Exame inovador é oferecido pela rede pública de Saúde do DF
Exame inovador é oferecido pela rede pública de Saúde do DF
Procedimento detecta grau de fibrose no fígado
A rede pública de Saúde do Distrito Federal é a única do país a disponibilizar três aparelhos para a realização da elastografia, procedimento não invasivo que detecta presença de fibrose no fígado de pacientes com hepatites B e C.
“No Brasil só existem seis aparelhos na rede pública e três deles estão no DF. Foi um ganho muito grande para a nossa população, pois esse exame custa cerca de R$ 2 mil na rede particular e mesmo assim é difícil encontrar hospitais que tenham o aparelho”, explica a chefe da unidade de gastrologia do Hospital de Base do DF (HBDF), Carmem Alves Pereira.
Mais de 50 pacientes já fizeram o exame que é realizado por médicos treinados no HBDF, Unidade Mista da Asa Sul e Hospital Regional de Taguatinga (HRT) por meio do aparelho chamado Fibroscan. O procedimento mapeia todo o fígado durante cerca de dez minutos, sem a necessidade de cortes cirúrgicos. Segundo o infectologista da Unidade Mista da Asa Sul, David Urbaez, o grande benefício do novo método é poder acompanhar de perto a evolução do quadro do paciente.
“Antigamente tínhamos que esperar meses ou até anos para fazer uma nova biopsia porque o exame era muito invasivo, agora podemos realizá-lo quantas vezes forem necessárias sem medo de agravar o quadro do paciente”, comenta David.
Ione Maria de Carvalho, 64 anos, pegou hepatite C em 1989, durante o parto da filha, em Barcelona, na Espanha. Ela teve que fazer uma transfusão de sangue e foi infectada durante o procedimento.
“É uma doença complicada que acaba com a gente. Já fiz três biopsias e achei o exame muito doloroso. Tenho uma elastografia marcada e estou muito feliz só de saber que com esse exame não vão me perfurar e vou obter um resultado ainda mais eficaz”, comenta Ione.
Os equipamentos chegaram à rede pública do DF em abril deste ano e foram usados durante três meses para treinar os médicos e deixá-los aptos para o manuseio do aparelho. Cada Fibroscan custou cerca de R$750 mil e além dos equipamentos, três sondas também foram compradas para a realização da elastografia.
“É uma nova tecnologia e para estarmos aptos a realizar o exame tivemos que fazer treinamentos e capacitações. Também costumamos trocar experiências com médicos de outras cidades que já possuem o aparelho para que possamos discutir sobre os diferentes tipos de resultados que obtemos”, concluí o infectologista David.
SERVIDORES CAPACITADOS – Nesta quarta (31) e quinta-feira (01), a médica Ana Carolina, do Hospital Clementino Fraga, do Rio de Janeiro, estará em Brasília para trocar experiências com os médicos especializados na prática da elastografia. Os encontros vão ocorrer no Hospital de Base e na Unidade Mista da Asa Sul, localizada na 508 Sul. Durante os dois dias vários pacientes serão submetidos à realização dos exames.
Ludmila Mendonça