Brincadeira e interação para crianças autistas e com alterações neurológicas
31/10/2019 às 15h28
Brincadeira e interação para crianças autistas e com alterações neurológicas
Evento é destinado a pacientes do Centro Especializado em Reabilitação
Sorrir, brincar, estar com outras crianças parece uma coisa normal entre elas. Mas, para a realidade de alguns pequenos, não é bem assim. Os 80 meninos e meninas que compareceram à festa da criança, organizada pelo Centro Especializado em Reabilitação (CER), mostram que com o atendimento adequado todos podem ser alegres, ter amigos e socializar. Os menores atendidos pelo serviço de Pediatria, acompanhados de seus familiares, foram, na manhã desta quinta-feira (31), ao CER para brincar, comer, dançar e ainda curtir um teatro. São crianças como Luan Vinícius, de sete anos, diagnosticado com espectro autista. A mãe, Larissa Maia Soares, explica que ele tinha dificuldades para interagir. Ela conta que a descoberta do autismo veio por meio da escola e logo foi verificado o atraso psicomotor. “Há dois meses, ele começou o tratamento com terapia ocupacional. Eu já estou vendo um avanço muito significativo. Na escola, também, muito bom. Aqui trabalha muito essa questão da interação, trabalhar junto, em grupo, então está ajudando bastante”, comemora a mãe enquanto o filho brinca com as outras crianças na piscina de bolinhas. Interação também era um problema sério para o Téo, de apenas 2 anos e 7 meses. Dificuldades na fala e uma limitação no contato com as outras pessoas e sequer olhava para a mãe. Em 3 meses de acompanhamento no CER, o pequeno Téo já apresenta mudanças. “Quando ele veio, ele não falava nada. Já está bem melhor nesses três meses, interage com outras pessoas. Ele não tinha nenhum contato visual com outras pessoas, até comigo que sou mãe era difícil. Hoje está bem mais fácil. Está alegrinho. Estou muito feliz com o atendimento”, afirma a mãe Patrícia dos Santos, que teve seu filho diagnosticado com transtorno do desenvolvimento global, ainda em investigação. Essas crianças estão sendo atendidas por uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, neuropediatra, neurologista, assistente social e fonoaudiólogo. “Nós atendemos deficiência física e intelectual. Então são crianças com alterações neurológicas, com paralisia cerebral, autismo, com síndromes diversas, com atraso no desenvolvimento psicomotor entre outras dificuldades”, explica a gerente do CER, Luana Calixto Saraiva. Atualmente, são 200 pacientes em atendimento permanente na pediatria da unidade, resultando em 2 mil consultas por mês prestadas pelos profissionais de forma multidisciplinar.
FESTA – O evento já virou uma tradição no CER e sempre no mês de outubro é reservada uma data para celebrar com a criançada. Neste ano, os servidores organizaram uma área com brincadeiras que contou com escorregador, piscina de bolinhas e pula-pula. Também teve muita música e teatro com a presença da personagem Emília, do Sítio do Pica-Pau Amarelo, canções lúdicas do universo infantil, fadas, abelhinhas e super-herói. Algumas crianças chegaram a formar fila para fazer a pintura facial.
CER – O Centro Especializado em Reabilitação de Taguatinga faz parte da Atenção Secundária à Saúde e recebe pacientes de todas as idades e regiões do Distrito Federal, já que é o único dessa modalidade no serviço público. Os pacientes são encaminhados por médicos de diferentes especialidades e são chamados pelo sistema de regulação.
Josiane Canterle, da Agência Saúde
Fotos: Divulgação/Saúde-DF