Karatê Social oferece aulas gratuitas em unidade de saúde do Gama
Karatê Social oferece aulas gratuitas em unidade de saúde do Gama
As aulas são dadas há 17 anos por um técnico de laboratório que trabalha na UBS 5 e são voltadas para servidores e para a comunidade
Agência Brasília
A unidade básica de saúde (UBS) 5 do Gama não oferece apenas consultas, exames e aconselhamento aos pacientes. Todas as terças e quintas-feiras, das 17h às 19h, o técnico de laboratório da unidade, Luiz Armando do Nascimento, de 58 anos, troca o uniforme de trabalho por quimono e faixa para dar aulas gratuitas de karatê no galpão anexo à UBS, construído pela comunidade.
Os alunos são colegas de trabalho, moradores do Gama e também pessoas com necessidades especiais. O projeto existe há 17 anos, tendo sido suspenso durante a pandemia de covid e retornado em agosto deste ano.
O técnico de laboratório da UBS 5 do Gama, Luiz Armando do Nascimento (terceiro à esquerda), criou o projeto há 17 anos
“Criei o projeto para contribuir com servidores e tirar a criançada da rua. Temos também alunos que são autistas e hiperativos, entre outras deficiências”, explicou. O nome do projeto é Karatê Social Pais e Filhos. As aulas foram retomadas com 12 pessoas, mas o instrutor acredita que aos poucos esse número vai aumentar.
Professor de karatê há 40 anos, Luiz afirma que os seus alunos têm o mesmo aproveitamento que os de uma academia tradicional. “Aqui é a mesma coisa de uma academia, com mudança de faixa, por exemplo. A única diferença é que a gente tem uma aula mais direcionada a pessoas especiais, idosos, todos interagindo junto. O objetivo é o bem-estar e a saúde das pessoas”, explicou.
As aulas de karatê na unidade de saúde são gratuitas e são realizadas às terças e quintas-feiras, das 17h às 19h
Uma das alegrias de Luiz Armando nesses quase 20 anos de academia improvisada, é ter dado aula a um adolescente autista, que chegou na UBS para aprender karatê aos 14 anos. “A modalidade o ajudou muito a evoluir na escola, segundo disse uma de suas professoras. Quando saiu daqui, depois de dez anos, ele foi para a faculdade fazer o curso de Letras”, disse.
A agente de saúde e servidora da UBS, Denise Cardoso, 40 anos, disse que o fato de as aulas acontecerem numa unidade de saúde é bom porque chama a atenção dos pacientes, que acabam se interessando pelo esporte. “Muitos resolveram participar depois que viram as aulas. Eles ficavam olhando, depois vinham perguntar e, assim, começaram a participar das aulas assim”, destacou Denise. A servidora, que hoje é faixa amarela, começou a praticar karatê na UBS há seis meses.
O sushiman Marques Roberto, de 39 anos, pratica karatê na UBS há quatro anos. Hoje ele é faixa vermelha e sonha em dar sequência ao projeto social iniciado por Luiz Armando. “É muito bom. Deveria haver mais projetos como este”, opina.
Quem tiver interesse de fazer as aulas, é só procurar o professor na UBS 5 do Gama (Quadra 38, Área Especial Leste).
A servidora da UBS 5 Denise Cardoso começou a praticar karatê há seis meses e hoje é faixa amarela. Foto: Renato Araújo - Agência Brasília