Encontro multissetorial discute doenças cardiovasculares no Brasil
Encontro multissetorial discute doenças cardiovasculares no Brasil
Efeitos dos altos níveis de colesterol em pacientes foi tema de debate
Agência Saúde-DF
Profissionais de saúde de diferentes especialidades debateram os impactos das altas taxas de colesterol para o coração. Na conferência, realizada nesta semana (18), foi apresentada a pesquisa "Percepções de pacientes que vivem com colesterol elevado", com foco no Brasil – uma iniciativa da organização internacional sem fins lucrativos Global Heart Club e do Instituto Lado a Lado pela Vida (LLV).

As doenças cardiovasculares são o maior causador de mortes entre os brasileiros. “Diante do cenário, esse evento é muito importante por fazer um retrato das doenças do coração, trazendo seus dois principais fatores de risco: hipertensão e colesterol. Se quisermos discutir o controle dessas doenças, primeiro será necessário analisar os hábitos da população”, avalia a presidente da LLV, Marlene Oliveira.
Uma das conclusões do estudo é a de que, no país, os pacientes só costumam buscar atendimento médico após os primeiros sintomas de distúrbios cardiovasculares surgirem – como falta de ar, náusea e tontura –, ou seja, quando já há agravamento do quadro. Como enfatiza a Referência Técnica Distrital (RTD) auxiliar de Cardiologia da Secretaria de Saúde (SES-DF), Edna de Oliveira, o maior problema reside no desconhecimento da população sobre a relação entre níveis altos de colesterol no sangue e o aparecimento de doenças cardíacas.

“Infelizmente alguns pacientes só sabem que têm o colesterol elevado quando ocorre algum evento cardiovascular grave, como um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC)”, aponta a especialista. Nesse sentido, Oliveira ressalta o papel desempenhado principalmente pela Atenção Primária à Saúde (APS) no atendimento à população. “A APS é o principal espaço de acolhimento ao paciente. Suas equipes têm a função de dar orientações quanto à importância do controle do colesterol, assim como a de realizar diagnósticos precoces e identificar quais pessoas estão nos grupos de risco, como os diabéticos ou os hipertensos."
Enfermeiro da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Cruzeiro, Leopoldo Santos reitera a fala da RTD. “Nós da APS, como equipe multidisciplinar, conseguimos abranger o paciente em todos os seus aspectos. Entendemos que é importante priorizar a prevenção, de modo que o usuário não desenvolva doenças crônicas, que necessitem do uso de medicamento contínuo para o resto da vida”, diz.
Participaram da conferência agentes da Administração Pública – no âmbito distrital, estadual e federal – e membros da Sociedade Civil, assim como representante da Organização Pan-americana da Saúde (Opas/OMS).