Dia D no Sol Nascente/Pôr do Sol: Secretaria de Saúde leva vacinação e cuidados contra dengue
Dia D no Sol Nascente/Pôr do Sol: Secretaria de Saúde leva vacinação e cuidados contra dengue
Último sábado (2) foi palco também de mobilização nacional de combate à doença, com foco em prevenção e assistência
Larissa Lustoza e Yuri Freitas, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura
Estados e municípios de todo o País se mobilizaram no Dia D Nacional de Combate à Dengue, no último final de semana (2) - uma ação junto ao Ministério da Saúde (MS). No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde (SES-DF) levou ao Sol Nascente/Pôr do Sol vacinação, atendimento a pacientes com dengue, espaço de apoio a vítimas de violência e testes rápidos para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). As atividades foram realizadas durante a 22ª edição do “GDF Mais Perto do Cidadão”, iniciativa do governo distrital que aproxima o cidadão dos serviços públicos.

Durante o evento, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, destacou que a mobilização vem ao encontro da necessidade nacional de enfrentar a dengue. “Aqui no DF, buscamos a intersetorialidade com outras secretarias, com o Corpo de Bombeiros Militar e o Exército”, destacou a gestora.
A elevação do número de casos de dengue se deve ao comportamento atípico da doença, gerado por fatores como mudanças climáticas, aumento dos centros urbanos, entre outros. Frente ao cenário que afeta o País inteiro, o Dia D Nacional busca conscientizar os brasileiros sobre o cuidado e a prevenção adequados contra o Aedes aegypti.
“A campanha pretende conversar com a população sobre como evitar focos do mosquito transmissor da doença. Pedimos que cada um separe dez minutos do seu tempo a cada semana para verificar a possibilidade de criadouro e, ao mesmo tempo, procure os serviços de saúde em caso de sintomas”, detalhou o secretário de Atenção Primária à Saúde do MS, Felipe Proença.
Também presente no Dia D, a vice-governadora, Celina Leão, chamou a atenção ainda ao descarte irregular de lixo, ressaltando que, em ação realizada recentemente, mais de 500 toneladas de resíduos foram recolhidas no Varjão. “A população também precisa se comprometer e não descartar em qualquer lugar aquilo que não quer mais.”
Assistência médica
A última edição do Dia D foi duplamente importante para o Agente Comunitário de Saúde (ACS) Enoque de Sousa Barros. Tendo comparecido ao evento na condição de servidor, o profissional de saúde aproveitou para fazer os exames disponíveis na tenda da SES-DF. Resultado: positivo para dengue. “Hoje estou só com um pouco de cefaleia, mas ontem de noite também tive dor nas articulações e febre de 38,8 graus”, elencou.

O ACS enfatizou o impacto que ações simples – como não deixar água parada em casa – têm no combate ao surto da doença, assim como a necessidade de procurar atendimento logo que os primeiros sintomas aparecem. “Tem gente que espera seis, sete dias para procurar uma Unidade Básica de Saúde [UBS]. Procurei no segundo dia e já deu positivo. Essa prontidão é significante para não piorar a situação”, complementou.
Já a dona de casa Denise Soares, 33, levou o filho e mais quatro sobrinhos para se vacinarem contra a dengue. Ela já havia contraído a doença há mais ou menos dois anos e reconhece a relevância de imunizar os mais jovens. “Não quero que eles passem pelas mesmas coisas, porque é horrível – você fica de cama, é muita dor”, lembrou.
Outros pais aproveitaram a ocasião para atualizar o cartão de vacinas das crianças e resolver outras pendências. Deusilene Santos, mãe do pequeno Yuri Gabriel, 6, não perdeu a oportunidade de comparecer com a família: requisitou a primeira carteira de identidade do filho e o à tenda de serviços odontológicos. “Esse Dia D é ótimo, especialmente para quem trabalha de segunda a sexta-feira. Fica perto de casa”, elogiou.

Agentes
Na mobilização, Agentes de Vigilância Ambiental (AVAs) e ACSs também realizaram ações de assistência e de cuidado. Os profissionais vistoriaram casas e repassaram orientações sobre o manejo clínico adequado da doença.
Para a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental de Ceilândia, Queila Cristina Mendes, as mobilizações funcionam ainda como forma de mostrar à população o trabalho realizado pelos profissionais. A familiaridade pode facilitar a entrada e a atuação nas residências, segundo ela. “Mais de 70% dos casos de dengue estão nas casas das pessoas. É muito importante que o morador permita a entrada dos AVAs, porque eles têm o olhar treinado, identificam os focos e fazem o tratamento que pode acabar com o mosquito”, explicou.
Os ACSs, por sua vez, são o elo entre a comunidade e o poder público. “Conhecemos a realidade de cada comunidade, quais são os pontos críticos, as condições sociais da população, os focos, levando e ações mais efetivas”, relatou a profissional na área há 19 anos Vanuza Dias, da equipe do Incra 9 de Brazlândia.