Farmácia do Hran aumenta segurança na prescrição de medicamentos
Farmácia do Hran aumenta segurança na prescrição de medicamentos

Pacientes internados são acompanhados para evitar uso errado de remédios
BRASÍLIA (21/7/16) – Uma medida adotada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) tem ajudado pacientes internados na unidade a seguir corretamente a prescrição de medicamentos. A criação do Núcleo de Farmácia Clínica, com seis farmacêuticos, 24 horas por dia, tem permitido o acompanhamento de toda a medicação indicada pelo médico, aumentando a segurança do paciente e diminuindo os custos da Secretaria de Saúde.
"Iniciamos em março, acompanhando pacientes em tratamento com antibióticos, pois quando o uso deles não é feito de forma correta, pode aumentar o tempo de internação e até mesmo agravar a situação do doente. Quando percebemos alguma inadequação, conversamos com a equipe multiprofissional para fazer as adequações necessárias", explica a chefe da Farmácia Clínica do Hran, Priscila Parente.
Atualmente, o núcleo já faz a análise das prescrições de todos os internados no Hran, uma média mensal de 4 mil prescrição. "Além de olhar dosagem, se aquela medicação é a mais indicada, as interações medicamentosas, também fazemos a substituição de medicamentos em falta na rede por outro de mesmo efeito e ajudamos a conseguir medicações de alto custo, por exemplo", conta Parente.
Com as medidas adotadas, somente em maio, de 51% das medicações prescritas que estavam em falta na rede, 44% puderam ser substituídas por outras de mesmo efeito e que estavam disponíveis nas farmácias da Secretaria de Saúde.
"Analisamos também, em maio, que pelo menos 11% das prescrições estavam com algum problema na dose prescrita. Por exemplo, tinha um paciente que estava tomando um antibiótico de 8 em 8 horas quando hoje já se usa tomar apenas uma vez ao dia. Há desde problemas de cálculo de dosagem até mesmo de digitação", aponta a chefe do núcleo.
PERFIL – Outra possibilidade com a criação do Núcleo de Farmácia Clínica éa análise do perfil antimicrobiano da UTI, da Unidade de Queimados e da clínica Cirúrgica. "A gente verifica se o antibiótico que está sendo usado naquela unidade é compatível com a especialidade clínica daquele andar. Assim, analisamos se está dentro do protocolo da Secretaria de Saúde e também encontrar espectros de maior eficiência para essa especialidade", explica Priscila Parente.
Esse acompanhamento de perto já tem permitido economia para a Secretaria de Saúde. "Ainda não houve tempo de levantar em porcentagem ou valores, mas estamos fazendo isso. Porém, um exemplo recente mostra como é possível reduzir custos: foi prescrito para uma paciente um antibiótico caro, e que, normalmente, o cálculo da dose é de 6 mg por quilo do paciente, mas prescreveram 17mg por quilo. Quando detectamos, foi feita a alteração. Com isso, além do gasto a menos, ainda evitamos um possível quadro de insuficiência renal no paciente", conta a chefe do núcleo.
FUTURO – A ideia do núcleo para um futuro recente é iniciar o consultório farmacêutico. "Com isso, no momento em que o paciente receber a alta hospitalar, vai até este consultório para analisarmos a receita e otimizá-la, orientando qual o melhor horário para tomar, se pode ter interação com outras medicações e até com alimentos", diz Priscila Parente, ressaltando que um acompanhamento periódico seria feito para saber se o paciente está aderindo bem à terapêutica. Para que esse consultório seja aberto, será necessário a contratação de mais servidores.