Secretaria oferece tratamento de oxigenoterapia a 1,1 mil pacientes
Secretaria oferece tratamento de oxigenoterapia a 1,1 mil pacientes
Atendimento beneficia pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica
BRASÍLIA (1º/2/17) – Falta de ar, infecções respiratórias freqüentes, tosse e fraqueza são alguns dos sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde oferece tratamento com oxigenoterapia a 1.106 pacientes com a patologia. A intervenção consiste na utilização de um equipamento - concentrador de oxigênio - que auxilia na suplementação e corrige os danos da insuficiência do elemento no sangue.
A DPOC é causada por enfermidades que levam à perda da capacidade pulmonar, bloqueando a passagem de ar pelos pulmões, tais como o enfisema e a bronquite crônica. O uso do cigarro e inalação de poluição e substâncias químicas também estão no rol das principais razões do desenvolvimento da patologia.
Fumante desde os oito anos, a aposentada Astrogilda Maria da Conceição, de 73 anos, convive com a doença há muito tempo. Em 2004, a baixa oxigenação a deixou em quadro crítico. Graças ao acesso que teve à época ao tratamento de oxigenoterapia, realizado até hoje, a idosa reverteu a situação.
"O diagnóstico da doença foi feito quando minha mãe precisou ser internada no Hospital Regional de Ceilândia. Ela estava tão debilitada que não tinha mais movimentos. A terapia devolveu a vida da minha mãe", contou Luzicleide de França Goveia, 46 anos, ao relatar que hoje a idosa é muito mais ativa e não sente mais falta de fôlego e cansaço.
Cleide lembra que, no início do tratamento, a mãe utilizava balas de oxigênio, que ocupavam muito espaço, eram pesadas e precisavam ser trocadas a cada 48 horas.
"Hoje, temos acesso a um equipamento de fácil transporte, leve, compacto e que funciona apenas com energia elétrica. Não precisa de manutenção técnica constante. A troca do catéter e higienização do recipiente com água é feita por nós mesmos", relatou.
A gerente de Atenção Domiciliar, Leopoldina Vilas Boas, explica que a DPOC é diagnosticada por exames específicos como a espirometria e gasometria, porém, na maioria dos casos, é identificada já em estágio avançado.
"Cansaço, tosse, expectoração. Muitas vezes, o paciente supõe que seja uma gripe prolongada ou alergia e não procura o médico. Porém, a doença causa a inflamação da mucosa, que passa a ter resistência ao fluxo de ar e as trocas gasosas diminuem. Por isso, as pessoas ficam com obstrução pulmonar", explicou.
Leopoldina esclarece que coração, cérebro e rins e o próprio pulmão são os órgãos que mais precisam de oxigênio. Por isso, a falta de oxigenação também pode afetar o funcionamento cardíaco e o cérebro, provocando perda de memória, comprometimento da cognição e tontura.
A evolução da doença é um fator determinante para prescrever a quantidade de horas necessárias de utilização do aparelho por dia, que geralmente varia entre 12 a 15 horas no período noturno. No caso de Astrogilda, o uso era constante, mas, hoje, ela consegue ficar algumas horas sem o equipamento.
No DF, a avaliação da necessidade de uso do concentrador é feita pelas 16 equipes dos Núcleos de Atenção Domiciliar (Nrad). Para isso, quando o paciente não está hospitalizado, é necessário procurar uma Unidade Básica de Saúde. Ele deve apresentar documentos como relatório médico, comprovante de residência e o exame de gasometria, que mede a deficiência do oxigênio.
Ao entregar o aparelho na casa do paciente, a equipe orienta sobre o funcionamento dele. "É bem simples de manusear. Basta ligar na tomada e utilizar a máscara ou a sonda que deve ser introduzida nas narinas", explicou a gerente. Após receber o equipamento, a avaliação do paciente é feita a cada seis meses para verificar se há melhora da capacidade respiratória e do nível de oxigênio.
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