25/10/2012 às 18h27

UPA do Recanto alerta: prioridade é para urgência e emergência

Em quatro meses de funcionamento, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas, localizada na quadra 400/600, atendeu mais de 36 mil pacientes. Desse total, o volume mais alto foi de pacientes classificados com a cor verde, pessoas que poderiam ter sido atendidas com maior resolução pelo centro de saúde ou pelas equipes do Saúde da Família, mais perto de casa.

No dia 10 de setembro, por exemplo, 25 pacientes foram classificados com a cor amarela, 228 com a cor verde e 16 pacientes foram classificados como azuis. Os classificados com a cor vermelha não passaram pelo acolhimento porque foram levados imediatamente para a Sala Vermelha. Os pacientes com a cor amarela foram chamados primeiro e alguns ficaram em observação, os de cor verde tiveram que esperar pelo atendimento durante uma média de três horas e os de cor azul foram encaminhados para o centro de saúde ou para a equipe do Saúde da Família de sua área de moradia.

Na manhã dessa terça-feira (23), outra vez dezenas de pacientes foram classificados com as cores verde ou azul, pela equipe do acolhimento e da classificação de risco, o que significa que teriam que esperar pela consulta médica, já que a prioridade da UPA é atender os casos classificados com as cores vermelha ou amarela, que realmente são de urgência e emergência.

“Quando o paciente chega com uma dor no peito forte e é classificado como vermelho, é atendido num prazo de menos de dez minutos”, exemplifica a diretora da UPA, Christiane de Aguiar, para quem “a classificação de risco salva vidas e por isso mesmo é aceita no mundo todo”. Para ela, com os serviços de saúde montados e funcionando, agora é preciso um processo de sensibilização e educação da população para que saiba a qual serviço recorrer.

Para a diretora, é preciso um processo gradual que faça com que o paciente procure a unidade que realmente vá resolver o problema de saúde de forma integral. “Não adianta a pessoa estar com dor de cabeça e pressão alta e ir para UPA, ser medicado, voltar para casa e não fazer nada para resolver a sua hipertensão. É preciso que esse paciente procure o Saúde da Família para ser acompanhado de forma permanente, faça exercícios, mude a alimentação e aí sim, ele terá o seu problema resolvido de uma forma satisfatória”, justifica.

“Segunda e terça- feira são os dias em que mais recebemos pacientes, muitos deles na tentativa de obter num atestado médico”, informa a enfermeira responsável pelo setor de Acolhimento e Classificação de Risco, Marcella Xavier, cuja equipe se reveza 24 horas por dia na avaliação de todos os pacientes. “Muitas vezes o paciente fica chateado porque terá que esperar enquanto outras pessoas que chegaram depoissão atendidas primeiro, no entanto, temos que dar prioridade aos casos graves, em benefício da própria população”, revela a enfermeira, cuja equipe identifica batimentos cardíacos, pressão arterial, nível de glicose e outros sinais que podem identificar se o paciente precisa de atendimento rápido ou se poderá esperar.

Ao chegar à UPA, cada caso é um caso. Quem sentiu de perto essa realidade foi Aline de Paiva Pimentel, moradora da quadra 605. Ela tem queixa de dores de cabeça há mais de três anos, foi classificada pela cor verde e teve que esperar algumas horas para o atendimento. “Nossa prioridade é para um problema agudo, algo que realmente seja de urgência ou emergência”, ressalta a enfermeira responsável pela Sala Amarela, Julyanna Mendonça. No local, são recebidos os pacientes que necessitam de observação, onde podem permanecer por um período máximo de 24 horas.

“Implementamos um protocolo de atendimento que é seguido por todas as equipes, de forma a garantir a continuidade do trabalho”, explica Julyanna, que também é responsável pela Sala de Medicação. Aos cuidados da enfermeira e de sua equipe ficam os pacientes adultos em observação. Já as crianças ficam na Sala Amarela infantil aos cuidados das enfermeiras responsáveis Élida ou Rosana. Cinco enfermeiras atuam diretamente no Acolhimento e Classificação de risco, sala de medicação e sala amarela para adultos, sala amarelas para crianças e sala vermelha. Em qualquer horário que se chegar à UPA do recanto das Emas a rotina dos procedimentos tanto para atendimento , como para medicação ou transferência de pacientes será a mesma, obedecendo a prioridade estabelecida pelo sistema de classificação de risco.

Saiba mais:

Exemplo de casos que comumente são classificados com as cores vermelha ou amarela:

Dor no peito

Febre alta

Crise de asma

Crise alérgica

Dor aguda e repentina em qualquer parte do corpo

Queda de pressão arterial

Falta de ar

Exemplo de casos que comumente são classificados com as cores azul ou verde

Dor de cabeça crônica

Varizes

Febre baixa

Dor de garganta


Arielce Haine