Equipe volante atua no combate a malária no DF
Equipe volante atua no combate a malária no DF

O Distrito Federal não é considerado área de transmissão de malária. Entretanto, todos os anos, é registrado um número significativo de casos importados de outras regiões do país e até de outros países. Para combater a doença, que pode ser fatal se não tratada a tempo, o Núcleo de Controle de Endemias da Secretaria de Saúde mantém uma equipe volante que dá suporte às unidades de saúde e médicos que atendam pessoas com suspeita de malária dentro de Brasília.
A equipe pode ser acionada, pelos profissionais de saúde, por telefone, de 7h às 18h, todos os dias (inclusive fins de semana e feriados). Um membro do grupo vai ao local onde o paciente está sendo atendido - unidades públicas, privadas ou residências -, colhe sangue para o teste rápido e exame de gota espessa, que dão o diagnóstico da malária e mostram o plasmódio infectante. A equipe informa o resultado ao médico assistente e entrega os medicamentos para o tratamento.
“A malária é uma doença tropical, grave que pode levar à morte, muitas vezes pela demora no diagnóstico e tratamento, devido à confusão com outras doenças febris, por profissionais não acostumados a suspeitar e manejar a doença”, ressalta o chefe o Núcleo de Controle Endemias da SVS/SES, o infectologista Dalcy Albuquerque Filho. Segundo ele, o trabalho da equipe é essencial para agilizar o diagnostico da doença.
A equipe é formada por quatro agentes de saúde capacitados que trabalham em regime de plantão. Os servidores são treinados a fazer o teste rápido – cujo resultado sai em poucos minutos - no local onde está sendo feito o atendimento do paciente e colher material (sangue) para o exame da “gota espessa”, que é feito no Lacen.
O resultado do exame da gota espessa sai em quatro horas se necessário para esclarecer o diagnóstico. Os dois exames detectam a malária e identificam o agente causador da doença, o que é imprescindível para a indicação do tratamento adequado.
Até 30 de junho de 2013, foram investigados 102 casos suspeitos de malária com 16 confirmados por exame laboratorial e um óbito. Nenhuma transmissão ocorreu no DF. A totalidade de casos são oriundos da região amazônica e de países da América Central e África. Os locais prováveis de infecção (LPI) no país são Acre (1), Amazonas (1), Pará (1), Rondônia (1) e Roraima (2). Os casos de outros países eram provenientes de Angola (1), Guiana Inglesa (2), Somália (5), Nigéria (1) e Guiné Equatorial (1).
Em 2012 foram registrados 117 casos suspeitos e 23 confirmados por exame de laboratório, todos importados e nenhuma morte. Os casos estão inseridos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) por semana epidemiológica (SE) de início dos sintomas.
Doença tropical
A malária é uma doença prevalente nos países de clima tropical e subtropical, cujo vetor é o anofelino (Anopheles), um mosquito parecido com o pernilongo que pica as pessoas, principalmente ao entardecer e à noite. A Amazônia é a região do Brasil onde ocorrem 98% dos casos de malária.
Existem mais de cem tipos de plasmódio, o parasita da malária. Dos que infectam o homem, quatro são os mais importantes: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale. A doença provocada pelo vivax é a mais comum no Brasil e a provocada pelo malariae, a menos grave. Já a provocada pelo ovale é típica da África.
Transmissão
A transmissão da malária pode ocorrer pela picada do mosquito, por transfusão de sangue contaminado, através da placenta (congênita) para o feto e por meio de seringas infectadas. O período de incubação depende do tipo de malária, mas varia de sete a 28 dias, a partir do momento da picada.
Os sintomas mais comuns são febre alta, calafrios intensos que se alternam com ondas de calor e sudorese abundante, dor de cabeça e no corpo, falta de apetite, pele amarelada e cansaço. Dependendo do tipo de malária, esses sintomas se repetem a cada dois ou três dias.
Não existe vacina contra a malária. O tratamento padronizado pelo Ministério da Saúde é feito por via oral e não deve ser interrompido para evitar o risco de recaídas.
Telefones para contatar a equipe :61 9145-6114 ou 61 9221-9439