01/10/2021 às 16h38

General Pafiadache completa 30 dias de gestão e quer ampliar pontos positivos na saúde

Secretário de Saúde tomou posse no final de agosto e faz um balanço das ações realizadas e dos desafios que estão sendo enfrentados à frente da pasta

General Pafiadache completou 30 dias à frente da Secretaria de Saúde - Foto: Davidyson Damasceno/Iges-DF

 

AGÊNCIA SAÚDE-DF

 

Após 30 dias no comando de uma das principais pastas do Governo do Distrito Federal, o secretário de saúde, general Pafiadache, fez uma avaliação do primeiro mês de sua gestão. Segundo o gestor, o início tem sido de muita análise da situação e quais medidas precisam ser tomadas para melhorar a qualidade do serviço ofertado à população.

 

“Nesta semana, completei 30 dias à frente da secretaria. As coisas estão começando a se normalizar, principalmente em relação ao processo de vacinação. Existe muito trabalho a ser feito. Estamos estabelecendo prioridades urgentes, sem perder a visão de médio e longo prazos. Buscamos fazer uma gestão efetiva e com entregas aos usuários”, destacou o secretário.

 

Cirurgias eletivas

 

Uma das prioridades de atuação é buscar soluções para as filas das cirurgias eletivas, represadas ao longo de mais de um ano de enfrentamento da pandemia da covid-19. A meta é alcançar os pacientes que aguardam há mais tempo por uma cirurgia e reduzir o tempo de espera. “Neste mês de setembro, ampliamos as forças-tarefas e implantamos o terceiro turno de cirurgia. Os resultados positivos já estão aparecendo, mas ainda temos muito a conquistar”, indicou Pafiadache.

 

Entre as medidas tomadas para possibilitar esse avanço estão a concessão de 10 mil horas de Trabalho por Tempo Definido (TPD), uma espécie de hora extra; o terceiro turno de cirurgias eletivas; e a remobilização de leitos, que antes eram destinados para atendimento a pacientes com covid-19, para pacientes não acometidos pela doença.

 

Esse novo cenário começou a ser implantado no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). O Hospital Regional da Asa Norte (Hran), o Hospital da Região Leste (HRL) e o Hospital Materno Infantil de Brasília Dr. Antônio Lisboa (Hmib) também aderiram ao novo planejamento, neste mês de setembro. A Secretaria de Saúde faz o monitoramento mês a mês e, no início do mês de outubro, divulgará os dados atualizados referentes ao mês de setembro, contemplando a lista de cirurgias e procedimentos realizados.

 

Outro ponto importante é o redirecionamento dos pacientes com covid-19 para os hospitais de campanha do Distrito Federal. Antes da organização desse fluxo, as internações ocorriam em todos os hospitais da rede. Com o avanço da vacinação e redução dos índices de internações decorrentes da doença, especialmente em UTIs, foi possível fazer essa nova organização e liberar leitos dos hospitais regionais para, assim, avançar na realização de cirurgias eletivas.

 

Visitas técnicas

 

Um dos focos da gestão é ofertar uma assistência à saúde cada vez melhor e mais próxima do usuário. Para tanto, o secretário tem feito visitas técnicas a diversas unidades da rede para avaliar a situação de cada uma, conversar com os profissionais de saúde e verificar as condições de funcionamento.

 

As visitas iniciaram pelo maior hospital do DF. Na ocasião, o chefe da pasta foi até o Hospital de Base, que é gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). Outra unidade visitada pelo secretário foi o Hospital Regional do Gama (HRG). O intuito foi verificar os gargalos causados pela pandemia do novo coronavírus e montar estratégias para solucioná-los. “Quero conhecer de perto toda a rede de saúde pública. As vistorias são importantes porque sempre descobrimos pontos que podemos atuar imediatamente. Muitas das demandas do HRG são as mesmas de outros hospitais. Se conseguirmos solucionar os problemas desta unidade, também vamos favorecer outros locais”, avaliou o gestor.

 

O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) também recebeu a visita do secretário de saúde. Na oportunidade, o titular da pasta conheceu a Unidade de Queimados e verificou o funcionamento dos prontos-socorros, como o da clínica médica, que voltou, no início de setembro, a receber pacientes não-covid, após um ano e seis meses funcionando exclusivamente no atendimento a pacientes com covid-19. Ainda no Hran, Pafiadache visitou o ambulatório, salas de exames e o almoxarifado, onde verificou a situação dos estoques de insumos.

 

Referência no atendimento de diversas especialidades médicas na Região de Saúde Sudoeste, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) também esteve no rol de unidades visitadas pelo secretário de saúde, que conferiu de perto as mudanças que estão sendo implementadas no local. O ambulatório passa por manutenção predial, o que possibilitará a ampliação do setor em cinco novos consultórios. Com isso, o HRT vai dobrar a capacidade de atendimentos para primeira consulta na unidade de oncologia, passando de 65 para 130. Além disso, os serviços de manutenção e revitalização atenderão toda a área do ambulatório e outros setores.

 

Outros locais visitados pelo gestor foram o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e o Hospital Regional de Sobradinho (HRS), que passaram por incidentes no mês de setembro. No HRSM, gerido pelo Iges-DF, houve um princípio de incêndio que atingiu o subsolo da unidade. Já no HRS, foram dois incidentes na parte elétrica. “Nós não estamos livres de intercorrências em nossos hospitais. Evidentemente que estamos com manutenção predial constante, mas elas podem ocorrer. O que interessa é a reação, para que não haja nenhum tipo de dano à saúde do nosso paciente”, destacou Pafiadache.

 

Fechando o primeiro mês à frente da Secretaria, nesta terça-feira (28), o secretário de saúde fez uma visita técnica a quatro unidades de saúde da região Sudoeste: UBS 7 de Samambaia, Centro de Atenção Psicossocial III adulto, Policlínica de Samambaia e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia. “Vamos continuar visitando unidades da rede pública, conversando com profissionais das diversas áreas da nossa Secretaria. Pretendemos identificar as necessidades da população, especialmente dos pacientes e de seus familiares, seja diretamente ou por meio dos jornalistas, com os quais vamos continuar nos reunindo todas as semanas, com o intuito de ouvir, prestar esclarecimentos e informações”, afirmou o chefe da pasta.

 

Assistência

 

Porta de entrada ao Sistema Único de Saúde, as unidades básicas de saúde (UBS) são essenciais para efetuar os primeiros atendimentos na atenção primária. No mês de setembro, mais uma UBS foi entregue para beneficiar os moradores da Região de Saúde Centro-Sul. A UBS 5 do Riacho Fundo II vai dar cobertura para uma população de aproximadamente 28 mil pessoas. A UBS possui 2.143 metros quadrados de área construída e, inclusive, ganhou destaque no ArchDaily – o site de arquitetura mais visitado do mundo.

 

Para o secretário de Saúde, general Pafiadache, é uma grande satisfação entregar no início da gestão a UBS considerada uma das maiores do Brasil. “Temos que atuar na atenção básica, pois é onde começam os atendimentos à população”, afirma.

 

Além da UBS, foi inaugurada em setembro a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ceilândia II, localizada na Expansão do Setor O. A construção das UPAs é de responsabilidade do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF), que também vai gerir as unidades. A estrutura de Ceilândia vai atender 4,5 mil pessoas por mês e recebeu o investimento de aproximadamente R$ 6,6 milhões repassados pela Secretaria de Saúde do DF, dos quais R$ 5,4 milhões são em obras; R$ 1,7 milhão, em equipamentos; e R$ 535,5 mil, em mobiliário.

 

Insumos

 

No sentido de buscar soluções urgentes para questões sensíveis como o abastecimento de insumos, o secretário de saúde montou um gabinete de crise. O anúncio foi feito em entrevista coletiva realizada na segunda-feira (27/10), na sede da Pasta. “Diariamente, pela manhã, eu reúno todos os que se envolvem com os assuntos de compra, contratação e logística porque temos que apresentar resultados. A intenção é colocar todo mundo buscando soluções”, anunciou o general Pafiadache.

 

Reforço nas equipes

 

No início do mês, a Secretaria de Saúde ganhou o reforço de mais 497 profissionais para a rede pública de saúde, sendo 100 em caráter temporário. Os novos servidores foram chamados para atuar tanto em hospitais regionais quanto em unidades básicas de saúde, como também na área administrativa e em serviços técnicos.

 

Foram convocados, ainda, 131 médicos da especialidade clínica médica para atuar temporariamente no reforço das equipes nos hospitais da rede pública de saúde do Distrito Federal. Os convocados foram aprovados em processo seletivo simplificado emergencial.

 

Outro processo seletivo vigente é para a contratação temporária de 500 agentes comunitários de saúde e 500 agentes de vigilância ambiental. A contratação vai reforçar o trabalho de vigilância à saúde no enfrentamento da pandemia.

 

Também cabe destacar a criação do Programa de Incentivo às Residências de Medicina de Família e Comunidade no âmbito da SES, o qual oferece uma complementação financeira à bolsa de residentes para que eles possam dedicar parte da carga horária (40h) no atendimento a pacientes nas unidades básicas de saúde, fortalecendo o atendimento de saúde na atenção primária do Distrito Federal.

 

Vacinação

 

A campanha de vacinação contra a covid-19 continua avançando no DF e, nesta semana, atinge um importante marco: o início da vacinação de 12 anos. Dessa forma, a secretaria cumpre o planejamento técnico do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. “Estamos cientes de que ainda faltam diversas pessoas para tomar a primeira e a segunda dose. O nosso compromisso é planejar e executar a vacinação a partir de 12 anos, conforme o protocolo do Ministério, e já estamos entrando em todas as faixas etárias previstas, para que possamos cumprir a cobertura vacinal junto ao país”, destacou o secretário de Saúde, general Pafiadache, em coletiva de imprensa.

 

O secretário disse, ainda, que a Secretaria de Saúde irá em busca do público que ainda não se vacinou no DF. “Nós vamos atrás de quem ainda não se vacinou e fazer uma série de medidas, juntamente com a subsecretaria de Vigilância à Saúde, para alcançar esse público, seja na área rural, ou criando pontos em locais específicos, como na rodoviária”, anunciou o general.

 

Ainda segundo ele, as medidas têm como objetivo alcançar pelo menos 90% da população vacinada na capital federal. “Isso é o mínimo. O ideal é que alcancemos 100%”, pondera.

 

Avaliação

 

Pafiadache disse ainda não estar satisfeito. “Estou insatisfeito porque não atingimos ainda o que pretendemos como normalidade de suprimentos, de recursos humanos na ponta da linha, da diminuição das filas de cirurgias eletivas que estão represadas. Estamos começando um trabalho duro, e vamos precisar avançar para conseguir normalizar o que for preciso”, enfatizou.

 

Ao fazer um balanço das ações e dos desafios encontrados, o secretário destacou, mais uma vez, a importância da atuação conjunta. “Prometemos ouvir os profissionais de saúde, das diversas áreas, acolher os apelos da população, mais especificamente dos pacientes e, principalmente, trabalhar muito, de forma planejada, organizada e em equipe, para que metas sejam alcançadas e a população possa ser contemplada com um serviço de saúde eficiente e de qualidade”, finaliza.