Secretaria de Saúde do Distrito Federal

Entre 2021 e 2023, a área coberta pelos atendimentos da Estratégia Saúde da Família (ESF) apresentou um índice de 67,83% - são quase 25% a mais se comparado ao total de 2021 (43%). O número foi revelado nesta segunda-feira (11) pela secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, durante sua participação no evento “Café com o GDF”. O encontro, promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico (Codese-DF), reuniu gestores de diversas pastas da capital, com o objetivo de prestar contas e estabelecer metas para 2024.

A Atenção Primária à Saúde (APS) oferta serviços básicos como aferição da pressão arterial e de glicemia, administração de medicamentos, coleta de materiais para exames, além de visitas domiciliares e ações fora e dentro das Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Até agosto de 2023, foram mais de 2,8 milhões de atendimentos e cerca de 4,7 milhões de procedimentos.

“Nos últimos quatro anos, fizemos a nomeação de 281 médicos de família. Essa ampliação do atendimento é uma grande vitória. Poder vincular a população a um médico de família, enfermeiro, agente comunitário é a base da saúde do DF”, afirmou a gestora.

Já no quesito cobertura vacinal, a pasta aplicou, apenas neste ano, mais de 2,6 milhões de doses contra covid-19, influenza e outras. O total é reflexo de novas estratégias implementadas pela Secretaria de Saúde (SES-DF) no alcance a mais públicos. Ao longo de 2023, equipes percorreram feiras, supermercados, shoppings, escolas, parques e até o Zoológico de Brasília. Sem contar a atuação aos finais de semana do Carro da Vacina pelas Regiões Administrativas. “Onde houver cidadãos que aceitam e entendem que não podemos deixar retornar ao nosso território nenhuma doença imunoprevenível, lá estaremos”, assegurou a secretária.

Modernização

No DF, 67,50% da população é dependente do Sistema Único de Saúde (SUS). Atenta a esse crescimento da demanda, a SES-DF buscou ampliar o quantitativo de servidores e de equipamentos, bem como modernizar a gestão e o seu parque tecnológico.

Uma das primeiras ações deste ano foi a nomeação de 1.236 servidores da saúde, logo em fevereiro. No início de outubro, o efetivo da SES-DF ganhou reforços com mais 75 profissionais do Programa Mais Médicos. Hoje, são 164 atuantes na rede por meio da iniciativa federal.

Já para os centros cirúrgicos, cozinhas, ambulatórios e salas de várias unidades de saúde do DF, foram adquiridos 3,2 mil equipamentos como incubadoras, aparelhos de Raio-x móvel e de ar condicionado, carrinhos de anestesia, tomógrafo oncológico, câmaras conservadoras, bisturis elétricos e focos cirúrgicos; além de 7,5 mil novos computadores completos.

Em relação à estrutura física, nos últimos anos, a população do DF testemunhou a inauguração de dez novas UBSs e outras duas em construção, na Penitenciária Feminina e em São Sebastião. A Unidade Básica 7 do Gama já passou por uma grande reforma e mais três estão com edital publicado para serem colocadas de pé (Santa Maria, Ponte Alta e Incra 8). Espaços em Chapadinha, Arniqueira e Estrutural aguardam publicação de edital. “O faturamento da SES-DF é uma curva ascendente. Em 2019 estávamos com R$ 40 milhões. Hoje são mais de R$ 55 milhões”, alegou a secretária de Saúde.

Transparência

Por trás de cada ação, compra, número, há também um planejamento, um orçamento. E para publicizar o que está além dos resultados, em 2020, a pasta colocou no ar o Portal de Informações e Transparência da Saúde (InfoSaúde-DF). De janeiro a outubro de 2023, foram contabilizados mais de um milhão de consultas, frente aos 788 mil cliques ao longo de todo o ano de 2022. O portal foi desenvolvido pela SES-DF, em parceria com consultores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília.

A iniciativa foi pioneira no Brasil, sendo uma inovação em transparência e na gestão da saúde pública por meio do uso da ciência de dados. Em formato de painéis, as informações públicas referentes à situação de saúde do DF são organizadas e disponibilizadas a usuários, servidores, pesquisadores e gestores. Além de servir para prestação de contas à população, os dados são úteis também ao dia a dia - do acesso ao planejamento de serviços e tomadas de decisão.

Atualmente, estão em funcionamento 235 painéis. Desse total, 97 compõem o menu da Sala de Situação de Saúde do DF - seção destinada a fornecer um balanço consolidado dos atendimentos e procedimentos realizados diariamente pelos três níveis de atenção à saúde.

Cirurgias

No âmbito dos procedimentos, em outubro de 2022, a SES-DF firmou os primeiros contratos que possibilitaram a realização de 2.384 cirurgias eletivas, abrangendo hérnias, remoções de úteros e vesículas. A segunda fase da força-tarefa teve início no fim de maio de 2023, contemplando 849 operações.

Em julho, novos editais de credenciamento foram lançados para a contratação de mais 7 mil procedimentos nas áreas de coloproctologia, otorrinolaringologia, oftalmologia, urologia, varizes e tireoide. Somando os editais realizados a partir do ano passado, são 10 mil cirurgias eletivas contratadas na rede complementar. Mais de três mil já foram realizadas.

“Além desses contratos, temos também a radiologia, agora na construção de uma parceria público-privada; temos o operador logístico já em fase adiantada no mesmo modelo de parceria. Assim, a pasta vai se modernizando, reforçando o trabalho e cientes de que precisamos fazer mais. Unidos, isso será possível”, lembrou Florêncio.

Vítimas de violência

O DF tornou-se ainda a primeira unidade da Federação a instituir formalmente a Rede de Atenção às Pessoas em Situação de Violência (RAV) – um passo além das outras cinco redes temáticas de atenção estabelecidas pelo Ministério da Saúde (MS) e adotadas no âmbito federal.

A RAV determina e oficializa o processo de fluxo de atendimento e cuidado, capacitação dos profissionais, monitoramento e funcionamento dos serviços de saúde voltados a vítimas de violência sexual, doméstica e familiar.

Café com o GDF

O encontro desta segunda foi realizado pelo Codese e contou com a presença de diversos secretários da capital federal. Nele, cada gestor apresentou trabalhos já desenvolvidos, em andamento e previstos no Plano de Ações do documento “O DF que a gente quer em 2040”. Este último foi elaborado pelo próprio conselho, com a participação de diversas lideranças sociais.

Além da secretária de Saúde, estiveram no evento o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar; a secretária-adjunta de Desenvolvimento Social do DF, Renata Marinho O’Reilly Lima; o presidente do Codese-DF, Leonardo Ávila; além do superintendente do Codese-DF e líder do Eixo Cidadania e Desenvolvimento Social, Ruyter Kepler de Thuin.