou seus responsáveis) precisou enviar o comprovante vacinal, com o devido sigilo e sem cobrança de qualquer valor. A previsão é de que a segunda etapa ocorra em setembro deste ano.
Para Brandão, o projeto traz evidências sobre a eficácia da vacina contra a influenza sazonal em cenários do mundo real, dando a possibilidade de avaliação dos resultados por região. “O Brasil apresenta um volume de dados representativo e de suma importância para estimar essa efetividade.”
Vacina que funciona
Esta é a primeira vez que o DF participa da pesquisa. O projeto, contudo, é realizado anualmente desde 2012, com a utilização de dados de outros países latinoamericanos e estados brasileiros. Dados de análises anteriores (2013 a 2017) comprovaram a eficácia da vacina de influenza na redução de internações relacionadas à gripe.
“Os resultados sugeriram uma redução de 40 a 50% das hospitalizações associadas à influenza em crianças de 6 meses a 5 anos e em idosos de 60 anos ou mais, dependendo do tipo/subtipo predominante durante a estação, segundo o MS”, explica a gerente.

A vacinação contra a influenza faz parte do Programa Nacional de Imunização (PNI), instaurado em 1973. De acordo com dados do MS, durante o ano no qual a dose é recebida, o imunizante contra a influenza minimiza a carga e previne o surgimento de complicações decorrentes da doença, reduzindo os sintomas nos grupos prioritários e a sobrecarga dos serviços de saúde.
Mais de 700 mil pessoas imunizadas
Neste ano, a SES-DF tem atuado de forma diversificada para que a cobertura vacinal, tanto contra a covid-19 quanto contra a influenza, alcance o maior número de pessoas possível. Com recorrentes campanhas e forças-tarefas em espaços de grande circulação, a pasta busca facilitar o acesso à imunização.
Entre 31 de março e 10 de julho, mais de 700 mil doses de vacina da gripe foram aplicadas. No grupo prioritário de idosos, a cobertura vacinal alcançou mais de 50% da público-alvo (54,3%).