31/03/2022 às 15h10

Acordos de Gestão Local permitem acompanhar situação da Atenção Primária no DF

Resultados servem para avaliar governança e promover melhorias na assistência à saúde

LÍVIA DAVANZO, DA AGÊNCIA SAÚDE-DF | EDIÇÃO: MARGARETH LOURENÇO | REVISÃO: JULIANA SAMPAIO

 

 

Melhorar a gestão e, consequentemente, a assistência oferecida à população. Esse é o objetivo do estabelecimento de indicadores e acompanhamento dos resultados, por meio do Programa de Gestão Regional de Saúde, da Pasta. O programa, instituído pelo Decreto nº 37.515/2016, é aferido pelos Acordos de Gestão Regional (AGR) e Local (AGL).

 

O diretor de Gestão Regionalizada, Guilherme Mota Carvalho, explica que quadrimestralmente são divulgados os principais resultados dos AGLs, que medem o desempenho das ações no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). Ao todo, são 10 indicadores e respectivas metas monitoradas. “No boletim, colocamos os melhores resultados de cada região”, ressalta.

 

 

O secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Pedro Zancanaro, acrescenta que os indicadores são pensados de forma que sejam factíveis na ponta e que os servidores consigam cumprir. “Assim, é gerado um casamento entre a área técnica, a gestão local e a gestão central, no que tange à necessidade de termos resultados que representem melhoria da promoção da saúde para a população”, observa.

 

 

Resultados

 

Um dos indicadores que se destaca, no ano passado, é o de percentual de pessoas cadastradas pelas equipes de saúde. “Temos 73% da população que reside em território com cobertura de equipe de estratégia de saúde da família, mas queremos cadastrar 100%”, anuncia a gerente de Qualidade na Atenção Primária, Lídia Glasielle.

 

“O aumento do cadastro é peça fundamental na ampliação do acesso da população à APS, no estabelecimento de diagnóstico territorial e situacional das áreas, como também na melhoria dos indicadores de saúde”, aponta a diretora de Estratégia Saúde da Família, Thais Alessa.

 

Já quanto ao pré-natal, em 2021, houve pequena variação nos três quadrimestres, ficando em torno de 45% para consultas e 57% para realização de exame (HIV e Sífilis). A meta é de 60% para cada indicador. Na avaliação da enfermeira da Gerência de Qualidade (Gequali), Renata Pella, isso mostra que as equipes estão se organizando tanto para uma captação precoce das gestantes quanto para que sejam garantidos o acompanhamento pré-natal e a solicitação dos exames.

 

A pandemia afetou alguns serviços e, consequentemente, refletiu nos indicadores. No terceiro quadrimestre de 2021, o percentual de consultas odontológicas para gestantes ficou em 22%, ainda distante da meta de 60%. “Sabe-se que a suspensão das atividades das equipes de saúde bucal no período mais crítico da pandemia descontinuou os atendimentos que eram realizados”, relembra Thais.

 

A partir do cenário apontado pelos indicadores, os gestores trabalham para a melhoria dos serviços e para o alcance da meta, de forma que cada vez mais a população do Distrito Federal tenha um atendimento de qualidade. “As diretorias de atenção primária desenvolvem estratégias locais de publicização e discussão dos resultados, bem como de valorização das unidades básicas de saúde com melhores desempenho”, fala Thais ao mencionar a importância do debate dos resultados e da divulgação de boas práticas.

 

 

Expansão

 

O coordenador da Atenção Primária à Saúde, Fernando Erick Damasceno, comemora que a atenção primária do Distrito Federal “vem crescendo, promovendo qualificação e expandindo exponencialmente e os resultados do AGL são uma demonstração objetiva desse esforço das equipes e da gestão em levar mais saúde para a população”.

 

Além disso, Fernando esclarece que esse é um trabalho desenvolvido para alinhar os indicadores do AGL com os da nova política de financiamento da atenção primária, o Previne Brasil, baseado em indicadores e cadastro da população. “Essa lógica de acompanhamento dos indicadores estabelecidos impulsiona processos de trabalho que são pilares essenciais para a atenção primária”, afirma.

 

Na visão do gestor, a melhoria de indicadores demonstra uma apropriação muito grande de estratégia de saúde da família no DF. “Mesmo em um momento de pandemia não deixamos de olhar para a carteira de serviços essenciais e mesmo durante esse período de emergência em saúde pública, não tiramos o olho do território”, finaliza.