Secretaria de Saúde disponibiliza autoteste de HIV
Secretaria de Saúde disponibiliza autoteste de HIV
Exame pode ser feito em casa, por qualquer pessoa, mas o indicado é fazê-lo ao lado de um profissional
JURANA LOPES
Se você não sabe, fique sabendo: a Secretaria de Saúde do Distrito Federal disponibiliza o autoteste para detectar o vírus HIV. O produto, o mesmo vendido em farmácias, é fornecido gratuitamente em três unidades da rede pública do DF: no Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA), no Hospital Dia e no Hospital Universitário de Brasília (HUB).
Não há restrições de uso e qualquer pessoa maior de idade pode ter acesso ao produto para uso próprio ou para aplicá-lo em outro usuário. “O teste é rápido e simples, semelhante a um teste de gravidez de farmácia”, esclarece Gilmar Decaria, chefe do NTA. “Além disso, a embalagem contém todas as orientações”.
O autoteste é disponibilizado em uma caixinha. Nela, estão os produtos necessários para o exame, inclusive o reagente. Basta o usuário dar uma furadinha no dedo, colher o sangue num tubo de vidro, colocá-lo numa plaquinha e aplicar o reagente. O resultado sai em 20 minutos.
Gilmar explica que nada impede que o usuário leve o produto e faça o teste em casa. Afinal, por medo ou do resultado do exame ou do preconceito que ainda paira sobre pacientes com HIV, muitos preferem fazer o teste na privacidade do lar.
Mas para o chefe do NTA, o melhor mesmo é fazer o teste nas unidades de saúde que fornecem o produto, onde há equipes multidisciplinares preparadas para atender o paciente. “O ideal sempre é fazer o teste do lado de uma pessoa capacitada para orientar e aconselhar, principalmente nos casos em que o resultado é positivo, quando a pessoa vai precisar de aconselhamento”, recomenda Gilmar.
Além dos autotestes, o NTA, o Hospital Dia e o HUB também disponibilizam exames laboratoriais de hepatites B e C, HIV e sífilis.
HIV em números
Os casos de HIV no Distrito Federal cresceram significativamente em 2019 em relação a 2018. Em 2019 foram registrados 1.071 casos novos de HIV e AIDS. Houve crescimento de 29% na faixa de 50 a 459 anos de idade; 13% de 40 a 49 anos e de 10% de 20 a 29 anos.
Houve também forte crescimento entre jovens de 15 a 19 anos. Em 2015, o índice nessa faixa etária era de 3,9% do total de casos. Em 2019, esse índice saltou para 11,6%. Os dados mostram também que a doença predomina e cresce mais junto ao público masculino. Ou seja, os homens são mais infectados do que as mulheres.
Os casos de sífilis também aumentaram muito. Em 2019, foram 2.163 casos novos da doença, crescimento de 7,8% em relação ao ano anterior. As faixas etárias com maior número de casos são de 20 a 29 anos (37,9%) e de 30 a 39 anos (23,8%).
A Secretaria de Saúde tem procurado alertar a população com campanhas educativas, orientações nas unidades de saúde e até mesmo com distribuição de autotestes. Inclusive, a rede pública do DF disponibiliza gratuitamente vacina para prevenção da hepatite B.