Doenças prevalentes na infância são tema de capacitação
Doenças prevalentes na infância são tema de capacitação
na região Centro-Sul Enfermeiros e médicos de família e comunidade da Região de Saúde Centro-Sul, que engloba Guará, Estrutural, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Park Way, Riacho Fundo I e II e SIA, estão participando de treinamento em Saúde da Criança, baseado na metodologia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI), preconizado pelo Ministério da Saúde. O curso, iniciado na terça-feira (12), prossegue até sexta-feira (15), das 7h às 12h e das 13 às 18h, com 10 horas-aula/dia, é realizado no Centro de Treinamento e Capacitações SEDHS, do Guará I. São 30 profissionais participando, além dos facilitadores. O foco é promover a redução da mortalidade na infância, já a partir da atenção básica, bem como instruir as famílias sobre quando e como buscar os níveis de atenção à saúde. Trata-se de uma nova abordagem da atenção à saúde na infância, desenvolvida originalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência (Unicef), caracterizando-se pela consideração simultânea e integrada do conjunto de doenças de maior prevalência na infância, ao invés do enfoque tradicional que busca abordar cada doença isoladamente, como se ela fosse independente das demais enfermidades que atingem a criança e do contexto em que ela está inserida. Essa estratégia de atenção à criança na área de saúde pública revelou a melhor relação de custo/benefício, segundo relatório do Banco Mundial, ainda em 1993. Essa integração ajudará a mudar o processo de trabalho dos profissionais porque traz uma estratégia com visão global na qual se alicerça em três pilares básicos: o primeiro é a capacitação de recursos humanos no nível primário de atenção, com a consequente melhoria da qualidade da assistência prestada; o segundo é a reorganização dos serviços de saúde, na perspectiva da AIDPI; e o último é a educação em saúde, na família e na comunidade, de modo que haja uma participação de todos na identificação, condução e resolução dos problemas de saúde dessa família, especialmente os menores de cinco anos de idade. Cleunici Godois, diretora de Atenção Primária da Região de Saúde Centro-Sul, endossa a estratégia e afirma que toda a assistência mudará para melhor os processos de trabalho dos profissionais. De acordo com a metodologia, o objetivo não é estabelecer um diagnóstico específico de uma determinada doença, mas identificar sinais clínicos que permitam a avaliação e classificação adequada do quadro. Principalmente, conseguir fazer uma triagem rápida quanto à natureza da atenção requerida pela criança: encaminhamento urgente a um hospital, tratamento ambulatorial ou orientação para cuidados e vigilância no domicílio. “Estamos capacitando nossos servidores em um dos mais renomados treinamentos na saúde da criança, baseado na metodologia de atenção integral as doenças prevalentes na infância. No mundo, o método é preconizado pela Unicef. Queremos efetivá-lo na assistência tanto no campo da instituição quanto da população porque o método não é para treinar profissionais para estabelecer um diagnóstico. Ele só pode ser efetivo se a família souber levar a criança doente no momento oportuno à unidade de saúde. Nesse sentido, só é possível alcançar esse objetivo por meio da capacitação dos profissionais. É uma via de mão dupla”, destacou. Por isso, um aspecto importante da prática é indicar às famílias quais os casos apresentados pela criança doente em que se deve procurar atendimento urgente no serviço de saúde, sobre as consultas de rotina para vacinação, controle de crescimento e desenvolvimento, assim como aconselhamento sobre os cuidados gerais. No Brasil, a estratégia AIDPI foi adaptada às características epidemiológicas da criança e às normas nacionais. No entanto, mantém o foco de diminuir a mortalidade infantil. As principais causas de mortalidade, no país, incluem as afecções perinatais, as infecções respiratórias, as doenças diarreicas e a desnutrição. O DF, segundo os últimos dados de 2015, registrou a menor taxa de mortalidade infantil dos últimos 16 anos. TEXTO: Érika Bragança, Agência Saúde