22/12/2024 às 09h37

Força-tarefa do Hospital de Sobradinho promove dez cirurgias de retirada do útero

Movimento inédito no equipamento de saúde reduziu a fila de espera para o procedimento. Foram atendidas pacientes indicadas pelo sistema de regulação

Agência Brasília

Há cerca de um ano e meio a técnica de enfermagem Lucélia Pereira das Almas, 40, convivia com os transtornos causados pelo crescimento de miomas no útero. Sangramentos repentinos, dores abdominais e anemia eram parte do cotidiano da moradora de Planaltina. Os problemas foram cessados graças à força-tarefa de retirada de útero do Hospital Regional de Sobradinho (HRS), realizada no dia 14. No total, dez mulheres foram contempladas com o procedimento, tecnicamente intitulado como histerectomia.

“Ter a oportunidade de tratar uma doença é muito importante, principalmente no caso dos miomas, que causam sangramentos irregulares e muitas dores, impactando a qualidade de vida”, destaca Lucélia, que acompanhava o estado dos miomas no útero há cerca de seis anos e usava anticoncepcional, o que, no entanto, não impediu o aumento dos tumores. Além disso, também cuidava da anemia decorrente da perda de sangue com o uso contínuo do sulfato ferroso.

A técnica de enfermagem Lucélia Pereira das Almas foi uma das beneficiadas pela força-tarefa no Hospital Regional de Sobradinho (HRS). “Sou muito grata por todo o atendimento, desde a primeira consulta até o pós-operatório”, afirma | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

Em abril, ela foi consultada na rede pública de saúde e, nos meses seguintes, passou por uma série de exames ginecológicos que apontaram a necessidade de cirurgia. Em setembro, entrou para a lista de espera e, no dia 14, passou pela operação. “Sou muito grata por todo o atendimento, desde a primeira consulta até o pós-operatório, que tem sido tranquilo. O cuidado da equipe da Secretaria de Saúde [SES-DF] com as pacientes foi muito especial”, agradece. “Estava dependente de medicamentos, mas, agora, acredito que isso ficou para trás.”

Qualidade de vida

Essa foi a primeira força-tarefa de histerectomia do HRS, idealizada com o objetivo de reduzir a lista de espera pelo procedimento. Foram contempladas pacientes com residência na Região de Saúde Norte - Planaltina, Sobradinho I e II, Fercal e Arapoanga - indicadas pelo sistema regulador, conforme os protocolos vigentes. Uma equipe multiprofissional da SES-DF esteve à frente do movimento, incluindo anestesistas – sendo uma médica cedida pelo Hospital Regional de Planaltina -, ginecologistas, residentes, técnicos de enfermagem e servidores administrativos.

Segundo o diretor do HRS, Bruno Guedes, o movimento exige um planejamento de insumos e recursos humanos para otimizar a operação e atender o máximo de pessoas possível. “São cirurgias de risco, principalmente de sangramento, já que o útero é um órgão muito irrigado. Então, consideramos desde a carga horária dos médicos e a disponibilidade de materiais, até a oferta de leito à paciente no pós-operatório”, explica. As mulheres ficaram internadas por 24 horas após a cirurgia e receberam alta.

Diante do sucesso da primeira edição, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, revela que outras forças-tarefas serão implementadas no ano que vem. “Estamos empenhados em reduzir a espera por esse tipo de cirurgia e essa tem sido uma estratégia eficaz, que vem possibilitando uma maior celeridade ao atendimento das pacientes”, salienta. “Já temos uma outra ação para a região Norte, a ser realizada até março de 2025. Nesse mesmo modelo que foi feito agora em Sobradinho.”

Florêncio, que é ginecologista de formação, ressalta o impacto da retirada do órgão para a vida das pacientes, que, na maioria dos casos, convivem com transtornos como anemia, dores e sangramentos repentinos. “A saúde da mulher é uma prioridade para a secretaria, e a força-tarefa de cirurgias de histerectomia representa um avanço significativo no enfrentamento das filas e na garantia da melhoria da qualidade de vida de nossas pacientes”, observa. “Estamos comprometidos com o planejamento de ações que atendam a curto, médio e longo prazo, de modo que possamos, de fato, oferecer um serviço de saúde ainda mais justo e acessível a todas as mulheres do DF."

 

 

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