Secretaria de Saúde confirma caso de nova subvariante Éris da covid-19
Secretaria de Saúde confirma caso de nova subvariante Éris da covid-19
Paciente é uma bebê com menos de dois anos, que já recebeu alta. Sistema de vigilância epidemiológica mantém monitoramento para futuros casos
Humberto Leite e Cris Soares, da Agência Saúde-DF | Edição: Daniel Ribeiro
Em novo sequenciamento genômico realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF), da Secretaria de Saúde (SES-DF), na última quinta-feira (24), em parceria com o Centro para Vigilância Viral e Avaliação Sorológica (Cevivas) do Instituto Butantan, foi detectado pela primeira vez na capital federal a presença da nova subvariante da Ômicron, denominada de EG.5.1, apelidada internacionalmente de Éris.
A paciente é uma bebê da faixa etária de zero a dois anos, atendida no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) em 11 de agosto com sintomas respiratórios. A criança foi internada, tratada e recebeu alta no dia 14. Ao todo, a SES-DF analisou 30 amostras de exames de diferentes Regiões Administrativas, porém somente o caso da bebê atendida na unidade hospitalar foi positivo para a nova subvariante.
Derivada da Ômicron, a subvariante EG.5.1 já circula, pelo menos, desde fevereiro, tendo sido confirmada em mais de 50 países. No Brasil, o primeiro caso reportado foi no estado de São Paulo, tendo sido confirmado em 17 de agosto. O apelido "Éris", ainda que disseminado internacionalmente, não é um nome oficial dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Não há indicativo de que a subvariante seja mais letal ou mais contagiosa que a Ômicron, variante identificada no DF pela primeira vez em dezembro de 2021.
Para o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero Martins, os brasilienses não precisam se preocupar com a nova cêpa. “Não há motivos para a população se exasperar porque estamos atentos a questões das variantes da Ômicron. Essa ação demonstra a eficácia da rede de saúde do DF ao detectar, quase em tempo real, uma subvariante por meio das unidades sentinelas e do Lacen”, ressalta.
Embora seja altamente contagiosa, a mutação não demonstrou sinais de grande risco para a maior parte da população. Até o momento, os relatos são de sintomas muito parecidos com os que são causados pela Ômicron original: febre, dor de cabeça, dor no corpo, dor de garganta e nariz escorrendo.
De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, o crescimento dos casos nos próximos meses é esperado porque as mutações da subvariante Éris permitem a reinfecção pela doença. “É importante que a população esteja com o esquema vacinal completo, principalmente os grupos de risco, como idosos e portadores de comorbidades, pois a imunização diminui a probabilidade de casos graves e mortes”, explica.
Doença sob controle
Desde o início da pandemia, o DF já registrou mais de 911 mil casos confirmados de covid-19, com 98,6% tendo evoluído para recuperação e 1,3% aos 11.886 óbitos, sendo 1.033 de residentes de estados. Em 2023, foram 33 óbitos.
No período de 12 a 19 de agosto de 2023, foram registrados 312 novos casos da doença, contra 239 em relação à semana anterior. Isso fez com que a taxa de transmissão, o chamado índice R(t), chegasse a 1,21. A variação positiva, contudo, não indica uma preocupação epidemiológica, por conta do baixo número total e pela baixa gravidade dos casos.
Vacina é o melhor remédio
A SES-DF mantém a vacinação como a principal medida para combater a pandemia de covid-19. Desde o início da campanha na capital, em 19 de janeiro de 2021, já foram aplicadas mais de 7,8 milhões de doses, sendo 534 mil da bivalente, atualmente disponível para toda a população acima de 18 anos.
Mais de 81% da população já recebeu pelo menos uma dose da vacina e 78,5% completaram o esquema vacinal de duas doses. Porém, os índices são mais baixos em termos de doses de reforço e entre a população infantil. Cerca de metade da população (48,9%) não recebeu nem uma dose de reforço. Entre as crianças de 5 a 11 anos, 44,6% não tomaram a segunda dose. Na faixa etária de 3 e 4 anos, o índice sobe para 83,6%. Já entre os bebês de 6 meses a 2 anos, na faixa etária da criança diagnosticada com a nova subvariante, 91,1% não completaram o esquema vacinal duas doses.