11/09/2025 às 08h09

Wolbitos: perguntas e respostas sobre o método que vai combater a dengue no DF

Medida é considerada segura para seres humanos, animais e para o meio ambiente; mosquitos serão soltos ainda neste mês

Larissa Lustoza, da Agência Saúde DF | Edição: Fabyanne Nabofarzan

Ainda neste mês, o Distrito Federal irá iniciar a soltura dos wolbitos: mosquitos Aedes aegypti inoculados com a bactéria Wolbachia. Essa é mais uma ferramenta aliada ao combate de doenças como dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela urbana. 

Com o objetivo de reduzir a transmissão dessas enfermidades, o novo método é seguro e não representa riscos. No entanto, a população pode ter dúvidas sobre os mosquitos amigos que vão começar a circular pela capital. 

Confira abaixo as principais informações sobre o método de prevenção.

O que é o método Wolbachia?

Consiste na soltura de mosquitos Aedes aegypti  inoculados com a bactéria Wolbachia - os chamados wolbitos. A bactéria impede que o mosquito desenvolva os vírus da dengue, Zika e chikungunya, não transmitindo mais essas doenças. 

Os wolbitos se reproduzem com os mosquitos selvagens, transmitindo a bactéria para as próximas gerações. Quando um macho infectado com a Wolbachia cruza com uma fêmea selvagem, não nascem filhotes, contribuindo para substituir a população de insetos transmissores.

Com o passar do tempo, não será mais necessário realizar a soltura de mais mosquitos, porque a nova população de mosquitos amigos será predominante.
 

Mosquitos inoculados com a bactéria Wolbachia são mais uma ferramenta aliada ao combate à dengue. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde DF


Quais doenças o método Wolbachia reduz a transmissão?

O método reduz a transmissão de doenças causadas por vírus como dengue, zika e chikungunya, além de outros vírus menos circulantes, como o mayaro e o da febre amarela urbana.

É um método seguro para o ser humano? E para os animais?

Não há nenhum risco ao ser humano ou animais, como pets. O método vem a auxiliar na proteção contra doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, Zika e chikungunya, e faz isso sem riscos aos ecossistemas naturais ou à saúde humana. O método é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e já foi adotado em 14 países.
 

Método não traz nenhum risco ao ser humano ou animais. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde DF


Posso ser contaminado com a bactéria se um wolbito me picar?

A Wolbachia é uma bactéria presente dentro da célula do mosquito e não é repassada para outros seres vivos através da picada ou da alimentação.

Onde os mosquitos vão ser liberados?

Os wolbitos serão lançados em Planaltina, Brazlândia, Sobradinho II, São Sebastião, Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá e Itapoã, além dos municípios de Luziânia e Valparaíso, em Goiás.

Devo matar ou não o mosquito?

É importante lembrar que a soltura dos mosquitos wolbitos é somente mais uma ferramenta de combate às arboviroses. Os outros métodos de proteção devem permanecer, como evitar água acumulada parada, uso de repelentes, entre outros. 

Além disso, não há diferença visual entre o mosquito com ou sem Wolbachia. Mesmo inoculado com a bactéria, o mosquito continua com o mesmo tamanho, mesmo padrão de listras, pica da mesma forma e não há nenhuma mudança perceptível visivelmente. Por isso, pode continuar usando os métodos individuais de controle do mosquito, como aerossóis ou raquetes elétricas para matar o mosquito.

Pode causar algum prejuízo ao ecossistema?

A Wolbachia é um bactéria de ocorrência natural e considerada segura para seres humanos, animais e para o meio ambiente. 
 

Bactéria presente dentro da célula do mosquito não é repassada para outros seres vivos por meio da mordida ou da alimentação. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde DF