Profissionais do Samu passam por curso de defesa pessoal
Profissionais do Samu passam por curso de defesa pessoal
Objetivo é assegurar integridade física dos usuários e equipes de atendimento
BRASÍLIA (27/9/17) - Nos milhares de atendimentos que o Samu do Distrito Federal realiza anualmente, talvez imprevisível seja a palavra que melhor defina as situações de emergência enfrentadas pelos seus profissionais. Um campo de ação que engloba acidentes de qualquer natureza com traumas e vítimas, ocorrência de maus-tratos, trabalhos de parto de alto risco, transtornos psiquiátricos, dependências químicas e outras incontáveis circunstâncias onde os nervos à flor da pele propiciam reações humanas não raro de difícil controle.
"Nesse imenso leque de trabalho, o risco de incidentes entre os profissionais de saúde que realizam o atendimento e os usuários é alto e frequente. Para assegurar a integridade de ambas as partes – principalmente dos usuários – realizamos uma parceria institucional com a Diretoria de Capacitação da Secretaria da Criança do DF e estamos promovendo cursos de defesa pessoal para os profissionais de saúde", informa o chefe do Núcleo de Educação em Urgências do Samu, Tiago Vaz.
O curso tem o objetivo de proporcionar aos servidores de APH (atendimento pré-hospitalar) técnicas de defesa, tanto para aplicação em sua vida pessoal, quanto na profissional, pois, "em grande parte do seu tempo de trabalho eles estão sujeitos ao contato com situações adversas", esclarece Tiago.
Neste ano serão treinadas duas turmas com 25 participantes, cada, na Escola de Governo do DF, incluindo aulas teóricas e práticas. A primeira etapa está sendo promovida nos dias 25 a 29 de setembro e a segunda, prevista para o início de dezembro. "Na parte teórica são apresentados os conceitos de defesa, agressão e postura, com palestras e vídeos de situações reais vivenciadas por agentes públicos", explica um dos instrutores do curso, Israel Carrara de Pienna.
No módulo prático, os alunos aprendem técnicas de contenção, imobilização, rolagem e defesa contra socos, chutes, enforcamento e estrangulamento. "O objetivo é sempre proteger a integridade física do eventual agressor, pois uma imobilização feita de forma inadequada pode causar lesões. Por outro lado, como o profissional de saúde não porta qualquer tipo de arma, ele também se torna vulnerável", pondera Israel Pienna.
O técnico em enfermagem José Júnior, há 12 anos no Samu, "desde o segundo dia da sua criação", relata já ter presenciado situações extremas e relembra casos de colegas do Samu vítimas até mesmo de esfaqueamento. Mesmo sendo faixa preta em artes marciais, o taewkondo, ele diz estar aprendendo novas técnicas no curso.
"Arte marcial é uma coisa, defesa pessoal é outra, com objetivos distintos. No curso aprendemos como cair, nos defender de chutes e socos e, principalmente, garantir a segurança de todos os envolvidos na situação. Sem preparo, pela vontade de ajudar, a equipe pode entrar erradamente no ambiente e estar sujeita a todo tipo de incidentes. No curso, aprendemos a gerenciar melhor os acontecimentos", conclui.
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