Balanço de ações nas regionais de saúde
Balanço de ações nas regionais de saúde

Asa Sul investe em mutirões para acabar com longa espera por cirurgias
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal divulga semanalmente balanços das ações desenvolvidas pelas Coordenações Regionais de Saúde. O objetivo é informar, por meio de entrevistas com os coordenadores, os projetos em andamento, obras executadas e serviços implantados para melhorar o atendimento ao paciente.
Regional de Saúde da Asa Sul
Em um ano e meio de atividades, a Coordenação-Geral de Saúde da Regional Sul estabeleceu como meta a promoção de gestão participativa. Para isso, foram instalados Colegiados nas unidades de abrangência, o que resultou no enfrentamento das fragilidades que prejudicavam o acolhimento e a assistência à população.
Confira a entrevista com a coordenadora-geral de Saúde da Asa Sul, Roselle Bugarin Steenhouwer.
ASCOM - Quais foram às ações da Regional Sul para capacitação dos servidores nos últimos meses?
Roselle Bugarin - O HMIB, que é certificado como hospital-escola, sempre se preocupou com a questão da capacitação dos servidores da Regional Sul. Nessa linha didática de ensino hospitalar, realizamos nos últimos 19 meses vários cursos nas unidades, além da XIV Jornada Científica da Residência Médica e a 10ª Jornada Residência Científica de Enfermagem. Continuaremos a investir na qualidade dos nossos profissionais, com o intuito de promover melhor atendimento à população.
ASCOM – Foram ampliados serviços no inicio de 2012, gerando melhora no atendimento à população?
Roselle Bugarin - No inicio do ano abrimos dez novos leitos de UTI Neonatal. Com isso, diminuímos a falta de leitos proporcionando aumento substancial de vagas e impactando positivamente na assistência ao recém-nascido prematuro, das diversas unidades de saúde do DF. O acréscimo de leitos reduziu o tempo de espera por UTI, repercutindo na diminuição da morbimortalidade neonatal. Outra conquista da nossa Regional foi a abertura de quatro novos leitos de UTI pediátrica, contribuindo para que nenhuma criança fique desassistida. Merece destaque também a instalação de dois aparelhos de ultrassonografia 3D/4D, considerados os equipamentos mais potentes e modernos da região centro-norte do Brasil. Essas máquinas ajudarão no estabelecimento de diagnóstico por imagem de malformações fetais e instituição de terapia fetal e assistência ao tratamento de reprodução assistida, “bebê de proveta”.
ASCOM - O HMIB é referência em atendimento materno-infantil no DF. Quais projetos desenvolvidos neste ano merecem maior destaque?
Roselle Bugarin - Implantamos o Acolhimento e Classificação de Risco/ACR na pediatria, priorizando o atendimento aos pacientes, por ordem de prioridade clínica, e não por ordem de chegada, o que reduz o sofrimento e a chance de piora da condição clinica do paciente. Ampliamos, também, a rede de cuidados da gestante e do recém-nascido, com a implantação da Rede Cegonha na Regional. Com o novo serviço, pretendemos qualificar ainda mais o pré-natal com acolhimento precoce da gestante, na realização de, no mínimo, sete consultas, com todos os exames previstos. Um dos pilares da Rede é, também, humanizar a atenção ao parto proporcionando a essas mulheres total controle e autonomia no nascimento do seu filho, permitindo o acompanhamento e participação de pessoa da sua escolha, preferencialmente o pai da criança. Além do agendamento da revisão do parto na alta hospitalar, e com a segurança da assistência à criança durante a primeira infância. A Rede Cegonha é responsável, também, por estimular e propiciar condições para a adoção e execução dos cuidados e boas práticas recomendadas pelas sociedades de especialidade e organizações promotoras da saúde, como os dez passos da Iniciativa Hospital Amigo da Criança – IHAC, o direito ao acompanhante, contato pele a pele mãe e filho na primeira hora de vida, acompanhamento do trabalho de parto por meio do preenchimento do partograma, entre outras.
ASCOM - Os mutirões realizados no HMIB têm auxiliado na redução de tempo de espera para atendimento cirúrgico?
Roselle Bugarin - Em um ano e meio de trabalho, foram beneficiados mais de 200 pacientes em mutirões no HMIB. O objetivo principal dessas ações é aumentar a oferta por procedimentos, para agilizar o atendimento de pacientes que aguardam em listas de espera, ofertando assim, a oportunidade de tratamento. Geralmente os mutirões são realizados nos finais de semana. É um esforço concentrado dos servidores do HMIB, voluntários e parceiros, que abdicam de momentos de lazer e convivência familiar. O mutirão da Cirurgia Pediátrica, além de reduzir o tempo de espera do paciente, ajuda a prevenir complicações da hérnia. O mutirão da reconstrução mamária ajudou a diminuir o sofrimento e restituir a autoestima de mulheres que foram submetidas a cirurgias de mastectomia. O mutirão de Gastrostomia Endoscópica Percutânea (PEG), além de reprimir a demanda, atendeu à pacientes pediátricos, em sua maioria neuropatas, com disfagia e em uso crônico de sonda nasoenteral. Em breve será realizado mutirão de laqueadura tubária por meio de técnica minimamente invasiva, proporcionando a essas mulheres conforto e tranquilidade para planejar o número de filhos que decidiram.
ASCOM - Quais serão os próximos projetos a serem desenvolvidos no HMIB ainda neste ano?
Roselle Bugarin - Estamos em fase de execução de cursos de educação continuada, para estimulo da Iniciativa Hospital Amigo da Criança/ IHAC e capacitação dos novos servidores para adoção dos protocolos assistenciais, objetivando o controle de infecção hospitalar. Iniciaremos curso para treinamento em vídeo-cirurgia, destinado à equipe da unidade de cirurgia pediátrica. Realizaremos, também, curso de assistência de suporte à vida da paciente obstétrica e a paciente neonatal para os profissionais da área médica e de enfermagem do Centro Obstétrico. Estamos com projetos de apoio financeiro e arquitetônico aprovados à adequação e qualificação da ambiência de diversas unidades do HMIB; Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal – UCIN, Alojamento Conjunto - ALCON, Unidade de Cuidado Intensivos Adulto - UTI Adulto que se transformará em UTI Materna e passará a atender especialmente mulheres com agravo a saúde, relacionada ao ciclo grávido-puerperal. Essas ações contribuirão enormemente para redução de danos à saúde das mães. Além disso, está em fase de projeto a adequação e ampliação da Central de Material Esterilizado/CME, espaço do Ambulatório, Centro Obstétrico com salas de parto que irão proporcionar mais conforto, privacidade às pacientes e acompanhantes. Está em fase de implementação a Casa da Gestante Bebê e Puérpera/CGBP que acolherá as gestantes que residem distante do HMIB e necessitam de consultas frequentes ou estão na fase latente e em trabalho de parto - e não tem indicação de internação imediata. A casa assistirá, também, mães em condições de alta hospitalar, mas com bebês internados em UTI, ditas “mães nutrizes” ou nutridoras de calor e carinho.