01/09/2025 às 09h04

Novas camisinhas já estão disponíveis nas unidades de saúde do DF

Texturizadas e mais finas, objetivo da diversificação é incentivar uso contínuo e reforçar o combate às infecções sexualmente transmissíveis

Isabela Graton, da Agência Saúde DF | Edição: Natália Moura

O Ministério da Saúde (MS) iniciou a distribuição gratuita de dois novos modelos de camisinha: as versões texturizada e fina. Ambos  já estão disponíveis nas unidades da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). A retirada é gratuita e não exige documentos de identificação nem restrições de quantidade.

Para a gerente substituta de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist) da SES-DF, Daniela Magalhães, a distribuição dos modelos contribui com a estratégia de prevenir contra diversas doenças. “O MS estima que aproximadamente 60% da população faz sexo sem preservativo. Diante desse dado, é preciso buscar alternativas que encoraje a proteção", diz. 

 

Os novos preservativos texturizados e mais finos estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde de forma gratuita. Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde DF

 

Em um cenário de impopularidade, a diversificação da oferta busca tornar o uso da camisinha atraente e, assim, mais contínuo, já que a diminuição pode acarretar no aumento de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), causadas por vírus e bactérias. 

As versões disponibilizadas pela rede pública de saúde buscam, portanto, solucionar queixas de pacientes, como aquelas referentes à textura dos preservativos. "O sensorial da camisinha sempre foi uma questão, principalmente para o público mais jovem. Esse desconforto leva a não proteção. Dessa forma, diversificar é pensar também na qualidade da relação sexual e incentivar a adesão", avalia o farmacêutico da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 da Asa Sul Marcus Túlio Batista.  

Jovens estão se protegendo menos

Essa preocupação é fundamentada por inúmeros estudos. Uma pesquisa recente da Organização Mundial de Saúde (OMS), por exemplo, publicada em 2024 e feita com adolescentes de diversos países europeus, apontou que os jovens estão deixando de lado o uso de camisinha. Entre 2014 e 2022, o percentual de jovens do sexo masculino que utilizaram preservativos em suas relações sexuais caiu de 70% para 61%; entre as meninas o índice foi de 63% para 57%.

No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada ainda em 2019 e publicada em 2021, antecipavam a tendência: apenas 22,8% das pessoas entrevistadas relataram usar preservativo em todas as relações sexuais, enquanto 17,1% disseram utilizar "às vezes" e 59%, nenhuma vez.

 

"O sensorial da camisinha sempre foi uma questão. Portanto, diversificar é pensar também na qualidade da relação sexual e incentivar a adesão", diz o farmacêutico da UBS 1 da Asa Sul Marcus Túlio Batista. Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde DF

 

Prevenção combinada

A disponibilização gratuita de preservativos faz parte das ações de prevenção combinada empregadas pela SES-DF. O intuito é combater o aumento de casos de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e aids, além de outras IST como sífilis e hepatites virais. 

Para tanto, a SES-DF integra diferentes abordagens de prevenção que combinam estratégias biomédicas, comportamentais e estruturais baseadas nos direitos humanos e em evidências científicas. Dentre os métodos estão testes rápidos gratuitos para o diagnóstico de IST, vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) e as hepatites, oferta de remédios retrovirais, profilaxias Pré e Pós-Exposição ao HIV, entre outros.