Palhaços levam acolhimento e humanização à UBS 1 da Estrutural
Palhaços levam acolhimento e humanização à UBS 1 da Estrutural
Projeto RiSUS promove integração entre arte, saúde e comunidade
Larissa Lustoza, da Agência Saúde DF | Edição: Willian Cavalcanti
Alexsandro dos Santos, 32 anos, aguardava atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 da Estrutural quando foi surpreendido por uma verdadeira “palhaçada”. Entre risadas e brincadeiras, Dikeka, Sansão e Severina entraram na UBS com muita graça e transformaram a espera em um momento de descontração. Alexsandro foi um dos que se divertiram com a intervenção nesta quarta-feira (10). “Gostei muito. Eu não esperava, já tinha visto apresentação de palhaço, mas não em uma UBS”, conta o morador da região.

A ação faz parte do projeto “RiSUS”, que reúne arte, cultura e saúde para promover a humanização por meio da palhaçaria. A partir da integração com a UBS 1 da Estrutural, o objetivo é levar a palhaçaria, mais comum em ações voluntárias nos hospitais, para a Atenção Primária, a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS).
A proposta nasceu diante do aumento dos atendimentos relacionados à saúde mental, conforme explica a psicóloga Shyrlene Brandão. “Estávamos muito angustiados com a quantidade de casos, principalmente porque produzem isolamento em idosos e adolescentes. Então, alinhamos essa ação, porque acreditamos na arte como elemento de saúde mental”, destacou.

Por trás da palhaça Dikeka, está a psicóloga Rebeca Torquato, que reforça o poder da conexão proporcionada pela palhaçaria. “Um fator muito essencial é gerar conexão, porque a figura do palhaço traz isso, esse jogo da relação, que é uma ferramenta fundamental para o cuidado”, disse.
Marcelo Nenevê – o Sansão – explicou que a ideia é fortalecer o cuidado desde a Atenção Básica. “Nosso desejo era ir para outros espaços e estar territorializado, mais próximo da base da pirâmide do SUS. Foi nesse sentido que a gente pensou em ir para a UBS”, conta.

Para o artista, a intervenção vai além da saúde física. “É uma ideia mais holística. O palhaço entra em um espaço onde remédio nenhum vai, nós vamos na alma. Vamos para somar, tocar lá na alma e devolver um pouco a noção de que não são doentes, são pessoas”, pontua.
A trupe já planeja outras ações, todas voluntárias. Entre as iniciativas, estão previstas apresentações durante as práticas integrativas em saúde (PIS), como a terapia comunitária, e nas ações do Programa Saúde na Escola (PSE).