Estudantes da rede pública assistem documentário e debatem gravidez na adolescência
Estudantes da rede pública assistem documentário e debatem gravidez na adolescência
Projeto Territórios Culturais, parceria de secretarias do GDF, promove educação nos equipamentos públicosDa Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Mais de 300 jovens do ensino fundamental público do DF participaram, nesta quarta-feira (22), no Cine Brasília, de atividade educativa sobre gravidez na adolescência. Trata-se do evento semanal “Escola vai ao Cinema”, parte do Projeto Territórios Culturais, parceria entre as secretarias de Cultura e Economia Criativa, Educação e Saúde, que dá, a estudantes, a oportunidade de aprender utilizando equipamentos culturais na capital. Jovens da rede pública de diferentes regiões – Estrutural, Itapõa, Planaltina, Asas Sul e Norte – assistiram ao documentário “Meninas”, de Sandra Werneck (2006, Brasil, 71 minutos), que retrata o drama da gravidez na adolescência. Depois do filme, o público, formado por adolescentes de 12 a 16 anos, tirou dúvidas com duas servidoras da Saúde. “A escola é o instrumento mais eficaz para educar os jovens para as questões sexuais, permitindo que façam escolhas mais corretas e retardem a entrada na vida sexual, sem alimentar tabus e obscurantismo”, ensina a psicóloga Fernanda Falcomer, gerente do Núcleo de Combate a Doenças Sexualmente Transmissíveis e Promoção da Saúde no DF. “Projetos como este mostram que a escola tem um papel central no rompimento do círculo vicioso da gravidez precoce, em que filhas adolescentes de mulheres que engravidaram na adolescência acabem ficando grávidas também. Desmistificam também a entrada na sexualidade. A gravidez adolescente é cria da desinformação”, emenda Daniela Magalhães, enfermeira do Núcleo de Estudos, Prevenção e Atenção às Vítimas de Violência. As profissionais enfatizam que os meninos e meninas que passam por esta situação sofrem com as gestações não planejadas. As meninas, além dos riscos de saúde para um corpo ainda despreparado para suportar a gravidez, têm de lidar com as consequências, que lhes tiram oportunidades e frequentemente produzem evasão escolar. Os meninos, por sua vez, passam a ser atormentados por responsabilidades que não estão preparados para assumir. Falcomer destaca que é imprescindível educar meninos e meninas. “A carga sobre meninas acaba sendo maior, mas ambos sofrem”, afirma. Ela diz ainda que o álcool, droga lícita, glamourizada pela publicidade, vira porta de entrada para outras drogas, que desembocam em sexo, inclusive sem consentimento da mulher. Daniela alerta para notificações crescentes no DF de casos de estupros, inclusive coletivos, em função da falta de debate e de esclarecimento que a escola é capaz de fazer.