Ala de Fissurados do Hran terá reforma de R$ 2,8 milhões
Ala de Fissurados do Hran terá reforma de R$ 2,8 milhões
Mensalmente, cerca de 500 usuários são atendidos na unidade, conhecida por mudar a vida de pacientes e suas famílias
Larissa Lustoza, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura
O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) atende uma média de 5 mil crianças por ano. Na Ala de Fissurados, são cerca de 500 pacientes ao mês. Pensando na demanda, o setor irá passar por uma reforma e modernização. Nesta quarta-feira (13), foi assinada a ordem de serviço para as adequações, com investimento estimado de R$ 2,8 milhões.

"As melhorias não apenas atualizam nossa infraestrutura, mas ampliam a capacidade de oferecer cuidados especializados e humanizados, permitindo a redução do tempo de espera e levando mais conforto e segurança aos usuários", afirma a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. Além da Ala de Fissurados, serão contemplados pela obra a unidade de queimados, o setor odontológico e o centro cirúrgico ambulatorial.
Acolhimento
O pequeno Nícolas é um dos pacientes beneficiados pela assistência da unidade. Sua mãe, Micaele de Sousa Silva, 20, descobriu a malformação logo após o parto. “Vi que havia uma fenda bem aberta e perguntei por que ele havia nascido daquela forma. Os médicos me acalmaram e explicaram sobre o tratamento e a cirurgia”, conta. Ambos foram encaminhados ao Hran quando Nícolas tinha apenas 12 dias de vida. Hoje com 6 anos, ele já passou por todos os procedimentos, com auxílio de fonoaudióloga, pediatra, psicóloga e cirurgião.

Assim como Micaele, Mariana Santana, 30, só descobriu a fissura da filha no momento do parto. Em três dias, a mãe e sua bebê já estavam na ala do Hran. “Cheguei chorando, desesperada. Mas a enfermeira me abraçou e me mostrou a equipe, com cirurgião, pediatra, otorrino, nutricionista. Eles me acolheram com todo o carinho”, lembra. Após passar pelas etapas do tratamento, Ana Clara, que completou 10 anos, sorri.
No caso de Letícia Ribeiro, 23, a filha de 3 anos, Alice, ainda passa pelos acompanhamentos. Atualmente a equipe do Hran estuda a possibilidade de outro diagnóstico: Síndrome de Treacher Collins, conhecida por conta do filme "Extraordinário". “Temos feito o acompanhamento desde o nascimento e percebo que ela ficou mais esperta e se desenvolveu muito. A médica me explicou que há cirurgias para serem feitas ainda”, diz.

Desejo antigo
Durante o ato de assinatura da ordem para a reforma, a governadora em exercício do DF, Celina Leão, destacou como a modernização nasceu de um pleito dos servidores. “Isto é o SUS [Sistema Único de Saúde]: ter a porta aberta para entrar todos aqueles que precisam. Por meio de olhares atentos dos profissionais da Secretaria de Saúde [SES-DF], surgiu a necessidade de melhorias. São nesses pequenos gestos que está a humanidade."
O coordenador da Ala dos Fissurados, Marconi Delmiro, relatou que as adequações são uma demanda antiga, em prol das crianças. “Essa obra irá mudar a qualidade de atendimento de toda a nossa equipe, que realiza um trabalho árduo, complexo e muito digno", disse, emocionado.