Saúde bate recordes de atendimento em 2024
Saúde bate recordes de atendimento em 2024
Atenção Primária à Saúde teve aumento de 18% nos serviços em relação ao ano passado. DF também presta assistência a pacientes do Entorno e de outros estados
Humberto Leite, da Agência Saúde-DF | Edição: Fabyanne Nabofarzan
Os números de 2024 da Secretaria de Saúde (SES-DF) revelam um ano com aumento de produtividade e ampliação na oferta de serviços para a população. Foram mais de quatro milhões de atendimentos individuais realizados pela Atenção Primária à Saúde (APS). O número é 18% maior que o registrado em 2023. Houve também avanços no atendimento ambulatorial, expansão das cirurgias e maior oferta de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
“Em termos de gestão, os indicadores positivos são interessantes, mas não são apenas estatísticas. O que temos, efetivamente, é um número maior de pessoas beneficiadas. São crianças, mães, pais e idosos, todos com uma vida melhor”, afirma a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. Ela destaca ainda que, ao longo do ano, houve investimentos na área de pessoal, revitalização de unidades e compra de equipamentos, dentre outras iniciativas.

No caso da APS, principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), foram mais de 3,7 milhões de atendimentos na rede de 176 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e mais de 16 mil em domicílio. Destaque ainda para 5,7 mil ações realizadas em vias públicas, como o Consultório na Rua, que atende populações vulneráveis, e 1,5 mil em instituições como abrigos. Em escolas e creches, ocorreram 1,6 mil atividades, como parte do Programa Saúde na Escola.
O Serviço de Atenção Domiciliar de Alta Complexidade, conhecido como home care, oferece atualmente 100 vagas e deve chegar a 200. Os pacientes recebem em casa serviços de técnico de enfermagem 24 horas, visita médica e de enfermeiro, nutricionista, profissionais de fonoaudiologia e da área de fisioterapia motora e respiratória.

Atenção Secundária
A Atenção Secundária, que atua no atendimento ambulatorial especializado e complexidade intermediária, também teve avanços. De janeiro a setembro de 2024, foram mais de 2,5 milhões de atendimentos. A média é de 283,3 mil por mês, cerca de 13,5% acima dos 249,5 mil registrados em cada mês do ano passado.
Os índices envolvem as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), policlínicas, centros especializados, Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs), Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) e os Centro de Especialidades para a Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepavs).
Hospitais
Nos hospitais, as cirurgias ambulatoriais chegaram, de janeiro a outubro, a quase cinco mil por mês, 6,2% acima da média registrada ao longo de 2023. Destaque também para o uso de leitos de UTI: de janeiro a outubro de 2024, foram em média quase 13 mil diárias atendidas por mês, frente a 11 mil diárias mensais ao longo de todo o ano passado.
A ampliação é fruto do aumento da oferta. Nos últimos seis anos, o número de leitos de UTI na rede pública saltou de 319, em dezembro de 2018, para 433, até novembro deste ano. De acordo com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), o Distrito Federal tem mais que o dobro de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por 100 mil habitantes se comparado à média brasileira.

“Todos esses dados, disponíveis para a população por meio das iniciativas de transparência da Secretaria, mostram que houve um planejamento acertado para a ampliação de atendimento em todos os níveis de atenção”, detalha Lucilene Florêncio.
A secretária ressalta ainda o investimento constante em melhorias de gestão, com processo de digitalização avançado e investimento em iniciativas como o Centro de Inteligência Estratégica para a Gestão do Sistema Único de Saúde (Cieges-DF) – uma plataforma que permite o acompanhamento de diversos indicadores.
Atendimento sem distinção
Os dados também mostram a importância da SES-DF para os 33 municípios goianos e mineiros da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF). Pessoas com moradia fora do Distrito Federal (DF) são, conforme preconiza o Sistema Único de Saúde (SUS), atendidos sem distinção.
De janeiro a setembro de 2024, o DF atendeu 36,3 mil pacientes da Ride-DF em internações hospitalares (UTI e alta complexidade), o que equivale a 48,5% de todas as internações dessa região. Além disso, o Distrito Federal também acolheu a internação de 5,1 mil pacientes de outros estados fora da região, incluindo 515 internações em UTI e 974 em alta complexidade.

A saúde materno-infantil também faz parte da estatística: 71% dos partos e puerpérios da Ride-DF são realizados nos hospitais públicos do Distrito Federal, enquanto 92% das internações no período perinatal também ocorrem na rede pública de saúde da capital.
Cerca de 30% dos 24,2 mil brasilienses nascidos entre janeiro e setembro, na verdade, vão morar em outros estados: Goiás, Minas Gerais, Bahia, Piauí, São Paulo, Maranhão e Tocantins. A situação se repete na oncologia. No mesmo período, das 1,6 mil autorizações de internação para cirurgias oncológicas, 246 foram para pacientes de outras unidades federativas.

Além disso, até setembro de 2024, foram realizados 78,4 mil procedimentos ambulatoriais de alta complexidade para pacientes da Ride-DF. Na prática, no DF ocorrem 46,7% dos tratamentos de oncologia de habitantes do entorno do Distrito Federal, 72,2% dos cateterismos cardíacos e 40,3% dos exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada, dentre outros procedimentos de alta complexidade.
O Distrito Federal também atendeu 17 mil pacientes de outros estados fora da RIDE-DF em procedimentos ambulatoriais de alta complexidade ao longo de 2024.