Paralisia Flácida Aguda
A poliomielite (pólio ou paralisia infantil) é uma doença transmissível causada pelo poliovírus que pode infectar crianças e adultos. Nos casos graves, quando ocorrem as paralisias musculares, as pernas são os membros mais atingidos, deixando deficiência motora para toda a vida. Apesar de estar eliminada das Américas, a poliomielite ainda está presente em vários países do mundo, como Afeganistão e Paquistão, onde permanece a circulação do vírus selvagem até o momento. As baixas coberturas vacinais, as situações de guerra e refugiados em todo o mundo, os voos internacionais diários e os 15,6 mil km de extensão de fronteira com 10 países, deixa o Brasil em uma situação vulnerável para a reintrodução da doença.
A doença pode ser evitada com o uso da vacina contra a poliomielite. O calendário de vacinação do Distrito Federal preconiza a administração da Vacina Inativada Poliomielite (VIP) aos 2, 4 e 6 meses de idade e reforço com a Vacina Oral Poliomielite (VOP) aos 15 meses e 4 anos de idade. Contudo, a partir de novembro de 2024, o esquema vacinal sofrerá alteração em todo o território nacional: as duas doses de reforço com a VOP serão substituídas por uma dose de reforço com a VIP, agora aos 15 meses de idade, apenas. A decisão da substituição foi baseada em critérios epidemiológicos, evidências científicas sobre a vacina e recomendações internacionais para deixar o esquema vacinal ainda mais seguro, diminuindo a possibilidade de ocorrências de surtos da doença pelo vírus derivado vacinal.
A vigilância epidemiológica da poliomielite se baseia na notificação dos casos de paralisia flácida aguda (PFA) nas seguintes situações:
- Em menores de 15 anos de idade, independentemente da hipótese diagnóstica de poliomielite;
- Em indivíduo de qualquer idade, com história de viagem a países com circulação de poliovírus nos últimos 30 dias que antecederam o início do déficit motor, ou contato, no mesmo período, com pessoas que viajaram para estes países e apresentaram suspeita diagnóstica de poliomielite;
- Em indivíduos adolescentes e adultos com sintomas compatíveis com a doença.
SINTOMAS
A infecção pelo poliovírus apresenta-se de diferentes formas clínicas, desde assintomática até o tipo que causa a paralisia muscular. A forma paralítica está presente em aproximadamente 1% das infecções e possuem características clínicas típicas destacando-se as seguintes:
- febre
- fraqueza muscular súbita, assimétrica, sobretudo acometendo membros inferiores
- diminuição ou abolição de reflexos profundos na área acometida, com sensibilidade preservada
- sequela da paralisia após 60 dias do início da doença
DIAGNÓSTICO
O exame para detecção do agente é realizado por exame laboratorial por meio do isolamento do vírus nas fezes coletadas do caso suspeito. O material é encaminhado ao laboratório de referência (FIOCRUZ/RJ) pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal. A coleta do espécime clínico deve ser realizada até 14 dias do início da deficiência motora.
TRANSMISSÃO
A transmissão se dá pela via fecal-oral, principalmente, ou pela via oral-oral, ou seja, contato direto com secreções eliminadas pela boca de doentes. A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.
TRATAMENTO
Não há tratamento específico para a poliomielite. Todos os casos devem ser hospitalizados, procedendo-se ao tratamento de suporte, de acordo com o quadro clínico do paciente.
Doença de notificação compulsória:
Todo caso de Paralisia Flácida Aguda deve ser notificado, obrigatoriamente, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e informado imediatamente à Gerência de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Hídrica e Alimentar (GEVITHA) e ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS).
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