Força-tarefa de combate à dengue leva ações ao P Sul
Força-tarefa de combate à dengue leva ações ao P Sul
Atividades incluíram vistorias domiciliares, limpeza de terrenos, atividades educativas e aplicações do “fumacê”
Humberto Leite, Ingrid Soares e Larissa Lustoza, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura
O P Sul, em Ceilândia, foi a primeira localidade do Distrito Federal a receber a força-tarefa para combate à dengue. Enquanto a Unidade Básica de Saúde (UBS) 9 de Ceilândia recebia pacientes com suspeita da doença, equipes da Secretaria de Saúde (SES-DF), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Administração Regional de Ceilândia e outros órgãos do governo do Distrito Federal (GDF) fizeram a limpeza de terrenos na região, propuseram atividades educativas, realizaram visitas domiciliares e aplicação do "fumacê".

"É um trabalho grande que precisa ser feito por todos. O GDF não vai se omitir: estamos aqui e vamos fazer a nossa parte", afirmou a governadora em exercício, Celina Leão, que acompanhou as ações de perto. O P Sul foi selecionado por ser a área do DF com maior incidência de casos suspeitos de dengue, identificados no início do ano. A mesma ação vai se repetir nas próximas semanas em outras localidades.
"Estamos prontos e firmes. Vamos vencer esse mosquito", disse a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio na ocasião. Ela destacou a articulação realizada pela governadora em exercício para fortalecer o combate à dengue e as ações que foram tomadas, conforme o plano de enfrentamento à doença. Entre as estratégias colocadas em prática estão: convocação da comunidade a se engajar nos cuidados contra a proliferação do Aedes aegypti; reforço das ações de atendimento a pessoas com sintomas de dengue; adoção de medidas para impedir proliferação do mosquito; nomeação de mais 150 Agentes de Vigilância Ambiental (AVAs); monitoramento epidemiológico; e apoio de outros órgãos. "Esse é um trabalho de equipe, conjunto. Estamos em guerra e precisamos combater a doença", completou a Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do DF, Coronel Mônica de Mesquita Miranda.

Na mesma linha, o diretor da Atenção Primária da Região Oeste, Marcondes Mendes, destacou que a união de diferentes órgãos amplia a força de trabalho e abrange mais residências. “Todo o governo se reuniu para atender a população. Realizaremos a varredura, procurando focos de dengue”, garantiu o diretor.
Durante a verificação, as equipes da SES-DF, junto aos alunos praças e oficiais do CBMDF, aos Agentes Comunitários de Saúde e aos AVAs batiam de porta em porta, buscando possíveis focos do mosquito transmissor da doença, como baldes com água parada, latas, garrafas, pneus e caixas d' água. Se necessário, pastilhas larvicidas eram aplicadas.
Gilmara Coelho, 48, foi uma das moradoras que recebeu a equipe com as portas abertas. Na residência, ela declarou tomar cuidado especial com as plantas e acredita que a ação reforça a conscientização, especialmente para as pessoas com idade mais avançada. “Para as casas que tem muito idoso, acho importante essa iniciativa, pois eles podem esquecer às vezes. Aqui, cuidamos para não ter focos de água. Antigamente, até tínhamos plantas com pratinhos, mas não temos mais. Agora, nossa preocupação é com as calhas”, explicou.

Para quem já foi vítima da doença, a força-tarefa mostrou também ter um peso significativo. "Acho extremamente importante essa ação. Eu já tive dengue. É uma sensação horrível, só quem passou sabe. A SES-DF faz a parte dela e é essencial que a população também faça", pontua a atendente Mikaela Paiva, 22, moradora da quadra 28 do P Sul. O aposentado Antônio Cardoso, 81, da mesma quadra, lembra o valor da coletividade, com todos contribuindo para enfrentar a dengue. "Temos que ter cuidado para ajudar o pessoal que cuida da nossa saúde".
Saúde em ação
A conscientização é a principal parte do trabalho dos ACSs e AVAs. A agente de Vigilância Ambiental Karla Silva Lira detalhou que o trabalho dos profissionais é incentivar, diariamente, a população a entender o papel de cada um no combate ao mosquito. “O trabalho com os moradores precisa ocorrer todos os dias, para que a gente consiga acabar com o Aedes aegypti. Os AVAs realizam a visita domiciliar para estimular a não deixar água parada, mas realmente precisamos da colaboração junto à sociedade”, reforçou.
Já o ACS, além de conscientizar sobre a prevenção, leva a orientação aos casos suspeitos de dengue, que devem ser tratados na UBS de referência. “O Agente Comunitário atua, em contrapartida, na identificação de possíveis ocorrências da doença, orientando a família a procurar assistência médica e, assim, evitando que o quadro se agrave”, detalhou o ACS Rubens de Moraes.

Como parte da estratégia de combate à dengue, a UBS 9 de Ceilândia adaptou a sala de reunião para realizar a hidratação dos pacientes, nos casos necessários. Pacientes com suspeita passam por uma avaliação de sinais de gravidade, por meio do acolhimento, conforme explica a enfermeira da unidade Tharsila Rios: “Nós avaliamos os sintomas e acompanhamos o paciente a cada 24 horas ou 48 horas”, detalhou.
Após a avaliação inicial, é colhido o sangue do usuário com suspeita de dengue e o resultado pode sair em até 24 horas. A medicação e a hidratação são realizadas na própria UBS. “Os pacientes que não precisam desses procedimentos vão para casa com a prescrição médica e seguem em acompanhamento, a cada 48h, com prosseguimento de hemograma e o que mais precisar”, assegurou a médica de Comunidade e Família da UBS 9 de Ceilândia Gabriela Jordão.