19/08/2016 às 17h08

CAPS de Ceilândia celebra aniversário de sete anos

Evento foi aberto para pacientes, familiares e comunidade

BRASÍLIA (19/08/16) – O Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) de Ceilândia, que presta serviços à comunidade da Região Oeste (Ceilândia e Brazlândia) acaba de completar sete anos. Para celebrar a data, a unidade promoveu, em parceria com pacientes, familiares e a comunidade, na tarde desta quinta-feira (18), uma festa junina com diversas atividades.

A programação do evento foi voltada para possibilitar mais entrosamento entre os familiares dos pacientes com o tratamento fornecido a todos que buscam ajuda no local. Entre as ações previstas para o dia, destacaram-se a apresentação de talentos e as exposições com trabalhos artesanais produzidos pelos pacientes.

A gerente do CAPS Fabiana Faria conta que o objetivo do evento é permitir que as pessoas se sintam acolhidas. "Nosso intuito é fazer com que estes pacientes percebam que podem, sim, serem reinseridos novamente na sociedade", afirma.

CAPS - O Centro de Atendimento Psicossocial de Ceilândia funciona durante 24h, inclusive aos finais de semana e feriados. A unidade oferece tratamento com equipe multidisciplinar para pessoas que apresentem uso abusivo de bebidas alcoólicas e outras drogas, como crack e cocaína.

Para ser atendida, a pessoa não precisa de encaminhamento, basta ir até o local e contar qual é o problema e, assim, os profissionais irão elaborar, de maneira direcionada, o tratamento mais adequado para cada paciente.

Fabiana esclarece que, para ser atendido na unidade, é necessário ter 18 anos ou mais e devem ser residentes na Região Oeste. "As pessoas vêm por demanda espontânea, judicial, da rede intersetorial. Assim que o paciente chega, já recebe acolhimento e, após isso, é avaliado pela equipe. É por meio dessa avaliação que determinamos junto com o paciente o plano terapêutico que ele receberá no tratamento. É um trabalho conjunto", completa a psicóloga e terapeuta comunitária.

HISTÓRIAS - Milton Galvão foi um dos primeiros pacientes do CAPS. Ele conta que, à época, tinha problemas com bebida alcoólica, mas hoje já conseguiu se reestruturar. "Estou aqui há sete anos e não pretendo sair mesmo já tendo me livrado do meu problema. Quando cheguei aqui, vi que podia ter novamente uma vida e fui acolhido por todos. O trabalho que fazem é fantástico e, por isso, faço questão de ajudar como posso", comenta ao dizer que foi o responsável pela produção das guloseimas da festa.

Américo Pereira é paciente da unidade desde 2011 e, desde que conheceu o trabalho realizado pelo local, faz questão de comparecer em todas as reuniões e atendimentos feitos pela equipe multidisciplinar. "O tratamento realizado pela equipe do CAPS é excelente e faz com que eu me sinta em casa. Mesmo quando tenho altos e baixos, sempre encontro apoio de todos os profissionais e, sinceramente, não sei o que seria de mim sem o atendimento que recebo aqui", revela ao relembrar os anos que já frequenta a instituição.

A voluntária do CAPS, Ana Maria de Freitas, é da família de dois pacientes. O marido e o filho eram dependentes químicos e foi ela quem buscou ajuda para os dois na unidade. "Trata-se de um trabalho muito importante, porque é um tratamento humanizado. Quando cheguei aqui, estava sofrendo muito e foi quando vi que necessitava de muito mais ajuda do que meu esposo e filho, porque, até então, eu não sabia ajudar, justamente porque eu não conhecia a doença e não conhecia nada sobre o tratamento", relembra emocionada.

Ana Maria explica que, no CAPS, recebeu as informações e a capacitação necessária para conseguir ajudar de forma efetiva no tratamento de sua família. "Hoje, meu esposo e meu filho estão limpos. Qualquer droga tem saída, basta a pessoa querer, mas é essencial que a família também se envolva com o tratamento, porque é uma doença que vem do sistema familiar e não do paciente".

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