Equipes do Saúde da Família ajudam no controle de doenças como a Hepatite A
Equipes do Saúde da Família ajudam no controle de doenças como a Hepatite A
O programa Estratégia em Saúde da Família tem um papel fundamental na divulgação e orientação sobre as Hepatites. Durante as visitas, as equipes distribuem materiais informativos para auxiliar no trabalho de campo no sentido de orientar as famílias sobre a doença, transmissão e formas de prevenção. Na Estrutural, que possui 100% das equipes, os profissionais são cautelosos aos possíveis sintomas da doença.
A cidade possui esgoto e água encanada em quase todas as casas. No entanto, existe uma área sensível, a chácara Santa Luzia. A área que é uma invasão sem abastecimento de água e esgoto, é motivo de preocupação para as equipes. São 10.000 moradores que vivem em situação irregular com gambiarras de luz e de água sem tratamento consequentemente imprópria para o consumo. O grupo de risco, segundo o Ministério da Saúde, está em regiões menos desenvolvidas e em idades precoces, apresentando formas subclínicas ou anictéricas em crianças em idade pré-escolar.
O trabalho de suporte é realizado nos centros de Saúde com exames laboratoriais e palestras educativas. Além disso, as Vigilâncias Epidemiológicas trabalham constantemente na capacitação dos servidores. No Guará, a capacitação acontecerá de 18 a 20 de novembro no Hospital Regional. Lorena Moraes, enfermeira da equipe 9, da Estrutural, alerta para os cuidados e acredita que o caminho para evitar a doença é a melhoria da condição de vida, com adequação do saneamento básico, somadas às medidas educacionais de higiene. “Hoje temos uma situação desfavorável na chácara Santa Luzia, em que a Saúde trabalha na conscientização da doença e na mudança de atitude dessa pessoa porque ela não tem saneamento básico, por exemplo. Então, o foco é a educação”, afirmou.
A hepatite A pode ser prevenida por várias medidas de higiene, saneamento básico e evitando, por exemplo, o consumo de alimentos crus, mal lavados ou mal cozidos. Há vacina também. Sua utilização é disponibilizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) nas seguintes situações: 1) Pessoas com outras doenças hepáticas crônicas que sejam suscetíveis à hepatite A; 2) Receptores de transplantes alogênicos ou autólogos, após transplante de medula óssea; 3) Doenças que indicam esplenectomia; 4) Candidatos a receber transplantes autólogos de medula óssea, antes da coleta, e doadores de transplante alogênico de medula óssea.
A doença
A hepatite é uma grave inflamação no fígado podendo virar uma doença crônica, causar cirrose, câncer e até matar. Existem cinco tipos de hepatites virais: A, B, C, D e E. São chamadas também de doença silenciosa, pois muitas vezes não apresentam sintomas. A hepatite A é uma doença viral contagiosa, causada pelo vírus A (HAV).
O contágio
A principal via de contágio é a fecal-oral, por contato inter-humano ou por água e alimentos contaminados. Esse vírus pode sobreviver por até quatro horas na pele das mãos e dos dedos. Ele é também extremamente resistente à degradação provocada por mudanças ambientais, o que facilita sua disseminação, e chega a resistir durante anos a temperaturas de até 20ºC negativos.
A transmissão sexual da hepatite A pode ocorrer com a prática sexual oral-anal (anilingus), por meio do contato da mucosa da boca de uma pessoa com o ânus de outra portadora da infecção aguda da hepatite A. A prática dígito-anal-oral pode ser uma via de transmissão. Deve ser lembrado que um dos parceiros precisa estar infectado naquele momento e que a infecção pelo HAV não se cronifica, o que faz com que este modo de transmissão não tenha grande importância na circulação do vírus na comunidade, embora, em termos individuais, traga as consequências.
Dados
Dado divulgado pelo Ministério da Saúde em 2010 sobre hepatites virais teve como objetivo estimar a prevalência das infecções virais A, B e C para o conjunto das capitais em cada macrorregião e o Distrito Federal (DF), nas faixas etárias de 5 a 19 anos para o vírus da hepatite A (VHA). Para a hepatite A, as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) classificam o país como de alta endemicidade. Entretanto, os dados do inquérito revelam que, para o conjunto das capitais de cada macrorregião e o Distrito Federal, a endemicidade observada foi de intermediária a baixa.
Por Erika Bragança, da Agência Saúde DF
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