DF adere protocolo de atendimento do MS para câncer de tireóide
DF adere protocolo de atendimento do MS para câncer de tireóide
Por José Roberto Bueno, da Agência Saúde DFAtendimento à imprensa:(61) 3348-2547/2539 e 9682-9226
Resultado de pesquisas científicas e de uma consulta pública
O protocolo de diagnóstico, exames, cirurgias e tratamento de câncer de tireoide foi reformulado pelo Ministério da Saúde. As mudanças são resultado de pesquisas científicas e de uma consulta pública, decorrentes da necessidade de atualização desses procedimentos, a fim de garantir um tratamento mais eficiente para a doença.
Todas as unidades de saúde do País devem se estruturar para fazer o atendimento necessário e dar prioridade aos casos graves, garantindo exames e tratamento aos pacientes. A Secretaria de Saúde do DF (SES) saiu na frente. “É obrigação dos profissionais de saúde informarem adequadamente o doente e a família dos possíveis riscos e efeitos colaterais do tratamento”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica no DF, Rodrigo Pinheiro, que também exerce o cargo de gerente da Emergência do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF).
Sintoma
Segundo o oncologista do HBDF, a suspeita do tumor maligno começa com o surgimento de um nódulo na tireoide - glândula em forma de borboleta - localizada na parte anterior pescoço, associado a um histórico de exposição prévia a radiação ou de casos do câncer na família. Da mesma forma, a presença de nódulo tireoidiano e gânglios linfáticos aumentados no pescoço, que podem aparecer juntos com o sintoma de rouquidão. “Essas manifestações podem ser indicação de câncer no local”, diz Rodrigo Pinheiro.
O protocolo mostra que o nódulo na tireoide - glândula que produz hormônios para controlar a velocidade do metabolismo do corpo – influencia no crescimento e nas atividades do sistema nervoso. “Grande parte destes caroços é de natureza benigna, porém, malignidade pode ser encontrada em cerca de 10% nos adultos, sendo o mais comum da região da cabeça e pescoço e três vezes mais frequente nas pessoas do sexo feminino” complementou o médico.
O documento do Ministério da Saúde (MS) define tumor de alto risco aqueles em que “há presença de doença residual local macroscópica após o tratamento cirúrgico, tumor com invasão local grosseira evidente ou doença metastática”. O relatório do MS aponta a cirurgia como a principal forma de tratamento, podendo ser seguida por uso de iodo radioativo e radioterapia ou quimioterapia. Também foi incluída a ultrassonografia de alta resolução como o exame para diagnóstico do câncer, fazendo com que sejam identificados nódulos pequenos que não podem ser apalpados, seguida da biopsia, para detectar se o nódulo é maligno ou benigno.
O cirurgião oncológico do Hospital de Base, Rodrigo Pinheiro concorda com o oncologista clínico do Instituto de Câncer de Brasília (ICB), Douglas Manfroi, quando este afirma que o autoexame da tireoide é importante para detectar precocemente a doença, fazendo com que o tratamento tenha maiores chances de sucesso. “O procedimento permite identificar nódulos tireoidianos, na maioria das vezes benignas, que necessitam apenas de acompanhamento médico. Mesmo assim, a prática é de grande importância, já que também aponta os tumores malignos da tireoide que, quando adequadamente tratados, possuem taxas de cura de aproximadamente 95%.”, explica Manfroi.
Autoexame
Para fazer o autoexame, basta posicionar- se em frente ao espelho, inclinar a cabeça levemente para trás de modo a enxergar melhor o pescoço e, ao mesmo tempo, tomar um gole d’água. Enquanto você engole, a glândula vai subir e descer e, nesse momento, deve-se observar se há saliências no local. A presença de gânglios não é motivo para pânico, já que nem todos os nódulos são malignos, e a quantidade deles também não quer dizer que a pessoa necessariamente desenvolverá câncer, mas servem de alerta para a procura imediata de um especialista.
Além do autoexame, não fumar e ter hábitos alimentares saudáveis podem evitar tanto a origem, quanto o crescimento de células cancerosas. Estudos recentes mostram que consumir, ao menos duas vezes por semana, vegetais do grupo do brócolis, couve-flor e repolho, pode ajudar a proteger a tireoide, já que os nutrientes destes alimentos fortalecem o organismo e evitam o aparecimento da doença.