Distrito Federal avalia medidas e planeja ações de combate à dengue nos próximos anos
Distrito Federal avalia medidas e planeja ações de combate à dengue nos próximos anos
Em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde, encontro busca identificar o que deu certo e quais áreas precisam ser aprimoradas
Larissa Lustosa, da Agência Saúde - DF | Edição: Natália Moura
Nesta segunda-feira (1º), gestores e técnicos da Secretaria de Saúde (SES-DF) deram início a dois dias de oficina que avaliam ações tomadas durante a epidemia de dengue e outras que podem ser adotadas futuramente. Junto à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o encontro pretende revisar de forma qualitativa respostas a eventos preocupantes à saúde pública.

Durante a abertura da reunião, a secretária da SES-DF, Lucilene Florêncio, destacou como a situação de dengue enfrentada no Distrito Federal foi inesperada. "Pesquisadores, estudiosos e gestores não poderiam imaginar que a capital teria o número de casos que teve."

Foi como o representante da Opas Alexander Roosevelt também enxergou as arboviroses - principalmente a dengue - neste ano. "De forma geral, estamos em um momento sem precedentes dessas doenças. Foram registrados 9,4 milhões de casos de dengue no País, o dobro do ano passado. A epidemiologia das arboviroses mudou. Precisamos nos preparar muito bem", disse.
Novas ações
Um plano de enfrentamento, segundo a secretária de Saúde, deve buscar diversos eixos como a mobilização de agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (Avas), investimentos em tecnologia e fortalecimento da área assistencial, principalmente da Atenção Primária. "As próximas ações precisam contar não só com a contratação de pessoas, mas com as tecnologias de controle e monitoramento", avaliou a gestora. "Queremos uma construção a muitas mãos."
Para a coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde (MS), Lívia Vinhal, o plano precisa realmente ser multissetorial. "Não sabemos como será o comportamento das próximas arboviroses. Se não tivermos estratégias em várias frentes, não teremos êxito. Precisamos conseguir atender muito mais pessoas", alertou.
Sobre a avaliação pós-evento
A avaliação pós-evento busca acumular melhorias práticas e identificar áreas que precisam ser aprimoradas. O método procura elencar ações de implementação imediata, garantindo uma resposta mais rápida, e iniciativas de médio e longo prazo que reforcem e institucionalizem as capacidades necessárias.

No âmbito da SES-DF, o aumento de casos trouxe desafios e a avaliação pretende se debruçar sobre tais questões. "Tivemos muita pressão, por exemplo, na questão de insumos. Materiais previstos para o período de um ano foram usados em quatro meses", relembrou o subsecretário de Logística, Maurício Fiorenza.