26/05/2017 às 18h10

Hran faz mutirão de cirurgias de endometriose

Evento é transmitido ao vivo para médicos e residentes 

BRASÍLIA (26/5/17) – O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) promove pela primeira vez, nesta sexta-feira (26) e sábado (27), o mutirão de Cirurgias Laparoscópicas de Endometriose Profunda. A ação - que beneficiará seis mulheres - tem como objetivo conscientizar profissionais de saúde e comunidade sobre diagnóstico e tratamento de endometriose. No encontro de cunho científico, os participantes discutem os recursos disponíveis e técnicas cirúrgicas padronizadas para melhor tratamento clínico.

A previsão é de que duas mulheres sejam operadas em cada turno, até sábado pela manhã. As cirurgias são filmadas e transmitidas ao vivo em um telão no auditório do Hran pelo I Meeting de Cirurgias Minimamente Invasivas para médicos e residentes das especialidades ginecologia, urologia, proctologia, cirurgia geral e áreas afins.

A ação é realizada pela Secretaria de Saúde em parceria com empresas particulares e o Instituto Crispi, que visa difundir as técnicas minimamente invasivas entre médicos do Brasil e assegurar atendimento às pacientes que necessitam ser submetidas a procedimentos cirúrgicos.

"O Hran reúne especialidades necessárias para o tratamento multidisciplinar dessa patologia. Por isso, é um grande ponto de apoio para alavancar o tratamento de endometriose profunda no Distrito Federal", destacou a coordenadora da ação, a médica Josenice Gomes. Segundo ela, a endometriose afeta aproximadamente 15% da população feminina.

SENSIBILIZAÇÃO - O presidente do Instituto Crispi, Cláudio Peixoto Crispi, explica que o evento é promovido em outros 12 estados brasileiros como Espírito Santo, Tocantins e Rio Grande do Sul. Para ele, essa é uma oportunidade de sensibilizar a população sobre a existência da doença e para tentar unificar o discurso sobre como fazer o tratamento dessa enfermidade.

"A endometriose impacta a mulher em sua vida social, financeira, profissional e pessoal. Nós, profissionais de saúde, temos que conduzir bem o tratamento de uma mulher com endometriose. Muitas delas ressaltam a dificuldade em diagnosticar a doença em um consultório. Precisamos escutar as pacientes. É uma doença que evolui e sempre piora", disse Crispe.

Segundo ele, aproximadamente 40% a 70% das mulheres possuem dor pélvica crônica e de 50% a 70% das mulheres são inférteis. Além disso, no Brasil, em 2012, R$ 183 bilhões foram gastos com o tratamento da doença, que tem custo elevado. "O tratamento é cirúrgico, mas nem toda paciente precisa ser submetida à operação", finalizou.

A doença ocorre quando partes do endométrio, tecido que reveste o interior do útero, se deslocam da cavidade uterina e atingem outros órgãos localizados na pelve, como trompas, ovários, intestinos e bexiga.

Também participaram do evento o presidente do Conselho Regional de Medicina, Jairo Zapata; o presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília, Jean Pierre; a coordenadora de Ginecologia da Secretaria de Saúde, Marta Betânia; além do representante da Superintendência da Região de Saúde Centro Norte e do Hran, Paulo Lisboa.

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