Cobertura assistencial em saúde mental no DF dobrou em dois anos
Cobertura assistencial em saúde mental no DF dobrou em dois anos

Nova unidade de acolhimento começa a funcionar em Samambaia
O secretário de Saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa entregou nesta sexta-feira (30), à comunidade de Samambaia a primeira Unidade de Acolhimento (UA) residencial transitória para usuários de álcool e outras drogas, maiores de 18 anos, que desejam livra-se do vício.
Segundo o secretário, “ o Distrito Federal sai na frente das demais unidades da Federação com a inauguração deste serviço, por meio do acolhimento onde o usuário será avaliado individualmente num período de seis meses, por profissionais que observarão as peculiaridades de cada caso”.
De acordo com o diretor de Saúde Mental da SES/DF, psiquiatra Augusto Cesar de Farias Costa, “esta é uma política traçada na lei federal 10.216 de 6 de abril de 2001, da Política Nacional (Lei da Reforma Psiquiátrica) que normatizou a reforma psiquiátrica do Ministério da Saúde, por meio de portarias regulamentadoras.”
A saúde mental é exercida pela rede de atenção psicossocial que compreende os Centros de Atenção Psicossocial – CAPS – divididos em três tipos: CAPS Transtorno Mental, CAPS Álcool de Drogas e CAPS Infância e Adolescência.
Para Augusto Cesar, o DF detem praticamente o dobro da cobertura assistencial de CAPS-AD para 100 mil habitantes. “Em dois anos de gestão a SES/DF mais que duplicou a cobertura assistencial em saúde mental. Neste período nos CAPS-AD foram abertos 8500 prontuários”.
A Unidade de Acolhimento Transitório fica na QS 107, conjunto 7, ao lado do CAPS-AD e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no setor Sul de Samambaia. No prédio de dois andares, será possível abrigar 15 dependentes químicos, que obrigatoriamente tenham passado por triagem e seleção dos profissionais do CAPS, responsável pelo acompanhamento médico.
A implantação das unidades faz parte das ações propostas pelo Plano de Enfrentamento, que completou dois anos nessa sexta-feira (30). A ideia é proporcionar aos usuários de álcool e drogas em situação de fragilidade social, o suporte necessário para que eles consigam superar a dependência. “Os usuários acolhidos podem permanecer no local por até seis meses. Nesse período, passarão por um processo de reinserção social”, informa o gerente do CAPS-AD de Samambaia, Ademário Brito.
Está é a segunda unidade de acolhimento entregue à população pela SES/DF. A primeira, inaugurada em abril em Taguatinga, é destinada ao atendimento infanto-juvenil.
Os pacientes terão à disposição um ambiente confortável com salas de acolhimento, repouso, espaço para as equipes e grupos, sala de estar, cozinha, refeitório, lavanderia, sala de estudos e de televisão, quatro quartos para os acolhidos com banheiros, sendo três masculinos e um feminino, almoxarifado e depósito.
CAPS-AD de Samambaia
O CAPS-AD III de Samambaia, que é destinado ao atendimento de população superior a 200 mil habitantes, funciona 24 horas. O DF possui 15 CAPS em várias cidades – nove específicos para o tratamento de dependentes de álcool e drogas. Cada CAPS-AD mantém uma equipe de mais de 70 profissionais, com médicos, psicólogos, enfermeiros e terapeutas. Atendem adultos usuários de drogas que procuram ajuda para deixar o vício, além de oferecer suporte às famílias.
Desde a inauguração, em abril, o CAPS-AD de Samambaia realizou mais de dois mil atendimentos, mais de mil oficinas e faz acompanhamento atualmente a 639 pacientes. Estatística realizada pela unidade, em 5 de agosto, uma análise de 560 prontuários sobre o perfil de usuários atendidos no local revela, por exemplo, que 51% fazem uso de álcool e 24% usam mais de uma droga (múltiplas drogas).
De acordo ainda com o levantamento, no que concerne à especificidade do álcool, cerca de metade dos usuários usam apenas dessa droga, mas 53% deles têm problemas no uso com outras drogas também.
Julio Duarte