DF pode ser líder no ranking nacional de captação de órgãos
DF pode ser líder no ranking nacional de captação de órgãos
Números do 1º trimestre de 2013 superam o mesmo período de 2012
O primeiro trimestre do ano trouxe boas notícias na área de transplantes no Distrito Federal. Levantamento da Central de Captação de Órgãos e Tecidos do DF mostra um sensível aumento na captação de doadores no período. Em 2012, a capital federal figurava em segundo lugar no ranking nacional com 21,8 doações para cada milhão de habitantes e nos três primeiros meses deste ano atingiu 28 para cada milhão de habitantes.
O novo índice pode significar o primeiro lugar no ranking nacional – que ainda não foi divulgado pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Para tanto, basta que o Estado de Santa Catarina permaneça no mesmo patamar do ano passado, com 26,4 para cada milhão de habitantes. O DF começou 2012 na quarta posição. Após passar São Paulo e Ceará, atingiu o segundo lugar, atrás apenas de Santa Catarina.
O aumento na captação de doadores pode se explicado, segundo a coordenadora da Central de Captação, Daniela Salomão, pela maior eficácia na manutenção dos pacientes em morte cerebral e pela melhoria na comunicação de potenciais doadores atendidos nos serviços de emergência e unidades de terapia intensiva da rede.
O aumento no número de doadores, já se reflete na quantidade de transplantes. Dados do primeiro trimestre deste ano mostram que foram feitos 12 transplantes de fígado, seis de coração, 27 de rim, 59 de córnea e quatro de medula em várias unidades do DF. Em 2012, foram realizadas 22 cirurgias de rim, sete de fígado e três de coração, 120 de córnea e um de medula.
Além de um excelente lugar no ranking nacional de captação de doares, o DF se destaca nas estatísticas de transplantes realizados, se consolidando na primeira posição em cirurgia de coração e córnea (proporcionalmente ao número de habitantes) no ano passado. Em 2012 a SES-DF realizou 576 transplantes no total, somando os procedimentos de rim (102), córnea (407), coração (18), medula (10) e fígado (39).
O DF já está pronto para oferecer o transplante de pulmão. Para isso, já obteve credenciamento junto ao Ministério da Saúde. O Instituto de Cardiologia do DF (ICDF), hospital conveniado à Secretaria, irá realizar o procedimento. Os médicos aguardam apenas um paciente estabilizado e preparado para fazer o primeiro transplante do DF. De acordo com Daniela Salomão, a cirurgia é delicada e, por isso, o receptor do órgão tem que ser acompanhado pela equipe médica e estar apto ao procedimento.
Câmaras técnicas
O aumento no número de transplantes está diretamente ligado aos investimentos no setor. No ano passado a Secretaria de Saúde do DF conseguiu novamente o credenciamento junto ao Ministério da Saúde para realizar transplantes de rim, fígado e córneas. Além disso, foram ampliadas as equipes de captação de órgãos e criados leitos exclusivos de UTI para a manutenção de vida de doadores. "Isso faz com que a perda de órgãos não ocorra", explica a coordenadora da Central de Captação.
Outro avanço importante foi a criação de câmaras técnicas de doações e transplantes no final de 2012. As oito câmaras – para rim, coração, fígado, pulmão, córnea, medula, doação, captação – são formadas por representantes do Ministério Público Conselho Regional de Medicina (CRM) e médicos renomados que trabalham na área. “Elas supervisionam, avaliam e servem de apoio à Central em todas as questões relacionadas aos transplantes”, diz Daniela Salomão.
Celi Gomes