Estudantes da ESCS reforçam atendimentos do TeleCovid
Estudantes da ESCS reforçam atendimentos do TeleCovid
Formandos de Medicina irão se revezar durantes os três turnos para ajudar no enfrentamento do coronavírusJurana Lopes, da Agência SaúdeFotos: Geovana Albuquerque, da Agência Saúde
A partir desta segunda (30), o TeleCovid vai contar com a participação dos estudantes do último ano de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Cerca de 50 alunos serão voluntários durante todo o período de enfrentamento da pandemia do coronavírus. Eles vão fazer atendimentos e darão um reforço às equipes nos três turnos.
“Este é um momento único na saúde pública mundial. Ser voluntário no enfrentamento do coronavírus é um estímulo para os estudantes verem que também precisamos de médicos generalistas, voltados para a atenção primária. Hoje, a maioria dos alunos de medicina quer fazer uma superespecialização. Não é errado se especializar, mas também é importante atuar na linha de frente. Além disso, é o comprometimento social da profissão”, explica Alexandre Garcia, diretor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-DF).
De acordo com Garcia, os estudantes, divididos em grupos de seis por turno, irão atender as chamadas e orientar desde a forma correta de higienizar as mãos até como proceder em situações mais graves. “Como eles possuem conhecimento médico, conseguem identificar se a pessoa do outro lado da linha está com problemas respiratórios que possam ser indicativos de procurar uma unidade de saúde”, afirma.
DEVER SOCIAL - Para o estudante de medicina Giovanni De Toni, 26 anos, este é um momento único de exercer a cidadania e uma forma de retribuir à sociedade todo conhecimento adquirido.
“Ser voluntário nessa ação de enfrentamento do Covid-19 me faz enxergar com um olhar epidemiológico que a saúde depende de vários setores da sociedade. Cada pessoa tem um papel importante na saúde coletiva. Neste contexto em que estamos vivendo, quero ajudar e sei que só terei ganhos com isso, como crescimento profissional e pessoal”, avalia.
Thiago Blanco, médico e professor da ESCS, avalia o trabalho de voluntariado nesta situação como um compromisso do médico. “Temos obrigação moral e ética de ajudar neste momento. A Covid-19 é um enfrentamento de todos”, observa. Segundo o professor, a suspensão temporária das aulas está servindo para ajudar nessa força-tarefa.
Além dos estudantes, haverá professores de diversas formações para orientar e supervisionar o trabalho dos alunos durante todo o período de pandemia e de trabalho voluntário na unidade de teleatendimento. A previsão é que o TeleCovid receba o trabalho voluntário de alunos de medicina de mais duas instituições privadas.
TELECOVID - Localizadas no Centro Integrado de Operações de Brasília (CIOB), as 20 linhas telefônicas da unidade já recebem, em média, mais de 1,7 mil ligações por dia. A força-tarefa é composta por servidores das Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, SLU, BRB, CEB, Caesb, Defesa Civil, além do Samu e da Secretaria de Saúde. Os telefones do TeleCovid são 190, 193 e 199.
O teleatendimento funciona 24 horas. À noite, o serviço do TeleCovid é prestado diretamente por técnicos de enfermagem do Samu, que repassam a ligação para enfermeiros da unidade caso seja necessário.
A depender da situação, os profissionais tiram as dúvidas pertinentes e informam se a pessoa se classifica, ou não, dentro dos sintomas de coronavírus. Também é enfatizada a importância do isolamento domiciliar, reduzindo assim a procura desnecessária de pacientes às unidades de saúde.
Durante a ligação, se a pessoa for classificada como um possível caso, ela será orientada, a depender da situação, a se dirigir à unidade básica de saúde (UBS) mais próxima de sua casa, ou a acionar o Samu 192.
CIOB – Usado para ações de segurança pública, o Centro Integrado de Operações de Brasília tem o objetivo de concentrar dados de operações e ações sigilosas do Corpo de Bombeiros, monitorando o número de contágios do coronavírus no DF, no Brasil e no mundo.
A unidade recebe dados de postos de saúde, hospitais, laboratórios e consegue formar uma base que permite saber quando, como e onde está havendo contágio. O centro é coordenado pelos bombeiros, que trabalham em conjunto com representantes das secretarias de Saúde e Casa Civil, além da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das vigilâncias Sanitária e Ambiental.