31/05/2017 às 18h25

Dia Mundial Sem Tabaco é celebrado com evento de conscientização

Cerca de 11% da população do DF têm o hábito de fumar

BRASÍLIA (31/5/17) – O Distrito Federal registra 54% de sucesso nos casos de pessoas que conseguem parar de fumar após procurarem tratamento na rede pública de saúde. No Brasil, a média é de 30%. Nesta quarta-feira (31), é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco e, para comemorar a data, a Secretaria de Saúde promoveu, na Rodoviária do Plano Piloto, uma manhã com atividades voltadas à conscientização da população quanto aos prejuízos provocados pelo tabagismo.

Na ocasião, a equipe técnica da Gerência de Ciclos de Vida da rede distribuiu informativos, mediu a capacidade respiratória e o teor de monóxido de carbono, principalmente das pessoas que se declararam fumantes, além de aferir a pressão.

ENTENDA – Para este ano, o tema escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) foi Tabaco: uma ameaça ao desenvolvimento. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) é o responsável pela campanha. Dados divulgados pelo órgão mostram o impacto econômico do tabagismo no sistema brasileiro de saúde: em 2011 foram gastos R$ 23 bilhões com o tratamento de algumas das doenças relacionadas ao cigarro – totalizam mais de 50 tipos –, como infarto agudo do miocárdio, derrame cerebral e doenças respiratórias.

Segundo o pneumologista e coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria de Saúde, Celso Rodrigues, o DF tem população fumante em torno de 11%. No início desse século, o índice era 38%. "As doenças relacionadas ao cigarro geram, anualmente, 200 mil mortes no mundo e essa é a maior causa de morte evitável que existe", esclarece o especialista.

Rodrigues explica que, quando o paciente decide parar de fumar, crescem as chances de não ter um infarto. "A melhor forma de garantir o aumento das doenças decorrentes desse vício é o trabalho de prevenção e sensibilização realizado pelos órgãos de saúde em empresas e escolas."

ATENDIMENTO – A Secretaria de Saúde conta com 42 unidades de referência ativas na rede que oferecem o tratamento disponibilizado pelo Programa de Controle do Tabagismo. Cerca de 350 profissionais da pasta atuam no serviço e todos são capacitados pela equipe técnica da Gerência de Ciclos de Vida. Em 2016, o programa atendeu 3.604 fumantes.

Durante os atendimentos, os usuários são orientados a buscar as unidades mais próximas de sua residência ou trabalho. Nas UBS 14 do Cruzeiro Velho, UBS 2 de Sobradinho, UBS 3 de Sobradinho II, UBS 2 de Brazlândia, UBS 1 do Itapoã, UBS 4 de Samambaia, UBS 3 de Ceilândia e no Hospital Regional do Gama existem grupos semanais abertos que não seguem lista de espera.

Em relação aos medicamentos necessários ao tratamento, a secretaria disponibiliza adesivos de nicotina de 21 mg, 14 mg ou 7 mg; goma de mascar de nicotina 2 mg e Cloridrato de Bupropiona de 150 mg.

EXPERIÊNCIAS – O aposentado José Reinaldo da Silva fez uso do cigarro por 45 anos e há 14 parou de fumar. Hoje, com 74 anos e sem o vício que o fazia consumir aproximadamente quatro carteiras, ele convive com as consequências das doenças relacionadas ao tabagismo. "Para prolongar minha expectativa de vida, tenho que ingerir diariamente vários remédios. Não posso praticar todos os exercícios físicos que gosto e todo esforço tem de ser feito com cuidado, porque minha capacidade respiratória ficou comprometida", relata.

José revela que não teria a mesma qualidade de saúde caso não tivesse feito o tratamento correto. "O segredo é se entregar de fato à decisão de parar, pois assim o tratamento se torna mais fácil. Após um tempo sem fumar é visível o ganho de saúde que conquistamos", destaca. Por fumar próximo à esposa, a também aposentada Evani da Silva, de 71 anos, ela se tornou fumante passiva, adquiriu pneumonia e precisou ser internada à época.


A artesã Rosimary Ferreira, de 49 anos, fuma há 30 e já tentou largar o vício duas vezes. Na primeira tentativa, conseguiu ficar um ano sem fazer uso de cigarro. "Por conta do tabaco, hoje tenho hipertensão. Fumo 10 cigarros por dia, mas estava com o desejo de parar. Com as orientações que recebi da equipe aqui no evento, soube que existe tratamento próximo de casa, em Ceilândia", disse Rosimary, que pretende, ainda nesta semana, procurar atendimento.