12/06/2017 às 11h33

Atendimento sem marcação é realidade nas UBS

Moradores da área rural de sobradinho contam como é o acesso aos serviços

BRASÍLIA (12/6/17) - No Distrito Federal, sete em cada 10 pacientes que procuram as emergências dos hospitais públicos podem ter suas demandas de assistência absorvidas pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), conhecidas popularmente como postinhos. Diante dessa realidade, a Secretaria de Saúde está fortalecendo a atenção primária, com a Estratégia Saúde da Família (ESF), e já é uma realidade o atendimento perto de casa e sem a necessidade de marcação prévia da consulta.

Maria do Carmo Pinheiro, 49 anos, é uma das mais novas pacientes cadastradas pela Estratégia Saúde da Família (ESF) da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Lago Oeste, área rural de Sobradinho. Mesmo sem ter agendado o atendimento, a moradora conseguiu encaixe para realização de consulta, exame Papanicolau e atualização da caderneta de vacinação.

"Estou morando aqui há um mês e minhas vizinhas disseram para eu vir me consultar. Fiquei surpresa com a rapidez e o bom atendimento feito pelos profissionais. Faço parte do grupo de risco, porque tenho doença crônica, e preciso de acompanhamento", conta Maria do Carmo, que já saiu da unidade com a próxima consulta agendada.

A enfermeira Marly Maia Vieira explica que o acesso facilitado aos serviços de saúde não foi exclusividade para Maria do Carmo. Segundo ela, faz parte da rotina atender aos pacientes agendados - como as gestantes que fazem pré-natal - e também aos que chegam sem a marcação da consulta.

PERTO DE CASA - Neste processo de mudanças da atenção primária, com o fortalecimento da Estratégia Saúde da Família, 50% dos atendimentos são realizados por meio de um agendamento e o restante é destinado à demanda espontânea. Isto significa que o paciente que necessitar de assistência poderá se dirigir à UBS mais próxima de casa, em vez de procurar um hospital. Essa nova forma de atuação contribuirá para desafogar as emergências, que são destinadas aos casos graves e complexos.

"Fazemos Estratégia Saúde da Família, que é um grande avanço e permite que possamos conhecer nossos pacientes. Isso faz toda a diferença. Quem chega aqui, é acolhido e sai com a consulta agendada, muitas vezes, para o mesmo dia", complementou Marly Maia.

Rute Ferreira da Silva, 26 anos, há dois anos conhece o trabalho feito pelas duas equipes ESF da área rural do Lago Oeste. Mãe de quatro filhos, todos atendidos na atenção primária, ela confirma que não tem dificuldade em conseguir consultas. "Hoje, trouxe minha filha de um ano para ser avaliada pela odontologia, numa consulta agendada. Também venho quando surge algum outro problema", disse.

No modelo ESF, a equipe de profissionais conhece cada um dos pacientes assistidos pelas equipes. Este é o caso da técnica em Saúde Bucal, Luciana Dias, que acompanha Rute e os filhos. "Como já conhecemos a família, é mais fácil orientar o tratamento".

A Estratégia Saúde da Família é fundamental para a promoção da saúde. Cada equipe da ESF atende 3.750 pessoas de uma determinada região e, a partir desse acompanhamento, pode-se fazer a prevenção de patologias, reduzindo o adoecimento da população, e tratando casos comuns que seriam direcionados aos hospitais.

FÁCIL ACESSO - Gabriela Souza, 26 anos, já morou na Espanha e acaba de voltar ao Brasil. Ela conta que o sistema de saúde do país europeu é muito semelhante ao da UBS do Lago Oeste. Além de atender agenda marcada, os pacientes sabem em que unidade procurar atendimento. "Lá, cada pessoa tem um médico que é sua referência. A diferença é que todo o sistema de lá é assim. Aqui, só em alguns lugares", comparou. Por enquanto. A meta da Secretaria de Saúde é que toda a atenção primária – que dispõe de 170 unidades – seja 100% convertida em ESF.

"Com o acesso facilitado, as pessoas tendem a cuidar mais da saúde. Conhecendo a realidade de cada família, sabemos a causa de algumas doenças", destacou o médico de Família da UBS, Berardo Augusto Nunan, ao lembrar que a Saúde da Família influencia na mudança de estilo de vida das pessoas.

A Unidade Básica de Saúde do Lago Oeste também oferece programas contra diabetes e hipertensão, além de tratamento para estimular o crescimento e o desenvolvimento.

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