28/11/2021 às 11h25

Saúde possui quatro hortos medicinais para cultivo de mais de 80 espécies de plantas medicinais

Objetivo é promover saúde, educação em saúde e ofertar plantas medicinais como recursos terapêuticos para os usuários

JURANA LOPES, DA AGÊNCIA SAÚDE-DF | EDIÇÃO: JOHNNY BRAGA

 

 

Muitos desconhecem, mas a Secretaria de Saúde possui quatro hortos medicinais em toda a rede. Eles foram criados com o objetivo de cultivar plantas medicinais que serão utilizadas em tratamentos de saúde, visando agregar fitoterápicos para complementar o tratamento de usuários do SUS.

 

Os quatro hortos medicinais funcionam na Unidade Básica de Saúde 1 do Lago Norte, na Casa de Parto, em São Sebastião, na Farmácia Viva do Riacho Fundo I e na Farmácia Viva do Centro de Referência em Práticas Integrativas (Cerpis), em Planaltina.

 

“O objetivo dos hortos medicinais é promover saúde, educação em saúde, cultura de paz, mas acima de tudo, poder ofertar plantas medicinais como recursos terapêuticos seguros e saudáveis para melhoria da qualidade de vida da população do Distrito Federal, reforçando nossa defesa pelo Sistema Único de Saúde”, explica Marcos Trajano, médico de família e comunidade e Referência Técnica Distrital (RTD) de Fitoterapia.

 

O cultivo biodinâmico de plantas medicinais em agroflorestas é o embrião do Programa Distrital de Plantas Medicinais, que visa expandir os hortos medicinais em todas as sete regiões de saúde, com a pretensão de implantar 15 novos hortos até o fim de 2022. Atualmente, 39 unidades de saúde já entraram com o processo para a implantação dos hortos medicinais. Até 2024 a intenção é ter 40 hortos medicinais em toda a rede.

 

De acordo com Trajano, os hortos medicinais da UBS 1 do Lago Norte, do Cerpis de Planaltina e da Casa de Parto, em São Sebastião, oferecem as plantas medicinais cultivadas de forma fresca para os pacientes, através de prescrições de profissionais habilitados.

 

“Aqui podemos indicar uma planta medicinal para o tratamento de determinadas doenças. Às vezes, será mais acessível e eficaz para o paciente fazer o chá de determinada planta, especialmente quando não há disponibilidade de outra opção de remédio. Na Casa de Parto, por exemplo, cultivamos plantas medicinais que auxiliam no processo de recuperação no pós-parto”, exemplifica.

 

Na UBS 1 do Lago Norte são cultivadas mais de 80 espécies de plantas medicinais diferentes. Além de promover serviços ambientais, a atividade ampliará o conjunto de cultivos no Distrito Federal promovendo cultura de paz por meio da cooperação entre servidores, gestores e usuários do SUS, ampliando o escopo de ofertas da Secretaria de Saúde.

 

O cultivo biodinâmico de plantas medicinais em agroflorestas é fruto do desenvolvimento tecnológico entre diversos setores da Secretaria de Saúde, acompanhado da participação de entidades da sociedade civil, fundações públicas federais, entidades tecnológicas do DF e universidades de outras unidades federativas.

 

Uso de plantas medicinais

 

Atualmente, a Secretaria de Saúde cultiva as plantas medicinais em quatro hortos medicinais e agrega essas plantas no tratamento dos usuários. No entanto, a produção ainda é muito pequena para atender toda a população do DF. Em três, dos quatro hortos, é feita a entrega da planta fresca, mediante prescrição.

 

Já a produção de medicamentos fitoterápicos é feita somente nas Farmácias Vivas do Riacho Fundo I, que distribui para 25 unidades básicas de saúde, e a do Cerpis de Planaltina, que distribui dentro da região Norte.

 

A Farmácia Viva do Riacho Fundo I tem a capacidade de produção anual de 30 mil medicamentos. Hoje, são utilizadas oito plantas medicinais para a produção de fitoterápicos e 13 medicamentos fitoterápicos estão cadastrados na Relação de Medicamentos (Reme).

 

A Farmácia Viva do Cerpis, em Planaltina, além de cultivar, colher, manipular e distribuir os fitoterápicos, entrega plantas frescas, secas e promove atividades educativas abertas à população.