Etapa da Região Central encerra o ciclo de conferências regionais do DF
Etapa da Região Central encerra o ciclo de conferências regionais do DF
Encontro reuniu profissionais da saúde, usuários do SUS e trabalhadores da SES-DF para debater sugestões e elaborar diretrizes que podem orientar novas políticas públicas de saúde
Michelle Horovits, da Agência Saúde-DF
Com participação de moradores da Asa Sul, Asa Norte, Cruzeiro, Lago Norte, Varjão e Vila Planalto, a Conferência Regional de Saúde da Região Central reuniu mais de 200 pessoas no auditório da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências de Saúde (Fepecs), na sexta-feira (31). Essa foi a última etapa das conferências regionais que ocorreram em março para discutir as demandas de saúde da população do Distrito Federal (DF).
Segundo o subsecretário de Logística em Saúde (Sulog), Maurício Gomes, várias demandas vão nortear as políticas públicas para os próximos anos no DF. “Para transformar essas demandas em entregas, o gestor em saúde precisa ter uma escuta qualificada e criar instrumentos para chegar na população”, conta.
Usuário do SUS, Andy Valentim, de 14 anos, é morador do Lago Sul e estudante do oitavo ano. Ele representou a classe jovem durante os debates e apresentou propostas sobre a importância de ampliar as vagas no Centro de Atenção Psicossocial Infantil Asa Norte (CAPSI).

“Estou aqui para mostrar que temos espaço no Sistema único de Saúde (SUS)”, ressaltou a travesti, Hannah Borges, de 30 anos, atendida pelo ambulatório trans. “Sou uma história positiva dentro da saúde do DF, pois o meu acolhimento no ambulatório foi incrível e continua sendo. Comecei minha transição há seis anos, mas podemos ampliar o que existe aqui”, espera.
A relevância da participação dos usuários durante o evento é um diferencial, pois é um importante espaço de democracia para discutir a política de saúde do DF, pontuou a moradora da Vila Planalto, Carolyne Cosme, de 33 anos. “Minha expectativa é que a gente consiga conversar e trazer soluções para influenciar nas políticas que a Secretaria vai implementar. Entender as limitações e o que falta na rede”, disse.
Os profissionais da área de saúde também tiveram espaço para colaborar. A psicóloga Letícia de Amorim, de 29 anos, residente do Programa Família e Comunidade, avalia que discutir os diversos aspectos da saúde é um dos principais pontos. “Hoje faço mestrado em clínica e cultura para fortalecer minha participação no SUS. Eu me formei no SUS, me qualifiquei lá e quero continuar fortalecendo o Sistema”, garante.
Como essa é a última etapa das conferências regionais, a organizadora Pollyana Mertens, da Diretoria Regional de Atenção Secundária à Saúde, convida a população para participar das próximas etapas. “Tivemos uma participação ativa nessa fase e esperamos mais gente nas discussões regionais de maio. Hoje levantamos diretrizes que perpassaram tanto a atenção primária, secundária e hospitalar”.

A etapa da Região Central teve como eixos: “O Brasil que temos. O Brasil que queremos”; “O papel do controle social e dos movimentos sociais para salvar vidas”; “Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia” e “Amanhã vai ser outro dia para todas as pessoas”. Também foram eleitos 36 delegados para representar as demandas locais na conferência distrital.
A 11ª Conferência Distrital de Saúde está marcada para os dias 23 a 25 de maio e a 17ª Conferência Nacional de Saúde está prevista para 2 a 5 de julho.