06/09/2023 às 17h30

SES-DF entrega certificados para unidades sentinelas de síndrome gripal

As unidades sentinelas monitoram os casos de síndrome gripal por vírus respiratórios e servem como um alerta precoce ao sistema de vigilância, além de contribuir para a composição anual da vacina de influenza

Ingrid Soares, da Agência Saúde-DF | Edição: Janete Lemos

As unidades sentinelas de síndrome gripal que atingiram os objetivos propostos no primeiro semestre de 2023 receberam, nesta quarta-feira (06/9), uma homenagem da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). A entrega dos certificados de reconhecimento foi realizada pela secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, e pelo subsecretário de Vigilância em Saúde (SVS), Divino Valero Martins, em evento ocorrido no prédio do órgão.

A entrega dos certificados de reconhecimento contou com a presença da secretária de Saúde e do subsecretário de Vigilância em Saúde. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF.

Quatro das nove unidades obtiveram o indicador “excelente” para o número de coletas semanais, que deve ser igual ou superior a 10: o Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), a UBS 01 de Santa Maria, a UBS 05 de Planaltina e a UBS 12 de Samambaia. As unidades sentinelas monitoram os casos de síndrome gripal por vírus respiratórios de importância em saúde pública em unidades selecionadas e servem como um alerta precoce ao sistema de vigilância, além de contribuir para a composição anual da vacina de influenza.

A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, destacou a relevância dos alertas emitidos pelas sentinelas, que dão dimensão de sazonalidade, epidemias e surtos pelos vírus respiratórios, auxiliando na organização da rede de assistência à saúde. “Talvez nós tivéssemos a magnitude da vigilância epidemiológica desse espaço, de tudo que a gente faz hoje e sempre fez. Mas a pandemia trouxe uma reflexão, um olhar diferente, não só no Distrito Federal, mas em todo o mundo”. E completou: “Temos lutado muito pela vacinação e pelo protagonismo do Distrito Federal no Brasil como capital e diante de tudo que nós vivemos”. A secretaria também aproveitou a ocasião para anunciar que o HMIB começará, em breve, a fazer cirurgia de correção intrauterina fetal de espinha bífida (mielomeningocele) e que o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) será habilitado para o serviço cirúrgico de lábio leporino e fenda palatina.

Uma das homenageadas, Joelma Batista Soares, gerente da UBS 1 de Santa Maria, falou sobre a importância das equipes sentinelas. “O fato de nós sermos sentinelas e estarmos aqui, sendo certificados, é muito gratificante porque vestimos a camisa. Esse é o grande segredo para que o trabalho seja desenvolvido, para que realmente a gente consiga buscar esses usuários e descobrir qual é a variante que está ali naquele momento. Antes, a gente falava muito só da Covid-19. Hoje, a gente tem mais de sessenta variantes. Recentemente, nós descobrimos a Éris [nova variante da covid]. É essa a resposta que a gente tem do nosso trabalho”, observou.

As unidades sentinelas de síndrome gripal que atingiram os objetivos propostos no primeiro semestre de 2023 receberam homenagem da SES-DF. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF.

O subsecretário de Vigilância em Saúde (SVS), Divino Valero Martins, reforçou a dinâmica do trabalho realizado a partir de dados, projeções e análises críticas. “Tentamos fazer prospecções sobre o que pode acontecer e de que forma podemos nos preparar. Esse é o desafio”.

Para ele, a visão sobre saúde pública mudou bastante nos últimos 10 anos e tem criado uma necessidade, cada vez maior, de ampliar a oferta e a qualidade dos serviços. “As doenças transmissíveis por causa respiratórias e a tecnologia nos transportes fizeram com que o mundo globalizado dinamize qualquer processo de transmissão numa velocidade muito mais rápida do que qualquer capacidade de resposta que nós tenhamos. Por isso, a Vigilância é fundamental, principalmente nesses períodos sazonais de seca e período de influenza. Se foi a época de dizer que tudo é gripe. Identificamos a nova variante da Ômicron e fomos o segundo estado a identificar. Isso demonstra nossa sensibilidade e eficiência na rede. Buscar melhorar e ampliar a oferta de serviços, na qualidade daquilo que fazemos é um desafio permanente”, acrescentou.

A vigilância sentinela de síndrome gripal (SG) conta com uma rede de unidades sentinelas distribuídas em todas as unidades federadas e regiões geográficas do país. O objetivo é monitorar os casos de síndrome gripal por vírus respiratórios de importância em saúde pública em unidades de saúde selecionadas (unidades sentinelas) e para que sirvam como um alerta precoce ao sistema de vigilância, além de contribuir para a composição anual da vacina de influenza. Preconiza-se a coleta de amostras clínicas de nasofaringe, por semana epidemiológica, de casos de SG atendidos em cada unidade sentinela, para realização do diagnóstico (RT-PCR) e também de estudos complementares (isolamento, resistência, sequenciamento e outros) dos vírus identificados, como influenza, SARS-CoV-2 e vírus sincicial respiratório.

Segundo a coordenadora-geral de vigilância das doenças imunopreveníveis do Ministério da Saúde, Greice Madeleine Ikeda do Carmo, o Distrito Federal é um exemplo em relação à vigilância das síndromes gripais e reiterou a necessidade da continuidade dos testes do tipo RT-PCR. “Estamos em um momento em que a covid não desapareceu. O vírus continua a circulação, daí a importância de se manter as coletas para a gente saber qual é o SARS CoV que está circulando, principalmente na metodologia genômica, para sabermos qual é a variante. O vírus SARS CoV-2 apresenta uma série de mutações, vai evoluindo e, em paralelo a isso, temos casos de vírus de outros países. Esses grupos sentinelas ficam de exemplo para instigar outras unidades federadas a fazerem algo semelhante”, enalteceu.

Além do RT-PCR, o Lacen-DF realiza ainda o painel viral ampliado (rinovírus, metapneumovírus, adenovírus e parainfluenza) das amostras coletadas nas unidades sentinelas, o que possibilita um melhor monitoramento dos vírus respiratórios circulantes causadores de síndrome gripal.

HMIB é uma das 4 unidades a receber o indicador “excelente” para o número de coletas semanais. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF.

Atualmente há nove unidades sentinelas de síndrome gripal no Distrito Federal:

UBS 02 Asa Norte
UBS 05 Planaltina
UBS 12 Samambaia
UBS 01 Santa Maria
UBS 01 Paranoá (substituída pela UBS 01 de São Sebastião)
Hospital Brasília Lago Sul
Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB)
UPA Núcleo Bandeirante
UPA Ceilândia