27/07/2017 às 16h33

Base alerta população sobre câncer de cabeça e pescoço

Além de palestras, médicos fazem consultas e encaminhamento para tratamento na rede pública

BRASÍLIA (27/7/17) – Palestras e consultas fazem parte da programação realizada pelo Hospital de Base, até o fim da tarde desta quinta-feira (27), para alertar a população sobre o câncer de cabeça e pescoço. A iniciativa é promovida em celebração ao Dia de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. A doença é pouco conhecida e, por isso, é diagnosticada em estágio avançado em grande parte dos casos.

O câncer de cabeça e pescoço pode acometer vários órgãos nessa área. A estimativa prevista pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o Brasil em 2017 é de 15.490 casos que acometem a boca, 10.810 o esôfago cervical, 7.350 a laringe e 6.960 a glândula da tireóide.

"As estatísticas confirmam que 5% dos cânceres que acometem a população são encontrados no segmento de cabeça e pescoço. Por isso, queremos orientar a população sobre os fatores de risco, sendo o principal deles o cigarro associado à bebida alcoólica, que potencializa o crescimento desses tumores", disse o chefe da Unidade de Cabeça e Pescoço do Base, Franciso Mitrovick, ao lembrar que a detecção precoce é o fator principal para cura.

Apesar de os maiores inimigos serem fumo mascado, cachimbo, charuto, narguilé e o cigarro convencional, a doença também tem sido ocasionada, em menor proporção, por outros motivos. "Começamos a receber na rede pública jovens não fumantes com tumores, na maioria das vezes, relacionados ao HPV. Por isso, é necessário ficar atento ao calendário de vacinação. Antes do início da atividade sexual é importante fazer essa prevenção", complementou o médico cirurgião de cabeça e pescoço Achilles Machado.

Rosa Gomes, 60 anos, foi uma das vítimas da doença, que atingiu sua tireóide. "Comecei a me sentir cansada e com falta de ar. Ao dormir, me sentia com sufocada. Por isso, procurei o médico e fui encaminhada para o Base. Recebi o diagnóstico em 2016 e, em maio do mesmo ano, fui operada. Hoje estou livre da doença. Agradeço à Deus e ao empenho da equipe médica", disse a paciente, que continua acompanhada pela unidade.

DOENÇA – O câncer ocorre quando as células começam a crescer descontroladamente. O tumor pode ser benigno ou maligno, dependendo do grau de crescimento e capacidade de se espalhar pelo corpo. O médico Achilles Machado explica que a doença nessa região pode acometer boca, lábios, glândulas salivares, face, couro cabeludo, laringe, seios paranasais, tireóide e faringe, sendo a maioria deles maligno.

"As pessoas têm que ficar atentas a feridas na boca que não cicatrizam, mudanças no tom de voz, nódulos no pescoço, dor ou dificuldade para engolir, amolecimento dos dentes, sangue no escarro, dificuldade para abrir a boca, inchaço na face ou bochecha e a outros sintomas que não regridem", disse.

O profissional orienta que, em casos suspeitos, a pessoa pode buscar orientação com otorrino, especialista de cabeça e pescoço, bucofacial, ou, quando o sintoma for na boca, um dentista pode fazer o diagnóstico. 

RECURSOS TERAPÊUTICOS - Além de intervenção cirúrgica, o paciente pode ser submetido à quimioterapia e à radioterapia. O tratamento de cânceres que acometem essa região, muitas vezes, é agressivo porque necessita de intervenções invasivas que acometem a face, regiões expostas, cavidade oral e laringe, que é responsável pela fala.

"Infelizmente, no Brasil, a maioria dos diagnósticos ocorrem de forma tardia. Quanto mais tardia essa detecção, menores são as chances de cura. Se tratado inicialmente, chega a mais de 90% a chance de cura", explicou Machado.

O Hospital de Base fornece o atendimento especializado. Por ano, são operados aproximadamente 250 pacientes de câncer de cabeça e pescoço. Por mês, são aproximadamente 400 consultas.

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