05/03/2024 às 11h14

DF registra 120 mil casos prováveis de dengue em 2024

Novo boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde confirma 78 óbitos pela doença. Ações de prevenção e tratamento são intensificadas

Michelle Horovits, da Agência Saúde-DF | Edição: Willian Cavalcanti

Novo boletim epidemiológico de dengue divulgado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) na segunda-feira (4) registra 120.625 casos prováveis da doença. Observa-se no período um aumento no número de casos prováveis de dengue em residentes no DF se comparado ao boletim do dia 26 de fevereiro, quando foram registrados 100.558 mil casos. O documento também traz a confirmação de 78 óbitos desde o início do ano até essa segunda-feira (4), além de outros 84 em confirmação.

A secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, destacou que, até a segunda quinzena de março, os casos de dengue no DF devem se estabilizar. “Isso é próprio da sazonalidade da doença. Agora estamos passando pelo máximo. Do ponto de vista epidemiológico, é prevista uma estabilização em abril e devemos vivenciar uma redução”, disse a gestora.

A taxa de incidência da doença é classificada como alta em 28 Regiões Administrativas. Por ordem de incidência, foram registrados mais casos em Brazlândia, seguida por Estrutural, Varjão, Sol Nascente/Pôr do Sol, Santa Maria, Ceilândia, São Sebastião, Fercal, Sobradinho I, Gama, Arapoanga, Itapoã, Riacho Fundo I, Candangolândia, Sobradinho II, Taguatinga, Vicente Pires, Guará, Cruzeiro, Paranoá, Núcleo Bandeirante, Lago Norte, Planaltina, Samambaia Plano Piloto, Água Quente, Riacho Fundo II, Recanto das Emas e SIA.

O boletim epidemiológico de dengue traz a confirmação de 78 óbitos desde o início do ano até essa segunda-feira (4), além de outros 84 em confirmação. Foto: Tony Wiston/Agência Saúde-DF

De acordo com o subsecretário de Vigilância à Saúde da SES-DF, Fabiano dos Anjos, a epidemia de 2024 é sem precedentes. “Reflete a tendência global de aumento de casos, em parte decorrente das mudanças climáticas que favorecem a replicação do mosquito”, afirma.

Com relação ao perfil dos casos prováveis de dengue por sexo e grupo etário entre os residentes no DF, os dados revelam uma distribuição desigual. Observa-se que a incidência é maior no sexo feminino, com 3.870,2 casos por 100 mil habitantes.

Febre de chikungunya

Até a Semana Epidemiológica (SE) 09 de 2024, foram notificados 524 casos suspeitos de febre de chikungunya no Distrito Federal. Dentre esses casos, 494 são classificados como prováveis, com 98,5% (487 casos) residentes no DF.

Na análise da distribuição dos casos de febre de chikungunya por regiões de saúde e regiões administrativas no Distrito Federal, alguns padrões podem ser observados. A região Oeste, que engloba Ceilândia e Brazlândia, apresentou o maior número de casos prováveis, totalizando 101 casos. Em seguida, a região Sudoeste (Águas Claras, Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires) registra 58 casos prováveis, seguida pela região Sul (Gama e Santa Maria), com 34 casos.

Ao considerar a situação da doença nas regiões administrativas do DF, Ceilândia surge como a área mais afetada, com 67 casos prováveis. Taguatinga e Gama seguem, com 27 e 23 casos prováveis, respectivamente.

Doença aguda pelo vírus zika

Foram notificados 74 casos suspeitos de doença aguda pelo vírus zika no Distrito Federal, dos quais 53 são considerados prováveis. Entre eles, 51 são residentes do próprio DF. É importante ressaltar que todos os casos permanecem em investigação e, até o momento, não houve confirmação laboratorial de zika na região.

O subsecretário de Vigilância à Saúde destaca que os dados mostram a necessidade contínua de vigilância epidemiológica e a implementação de medidas de prevenção para controlar a propagação do vírus zika. “A detecção precoce, o acompanhamento adequado dos casos suspeitos e a promoção de práticas de prevenção, como o combate ao mosquito Aedes aegypti, são essenciais para mitigar os impactos da doença na população”, explica.

Até o presente momento, não há registro de gestantes com zika no DF. O monitoramento da ocorrência de zika em gestantes é de extrema importância devido aos potenciais riscos para a saúde da mãe e do feto.

Febre amarela

Em 2024, não foi notificado nenhum caso suspeito de febre amarela no DF.

Procure a UBS

Como a dengue é uma doença viral, o tratamento é focado no alívio dos sintomas, por meio de prescrição de antitérmicos, ingestão de líquidos e repouso. O paciente normalmente tem febre acima de 38 graus, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Portanto, ao primeiro indício, é preciso procurar a UBS mais próxima. Elas são a porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS) e todas estão com salas de reidratação ampliadas.