31/08/2016 às 16h49

DF foi pioneiro na implementação de políticas de prevenção ao suicídio

BRASÍLIA (31/08/16) – O ditado "prevenir é o melhor remédio" nunca caiu tão bem como no caso de suicídios. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 90% dos casos poderiam ser evitados. Isso porque, na maioria das vezes, transtornos mentais, como a depressão, são o gatilho para as pessoas tirarem a própria vida.

Diante desse dado, a OMS recomendou, no relatório "Prevenindo suicídios- um imperativo global", publicado em 2014, que todos os governos fizessem planos preventivos, mas apenas 28 países possuem. O Brasil é um deles.

Em 2006, o Ministério da Saúde publicou as Diretrizes Nacionais de Prevenção ao Suicídio (Portaria 1.876/2006) e um manual dirigido aos profissionais das equipes de saúde mental dos serviços de saúde, com ênfase nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). No mesmo documento, recomendou que cada estado elaborasse suas estratégias nessa área.

Em 2012, o Distrito Federal foi a primeira unidade da federação a lançar um programa de prevenção ao suicídio, com a meta de criar uma rede de serviços interligados do Sistema único de Saúde (SUS) que identifique as pessoas em situação de vulnerabilidade para prevenir esse tipo de morte. Neste mesmo ano, a Secretaria de Saúde promoveu a primeira jornada de prevenção ao suicídio, que chega em sua quinta edição em 2016.

"Com o desenvolvimento de uma política de prevenção do suicídio, o DF assume que esse se trata de um problema de saúde pública e estabelece um compromisso com a população para o desenvolvimento de ações voltadas para prevenção", destaca a psicóloga Beatriz Montenegro, responsável pela política distrital de prevenção ao suicídio no DF.

Ela diz, ainda, que a pasta vem trabalhando em vários aspectos da prevenção, inclusive na sensibilização de outros parceiros governamentais e não-governamentais que podem contribuir nessa tarefa.

PLANO - O Plano de Prevenção do Suicídio está baseado em cinco eixos: avaliação e monitoramento; compromisso político; prevenção; tratamento e pós-prevenção; e capacitação e informação.

Diante disso, a Secretaria de Saúde tem adotado algumas medidas para prevenir suicídios. "O aumento da cobertura assistencial de saúde mental, assim como a melhoria nos processos de trabalho, têm sido uma busca constante da secretaria. Entretanto, a prevenção do suicídio envolve muitas outras ações e interfaces com outros serviços", frisa Beatriz Montenegro.

SAMU – Além de toda rede de assistência a transtornos mentais, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), a saúde pública do DF ainda conta com um serviço de excelência desenvolvido pelo Samu, único no Brasil cujo Núcleo de Saúde Mental (Nusam) conta com psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e agentes de serviço social. O serviço atende a pelo menos seis chamadas, por dia, de tentativas de suicídio. Um total de 180 por mês.

"Ainda tem as tentativas ocultas, ou seja, aqueles chamados de intoxicação ou acidentes traumáticos, por exemplo, que quando investigados, descobre-se que na verdade foram tentativas de suicídio", alerta o gerente do Samu-DF, Rafael Vinhal.

Hoje, o Nusam tem seis psicólogos – quatro lotados no Samu e dois que fazem hora extra no serviço-, dois assistentes sociais lotados e outros que fazem hora extra, além de um auxiliar de serviço social e três enfermeiros. "Com essa equipe, tanto fazemos atendimento via telefone como in loco. Depois do atendimento do paciente em crise, ainda fazemos o follow up, com quatro ligações posteriores para saber como está evoluindo o tratamento do paciente", explica Vinhal.

CVV – Um serviço conhecido nacionalmente, feito por voluntários, também ajuda na prevenção. O Centro de Valorização da Vida, por meio do telefone 141 e também por e-mail, Skype, chat e pessoalmente, oferece apoio emocional gratuito para quem precisa desabafar sobre assuntos que não consegue abrir com mais ninguém.

"O objetivo é que a pessoa perceba que ela não está sozinha, que há alguém com quem possa falar e a aceitará incondicionalmente", conta o voluntário do centro, em Brasília, Gilson Moura de Aguiar. No DF, o CVV recebe, por mês cerca de mil ligações. Em todo o país, passa de um milhão de contatos.

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