Ações da Saúde reforçam combate à dengue no DF
Ações da Saúde reforçam combate à dengue no DF
Até 12 de maio, além das inspeções, objetos em desuso como garrafas, latas, móveis, pneus e outros serão recolhidos das residências de Água Quente
Amanda Martimon, da Agência Saúde-DF
De olho na eliminação dos focos de proliferação do mosquito da dengue, a Secretaria de Saúde (SES) intensifica ações em regiões com mais notificações de casos, além do entorno. Na terça-feira (9), os moradores da região administrativa Água Quente receberam agentes da vigilância ambiental para esclarecimento e monitoramento do Aedes aegypti.
A atuação é integrada ao DF Legal, ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e à administração regional. Além de orientações e inspeções, até o dia 12 de maio, a cidade também contará com o serviço de coleta de carcaças de eletrodomésticos, latas, garrafas, vasos sanitários ou de plantas, pneus e móveis. Não serão recolhidos entulhos de construção civil e podas de árvores.
O Aedes aegypti tem hábitos domésticos e se prolifera com mais intensidade em locais que propiciam o surgimento de ovos: água acumulada e altas temperaturas. As ações de porta em porta buscam orientar a população, vistoriar as residências e recolher materiais que possam servir de criadouro.
“Além de perguntar sobre depósito, olhar o quintal, pedir pra descartar inservíveis, procuramos saber sobre possíveis sintomas e orientamos a comunidade a fazer exames na UBS [Unidade Básica de Saúde] mais próxima”, explica a agente de vigilância ambiental Rosania dos Santos.
Fazendo a sua parte
Na casa de Fabiana Bastos de Oliveira, os cuidados já estão em dia: “Tenho muita preocupação, por isso aqui em casa não tem vaso de água nas plantas, cuido da minha obra de construção, usamos repelente”. Desde que o filho da camareira passou duas semanas na UTI se recuperando de uma dengue hemorrágica, os cuidados foram redobrados na residência.
Na rua de baixo, outro morador também dá o bom exemplo à vizinhança. Aos 58 anos, Roberto Carlos Alves dá uma aula sobre as ações necessárias: “Precisamos manter a caixa d’água fechada, não deixar vasilhame exposto que pode encher de água.”
Agente de vigilância ambiental no Núcleo do Recanto das Emas, Anderson de Morais pontua que muitos moradores de Água Quente têm relatado sintomas de dengue e, em alguns casos, de febre da chikunguya. “Diariamente fazemos visitas domiciliares para identificação de focos e possíveis casos de larvas.”
O SLU e a administração fazem o recolhimento em parceria, nos dias combinados com a população. O DF Legal acompanha fiscalizando os resíduos. “Primeiro, há uma orientação verbal e, depois, a notificação. Apenas se não cumprir a ação, há uma ato de infração”, explica o auditor fiscal José Eudes.
Alerta vermelho
Em comparação ao ano anterior, o Distrito Federal apresenta em 2023 uma queda de 65,5% em casos de dengue, mas passa por um aumento de 10,8% em ocorrências de febre causada pelo vírus da chikungunya, transmitido pelo Aedes aegypti. Os dados são do último Boletim Epidemiológico publicado pela Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS).
Nos demais estados brasileiros, a incidência da dengue está elevada. Apenas neste ano, já foram registrados mais de um milhão de casos prováveis da doença em todo o país, 18% a mais que em 2022, de acordo com o Ministério da Saúde (MS).
A Secretaria de Saúde (SES) investiu, em outubro de 2022, R$ 3 milhões na compra de 4,5 toneladas de inseticida para fortalecer as ações contra o mosquito. A aquisição foi feita para abastecer o DF até junho de 2023 ou até que o MS regularize o envio nacional do produto.
